Modificado.
Não revisado.A sensação de acordar e encarar o teto com a visão embaçada e um zumbido irritantemente alto dominando aos poucos minha cabeça era familiar.
A sensação de levantar, sentar na ponta da cama e escorregar meus pés para fora do colchão aconchegante, encostar a ponta do meu pé esquerdo; sendo seguido do direito no piso gelado, a fricção gostosa da minha pele quente com o mármore frio me arracando uma risada anasalada e um remexer dos ombros ao sentir um arrepio forte passear por todo o meu corpo, era familiar.
A água gelada caindo sobre o topo da minha cabeça, deslizando por minha nuca e encaminhando-se até minhas costas, seguindo um caminho desgovernado por todo o meu corpo, fazendo o trabalho de limpar minha pele – vermelha e sensível por entrar em contato com a água fria logo de manhã, – já que eu estava ocupado demais em xingar qualquer divindade existente por estar sendo castigado daquela forma. Familiar não, repetitivo.
E continuava assim, todo o santo dia se repetindo, a única coisa que mudava era as aulas diferentes, os temas retratados nos longos horários cansativos com professores diferentes. Então, eu me acostumei. Era cansativo, monótono.
Saindo da faculdade, peguei um ônibus cheio sem a sorte de encontrar um lugar vazio para descansar meus pés machucados pela curta corrida para pegar o maldito ônibus, e era obrigado a passar a viagem toda de pé, com as pernas toda fodida de cansaço e a puta dor de cabeça. Monótona, irritante.
Chegando em casa, joguei minhas coisas em um canto qualquer e corri para o andar de cima, me despindo ao entrar no quarto, deixando um rastro das minhas roupas pelo chão da porta do quarto até a do banheiro. Estou atrasado, ótimo. Banhar rapidamente depois de um dia chato e cansativo não estava nos meus planos, agora eu tenho apenas uma hora para resolver meus trabalhos, me arrumar e ir direto para o trabalho.
Então, por um momento, eu senti vontade de chorar. É enlouquecedor ter que envelhecer. O sentimento sufocante de viver a mesma coisa todos os dias, não ter nada de diferente para animar, nenhuma aventura perigosa e cheia de adrenalina. Absolutamente nada. Eu me sentia em uma bolha sufocante, estava quase entrando em pânico.
Mas eu não quero ser fraco, eu não quero demonstrar esses sentimentos frustrantes, não importa se eu estou sozinho agora, sentindo a pele dos meus dedos enrugar por causa do longo tempo que eu estou embaixo do chuveiro. Não importa, nada importa agora.
Mas eu sinto falta daquele tempo, saudade deles e, eu sei que eles também. O que eu faço? Quero encontrá-los.
Eu devo fazer isso?
Sim, eu preciso fazer isso.
[...]
02:48
Dentro do carro, o compartimento pequeno que dava acesso para fora do automóvel na parte de cima – teto solar – estava aberta, Luffy e Nami compartilhavam o espaço, embalados em um carinhoso abraço enquanto sussurravam um para o outro o quanto sentiam falta daquele calor em seus corações. Não diziam de forma tão brega, mas os xingamentos embolados que usavam naquele momento era o suficiente, eles se entendiam.
— Que caralho, seu porra, eu senti tanto a sua falta.
A voz embargada da ruiva ronronou raivosa, lágrimas teimosas deslizavam por suas bochechas, denunciando os sentimentos frustrantes que negou por tanto tempo demonstrar até para si mesma.
— Nami... Eu também senti tanto, tanto a sua falta. – Luffy murmurou todo embolado, mandando um grande foda-se para todas as vezes que engoliu seus sentimentos e enviando suas promessas de nunca demonstra-los para casa do caralho. — Eu... Eu prometo que nunca mais vou deixar que nosso bando se afaste assim do nada! Eu prometo!
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Crescer.
AdventureLuffy estava cansado da sua vida monótona. . História postada nas plataformas: Spirit e Wattpad. Plágio é crime !