Will Solace era terrivelmente idêntico a Apolo, sem dúvida, dessa geração, era o filho mais parecido esteticamente com o deus e isso estava deixando Nico inseguro e enciumado. Os dois eram melhores amigos e andavam grudados por todos os lados desse acampamento o que tornava quase impossível a Nico controlar o ciúme que sentia.
– Willie, será que você poderia me examinar novamente? – O filho de Ares insistia há vinte minutos.
– Como eu disse, você está bem. Já vi o resultado dos seus exames, foi tudo uma intoxicação alimentar provocada por comida contrabandeada de fora do acampamento, você sabe disso. – O garoto fez um bico.
– Ok, tchau.
– Tchau. – Will respondeu impaciente.
O dia não estava sendo fácil, além das ocupações comuns de conselheiro-chefe Will era o curandeiro do acampamento e responsável pelo ambulatório, ele estava cansado de garotas e garotos virem ao seu encontro em busca de atenção desnecessária.
– Bebe um pouco de água. – Nico se aproximou trazendo um copo grande.
O filho de Hades sempre ajudava Will com suas inúmeras tarefas, quando não estava treinando ou dando aulas de esgrima. Nico estava enchendo os potes de algodão quando o filho de Ares tentava convencer Will.
– Obrigado, não sei o que faria sem você. – Diz ao beber o último gole.
– Não fique tanto tempo sem beber água, você sabe que faz mal a saúde, doutor. – Will semicerrou os olhos e sorriu.
– Hoje tá agitado por aqui.
– Tô vendo. – Nico saiu para guardar o copo.
Will estava caidinho por ele e não fazia a menor ideia de como dizer ou o que fazer a respeito. Ele tinha medo de afastar Nico com seus sentimentos, tinha medo de ultrapassar seus limites, mas estava doendo sentir tanto amor e não poder dar tudo a ele.
– WILL! – Uma filha de Afrodite entrou gritando.
– Estou aqui, precisa de ajuda?
– Socorro! Uma abelha me ferrou. – A garota gritava e chorava escandalosamente.
Will observou o dedo e desinfectou antes de remover o ferrão, Nico se aproximou com mais gase e álcool.
– Pronto, vai ficar dolorido, mas é só isso. Você vai ficar bem.
– Will, você é tão incrível. – A garota se jogou nos braços dele deixando-o sem reação.
– Será que você poderia soltá-lo, por favor? – A voz de Nico soou rouca e ameaçadora.
A garota se afastou corada.
– Desculpe. Obrigada, Will. Se quiser passar no chalé seis...
– Ah, não. Obrigado. Eu tenho muito o que fazer por aqui e também não estou livre.
Nico e a garota o encararam espantados.
– Ok, obrigada. – Ela sorriu e lançou um beijinho no ar.
O filho de Apolo bufou e sentou na cama mais próxima.
– Estou cansado.
– Do trabalho ou de dar fora?
– Os dois.
Antes que Nico conseguisse dizer qualquer coisa, a porta da enfermaria foi aberta e um filho de Iris entrou. Ele sorriu tímido para Will e se aproximou.
– Oi, Will eu queria saber se você aceita....
– Não, ele não aceita. – Nico o cortou. – Will não está disponível. Ele não está livre para sair, jantar ou passear com ninguém. Parem de vir incomodá-lo no ambiente de trabalho. – Esbravejou.
Will estava chocado.
– Você não pode monopolizá-lo só porque é o melhor amigo dele! – Gritou de volta o garoto, que já não parecia mais tão tímido. – Eu quero uma chance com ele.
– Eu posso sim, Will é meu. Você não tem uma chance com ele. William Andrew Solace não está disponível, ele é meu namorado! – Sentiu o impacto das palavras assim que elas saíram de sua boca.
– Oh! Eu não sabia. Desculpa. Finalmente você tomou uma atitude. – Disse e saiu deixando Nico perplexo com sua resposta.
Um silêncio ensurdecedor preencheu o ambiente por alguns segundos, até que Nico resolveu quebrá-lo. Ele precisa alinhar algumas coisas e como o filho de Íris observou, tomar uma atitude. Nico foi até a porta da enfermaria e trancou. Will permanecia em silêncio, observando atentamente cada movimento de Nico.
Nico segurou uma mão de Will e ficou de pé, entre as suas pernas. Ele sorriu minimamente para a reação de Will ao vê-lo se encaixar ali.
– Você é tão lindo, sabia? É exatamente por isso e por outras mil qualidades que essas pessoas não param de vir aqui em busca da tua atenção. Só que você é meu e eu não vou te deixar escapar.
– Nico... – Will estava com pequenas lágrimas em seus olhos e um sorriso enorme nos lábios. – E-eu...
– William Andrew Solace, você aceita namorar comigo?
– Aaaaah – Will soltou um gritinho e abraçou Nico. – Aceitoaceitoaceito! Eu esperei muito por isso, eu estou apaixonado há séculos, Di Angelo.
– Como eu poderia acreditar que o filho mais lindo e perfeito de Apolo estaria apaixonado por mim?
– Porque você é lindo, altruísta, engraçado de um jeito ácido, carinhoso, gentil, atencioso e me deixa louco com esse sorrisinho de lado e esse cabelo preso num rabo de cavalo quando tá treinando todo suado e sem camisa. – Disse fazendo Nico gargalhar. – E tem a gargalhada mais contagiante do mundo. Pelos deuses, Nico, eu amo você.
– Você...? Repete.
– Eu amo você, Nico Di Angelo. Eu amo você desde que eu te vi descer do carro solar de Apolo. Aquela foi a primeira vez que eu vi meu pai e o amor da minha vida. Eu te esperei todos esses anos porque eu sabia que o que eu senti aos 13 anos era amor.
– Você é tão incrível. Eu sou louco por você, Solace. Você me trouxe vida, uma nova vida e eu quero viver todos os dias dela ao seu lado. Eu te amo muito.
Nico sentiu Will dedilhar a sua nuca e enfiar os dedos entre seus cabelos massageando, permitiu-se fechar os olhos e aproveitar o carinho. Ele abraçou o filho de Apolo pela cintura e Will o entrelaçou com as pernas. Seus olhos se perderam nos azuis-celestes de Will e quando o sentiu se aproximar esperou até seus lábios fossem pressionados gentilmente. Will deslizou a língua suavemente prendendo Nico num beijo lento e degustador. O filho de Hades não pode conter o pequeno gemido que escapou entre o beijo.
– E ainda geme pra mim... – Will sussurrou sem se afastar. – Você é a minha ruína, Nico.
Nico afundou o rosto na curva do pescoço de Will, escondendo as bochechas coradas.
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Coletânea Nico di Angelo
Fiksi PenggemarUma série de acontecimentos aleatórios que envolvem Nico di Angelo. Dentro e fora do universo PJO/HDO CHEGAMOS AO TOP #1 TANTAS VEZES QUE PERDI A CONTA