Sra. Bonemer

Capítulo 03

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— Ficou maluco, William? — falou irritada.

— Ué, você pareceu gostar de ser chamada de senhora Bonemer. — gargalhou, Renata bateu em seu ombro.

— agora mesmo que você vai dormir naquele tapete, idiota. — saiu de perto, William a seguiu.

— Ei, temos que ir até a tal festa... não posso chegar lá sem a minha esposa — Renata o olhou.

— sério, você vai se ferrar dormindo naquele chão — disse e ele sorriu.

[...]

— Essa casa é um luxo — falou William ao olhar o local.

A casa com estrutura extremamente moderna, com itens arquitetônicos extremamente chiques e elegantes, com os móveis perfeitamente alinhados, a paleta de cores em ordem perfeita, digna de casa de cinema.

— Que bom que chegaram, fiquem a vontade, Sra. Bonemer, minha esposa e outras mulheres estão lhe esperando para falar sobre coisas de mulheres — disse Michel.
Renata cerrou os punhos, e pensou no quanto aquele homem à sua frente era machista.

— Claro. — Aceitou, não podia fazer feio e nem ser deselegante. Ela se separou de William, indo até o pequeno grupo de mulheres que haviam ali.

Renata não estava nem um pouco confortável, as mulheres que estavam ali, foram as mesmas que estavam olhando torto para ela na premiação, William a olhava de longe e via o incômodo em seu rosto. A mulher se cansou e se afastou com a desculpa de ir ao banheiro, conseguiu acessar a área de fora da casa, ficando sozinha e soltando o ar preso em seu pulmão.

— Olá, senhorita. — um homem falou, Renata se assustou.

— Olá — respondeu educadamente, tentou visualizar o rosto do homem à sua frente mas foi impossível, o local estava um pouco escuro.

— Não devia estar aqui sozinha, é perigoso sabia. — acendeu um cigarro, Renata o olhou e percebeu que era mesmo perigoso.

— Tem razão, com licença... — falou saindo, mas foi segurada —, Ahh, me solta — pediu e o homem negou.

— Você é a mulher que todos os homens desejaram lá no salão. Você é mesmo bonita — Renata sentiu seu estômago revirar de nojo, tentou se soltar mais uma vez, sem sucesso.

— Me solte, está me machucando... — implorou, ouviu uma risada.

— Já que está aqui, me dê pelo menos um beijo — falou se aproximando, ela afastou seu rosto o máximo que pôde, pensou em gritar mas ninguém iria ouvir, a música estava alta  demais.

— Eu não quero, por favor, me solta — falou, sua voz já estava embargada, ela tremia terrivelmente.

— Solta a minha mulher, seu idiota. — acertou o homem com um murro, puxou Renata para trás dele. Viu o homem se levantar e revidar o murro de William, acertando, mas William o jogou no chão novamente.

— desgraçado... — o homem correu dali, William olhou para Renata que estava olhando assustada.

— Renata... — ele a puxou para seu abraço.

— William... ah meu deus, eu achei que o pior iria acontecer. — chorou, ele passou sua mão carinhosamente por seus cabelos.

— Não aconteceu, vamos embora daqui. — a levou para o carro e acelerou voltando para o hotel.

— Você está machucado, ele te acertou — falou, William estava com um sangramento leve no canto da boca.

— Não é nada, quando chegarmos eu vou limpar — Renata assentiu, ela encostou a cabeça no vidro do carro e ficou calada o trajeto todo.