𝗘𝗦𝗧𝗘𝗙𝗔̂𝗡𝗜𝗔 𝗣𝗢𝗩
O dia daquela terapia familiar havia chegado e eu não estava nem um pouco afim de falar de problemas familiares com um estranho, ainda mais com os problemas estando presentes na sala. E se for para falar de todos eles, vou uma vida inteira. Eu até comentei isso com a cigana e ela me disse um: " Boa sorte, não voa na psicóloga".
Chego ao consultório junto a minha mãe. Orlando, Fátima e sua mãe já estavam em espera. Ninguém trocou uma palavra durante a espera, o clima estava estranho, porém eu e Fátima trocávamos alguns olhares tortos. Logo, a terapeuta nos chama para entrar na sala.
Seu nome era Helena, ela era muito bonita por sinal viu. Tinha um sorriso muito meigo, seus cabelos eram lisos e castanho escuros.
E essa mulher fez aquelas perguntas básicas de uma primeira sessão de terapia, como os nomes, idades, o que cada um faz, e o motivo de estarmos lá.
Eu perguntaria se ela está solteira, mas quem faz as perguntas é ela né...
Brincadeira, brincadeira, amo minha cigana.
A sala era formada por seis cadeiras posicionadas formando um círculo, para todos terem a visão de todos.
~ ... Elas só brigam e eu gostaria muito da harmonia entre elas, por mais que as mães sejam diferentes ainda são irmãs.
~ Já começa por aí, se elas são irmãs o tratamento deveria ser igual. - Carmen, minha mãe joga a shade.
~ Parece que temos outros conflitos entre vocês, talvez o foco não sejam as meninas e sim os pais. - Disse Helena.
~ A questão é que minha filha Fátima, não faz nada para essa garota. Era melhor ela ter continuado em Barcelona. - Carolina, a mãe de Amir retruca.
~ Ela é sempre muito má comigo, eu não aguento mais. - Fátima começa a derramar lágrimas de crocodilo, falsa. Logo, reviro os olhos por seu teatro.
~ Estefânia, você está muito quietinha, não quer dizer algo? - disse a psicóloga abrindo um sorriso simpático.
- Não.
~ Se abra para nós, aqui é um ambiente onde você pode dizer o que sente.
- Tem insta, Helena?
~ Sapatona atirada... - resmunga Fátima ao meu lado, dando para escutar apenas eu.
~ Qual foi a razão da última briga e como você se sente com isso?
Fodeu.
~ É Estefânia, conta para ela. - Fátima diz com um sorriso debochado no rosto.
- Não tô afim, valeu.
~ Se você sabe Fátima, diga. - exclama Orlando.
~ A Estefânia está se relacionando com a professora de sociologia. - ela cospe as palavras.
Todos na sala ficam com semblantes assustados, exceto Fátima que sorria. Meus pais me olhavam esperando eu desmentir tudo ou que eu tivesse qualquer reação, porém eu fiquei em total silêncio.
Fátima tinha acabado de foder minha vida, assim como ela havia prometido no dia que brigamos no acampamento do colégio.
~ O que? Como assim? - minha mãe diz espantada.
~ É brincadeira né Estefânia Lascurain? - disse Orlando.
~ Minha filha não é lésbica!
~ ESTEFÂNIA ABRE A PORRA DA BOCA! - ele grita. Era a primeira vez que escutava ele dizer algum palavrão, e também que gritava comigo.
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𝐌𝐲 𝐅𝐚𝐯𝐨𝐫𝐢𝐭𝐞 𝐓𝐞𝐚𝐜𝐡𝐞𝐫
FanfictionEstefânia, uma adolescente problemática e com dramas familiares se muda para Madrid e automaticamente para um novo colégio. A garota que não esperava continuar nem um mês naquela cidade, acaba se interessando na cigana dos cabelos longos e olhos mar...