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Eu não usava nada demais. Um vestido azul bem escuro estava cobrindo boa parte do meu corpo e eu optei por deixar meu cabelo preso num rabo de cavalo muito bem feito. Eu não queria me arrumar demais e fazer com que ele pensasse que aquilo era mais do que realmente era. Um simples jantar. Um jantar bobo e sem importância alguma.

Pensamentos ridículos tem atordoado minha cabecinha e eu tenho feito de tudo para afastá-los, mas toda vez que eu via o Evan ou recebia uma mensagem dele eu me via voltando a estaca zero. As vezes ele só me mandava uma gracinha por mensagem e presencialmente um sorriso bastava para eu pensar e se eu tentasse. Eu não podia. Poxa, eu me fechei para relacionamentos e decretei que aquele era o momento de focar em mim, mas tê-lo ali sempre tão perto me deixava insegura. Com medo do que eu era capaz de fazer se deixasse que meus impulsos falassem mais alto que minha razão.

Eu teria tempo para um relacionamento no futuro, depois de conseguir uma boa carreira e uma vida excelente. Não é? Mas as vezes eu me pegava pensando em como as pessoas ficavam felizes quando estavam apaixonadas e como a vida tinha mais brilho quando se amava alguém, e poxa, eu queria isso. Queria muito. Talvez seja o que eu mais tenha almejado nesses últimos tempos, mas eu não posso despejar toda a minha carência em um babaca que é meu chefe.

Meu chefe. Droga!

O prédio onde Evan morava era simplesmente incrível. Cheio de tecnologia e pessoas bonitas, por conta do horário haviam muitos homens de terno chegando para descansar e mulheres com tablets em mãos parecendo ocupadas até mesmo depois do horário de trabalho. O porteiro foi gentil comigo e disse que O Senhor Peters estava me esperando, também me disse que seu apartamento ficava no penúltimo andar. Ele era quase o chefão do prédio, pensei.

Haviam olhares sobre mim quando eu entrei no elevador, mas eu fiz o máximo para não encara-los. Provavelmente só estavam se perguntando do porque uma mulher que eles nunca tinham visto na vida estar dentro do elevador principal do prédio chique deles. Mas minha paranoia foi por água a baixo quando eu parei no andar do Evan e ouvi uma mulher comentando o quanto ela me achava bonita.

Me senti bem confiante. Eu nunca fui de receber muitos elogios e era muito animador ouvir alguém falando que eu era bonita. Sei que é idiotice, já que sempre achei não precisar da aprovação de outras pessoas mas desde que me arrumei hoje cedo, me senti simples e sem nenhum diferencial. Talvez fosse tristeza de um dia comum ou ansiedade, mas eu me sentia mal. Até essa mulher dizer que eu era muito bonita.

Poxa! Eu gostei mesmo daquilo. E então, quando toquei a campainha e esperei pela chegada de Evan até a porta, eu realmente percebi que não haveria volta. Eu precisava tornar aquela noite uma noite tranquila entre duas pessoas que tentavam criar algum laço de amizade, mas não poderia ultrapassar meus limites pessoais. Eu sabia como poderia ser arriscado estar tão perto dele, mas eu aceitei isso e eu precisava enfrentar aquele desafio.

Eu estava nervosa! Muito nervosa! E tudo se intensificou ainda mais quando ele abriu a porta e me encarou de cima a baixo, com um sorriso tão iluminado quanto as luzes da cidade do lado de fora. Ele estava bonito e casual. Diferente do Greg, ele não estava usando um terno caríssimo para o nosso jantar e não fez uma careta quando me viu vestida de forma tão simples. Meu chefe, por outro lado, teria feito um escândalo e só de pensar nisso eu ri baixo.

Evan me permitiu entrar e rapidamente me guiou para os cômodos do seu enorme apartamento. Eu precisei admitir a mim mesma que tudo era bonito, moderno e impressionante. Tanto os quadros no corredor, quanto o designe dos objetos e a forma como ele gostava de usar vidros em muitos aspectos do lugar. Mas eu perdi totalmente o autocontrole quando vi a linda e esplêndida visão da cidade. Evan tinha uma grande parede de vidro que pegava a maior parte da sua sala e isso proporcionava uma maravilhosa vista.

𝒌𝒏𝒐𝒘𝒊𝒏𝒈 𝒍𝒐𝒗𝒆 • 𝒆𝒗𝒂𝒏 𝒑𝒆𝒕𝒆𝒓𝒔 Onde histórias criam vida. Descubra agora