Resort Las Playas. George Town. Ilhas Cayman, Caribe.
19° 17' 34.7892'' N, 81° 22' 0.5016'' W
Todos diziam que um casamento tinha seus altos e baixos. Koji concordava com isso, mas o dele, estava à beira do colapso. Outrora saltitante com o prospecto de ter uma parceira para o restante da vida, agora contava as horas para o pesadelo acabar e finalmente poder seguir sua vida.
Longe de Leslie.
Desde o início preferiu o toque de um teclado as atividades ao ar livre, de sentar diante a uma mesa de negócios do que correr em meio a natureza. Opostos se atraem, eles afirmavam. Decerto, o senso aventureiro de sua atual esposa o tirou da zona de conforto e o salvou do marasmo cruel da rotina mundana.
Reclinou-se na cadeira e sentiu a brisa das águas do atlântico naquele recanto seguro. Onde foi que errou? Seria os dois anos que viviam sem prospectos ou ela se arrependeu dos votos matrimoniais, deixando-se levar pelos rumores alheios?
Os quinze anos de diferença entre eles certamente pesavam sobre suas cabeças.
Tentou de tudo, mas nenhuma de suas abordagens estava funcionando. Não sabia se era por conta de sua péssima malemolência ou se por falta de vontade dela. Um misto dos dois, pensou.
Falando na bendita, ela surgiu dos corredores da suíte. Com traços faciais maduros e sutis linhas de expressão, ela não escondia a idade. Sob o biquíni preto, as curvas sensuais, esculpidas devido ao suor deixado diariamente na academia, colocavam-na em pé de igualdade com qualquer jovem que conhecia.
Era difícil não a admirar, por mais que chegasse nos meados de seus quarenta anos. Se ela quisesse andar no tapete vermelho de Hollywood, ninguém ousaria em questionar sua presença. Modelo de biquíni? Colocaria muitas no chinelo...
Ainda assim, o preconceito... Trincou os dentes ao lembrar da própria família. Nem parecia que era por eles que estava ali, no meio do paraíso em busca de um alvo elusivo.
Leslie repousou nele o vislumbre perspicaz dos belos olhos, que pareciam refletir a cor do mar que banhava as praias, e suspirou em sua direção. Koji cerrou seus olhos estreitos e alongados e sorriu. De forma treinada, falsa e que não iluminou sua face.
Ela pegou uma tanga e amarrou a cintura. Ele engoliu em seco.
— Koji. — Sua voz doce e suave sempre lhe agradou. O sotaque era um pouco estranho, ainda assim, imperceptível. Beirava o inglês acadêmico. — Que horas é a nossa reunião?
— A reunião acontecerá em um restaurante à beira-mar, na hora do almoço. — Ergueu os olhos para ela. — Por que? Deseja ir para algum lugar?
— Não, afinal para uma reunião de negócios, eu ir assim... — Ela apontou para si mesma. — É fazer bastante desfeita.
— É mais fácil para adquirimos nossa informação se todos os olhos estejam em você, Leslie Sato. E uma vestimenta formal soaria muito estranho em um restaurante localizado nas areias da praia.
Ela murmurou algo sem muita convicção e voltou sua atenção a uma pequena bolsa. Koji travou diante de seu laptop ao ver um cano metálico deslizar para fora dos confins da Gucci de Leslie.
Sem muita demora, ela retirou uma pistola prateada da bolsa e checou o pente e a arma de forma treinada e precisa. Por que precisariam de uma arma para lidar com banqueiros?
— Proteção. — Leslie respondeu sua pergunta não dita ao colocar a arma na bolsa. Ela também amarrava um coldre de perna e colocava algumas lâminas pequenas, ocultando-as depois com o tecido da tanga. — Com banqueiros dos cartéis, não se pode vacilar.
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Instintos Criminais [Em Hiatus - Tempo indeterminado]
Action"Se você acha que pode lidar com ela, está redondamente enganado" Ela quer vingança. Ele, redenção. Koji não quer saber de mafiosos. Lavar o dinheiro dos ricos e poderosos, para criminosos da pior espécie, não é seu passatempo preferido. Preso ao ma...