Capítulo 05.

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Acordei no outro dia com uma dor insuportável de cabeça, mas mesmo assim, levantei.

Olhei pro despertador, e marcavam 06:00. Limpei os olhos, e rolei os mesmos pelo quarto, vendo que minha irmã ainda dormia.

Fui até ela e acordei a gatinha calmamente.

Soraya : Que horas são, Su? - Falou meio sonolenta, e eu respondi. - Só mais uns 10 minutinhos.

Suzana : Depois que eu acabar o banho, venho te acordar. - Ela não respondeu, porque certamente já tinha caído no sono novamente.

Peguei minha toalha, e fui até o banheiro.

[...]

Suzana : Soraya, levanta! - Ela resmungava. - Garota, pelo amor! Já são 06:15. Tu pediu 10 minutinhos, cara. - Reclamei, e ouvi a mesma se espreguiçando. - Vamo, linda! Acorda, acorda. Tá achando que a vida é um morango?

Fui até o espelho, e comecei minha maquiagem básica. Já tinha colocado o uniforme, e o tênis.

Sempre passo o básico do básico, e arrumo o cabelo. Simples!

A Soraya levantou reclamando, e foi direto pro banheiro. Aí, maluca acha que ainda é criança.

Fiz minha make rapidinha, ajeitei o cabelo e saí pra tomar café.

Samanta : Bom dia, mestre de fuga. - Me olhou rindo, e dando o mingau do Levi. Olhei cínica pra ela, e ri de canto.

Suzana : Vai cuidar das tuas crias, charmosa da favela, vai. - Ela me olhou feio, e eu sentei na mesa.

Samanta : Se liga, Suzana! Vai acabar que nem nós não, em. Mamãe tá apostando tudo em tu. - Riu debochando, e eu assenti.

Suzana : E pode acreditar, flor. Eu vou! - Peguei a sacola de pães, e peguei o meu.

Selma : Pô, logo de manhã, cara? Vão estudar! - Apareceu do quarto dela.

Samanta : Tu tá falando com as duas mestras de fuga. - Riu, quando viu a Soraya sair do banheiro.

Soraya : Oh garota, vai pra casa do caralho! Não fode. - Sentou na mesa com dificuldade, e já fechou a cara pra Samanta. - Maluca folgada, nem começou o dia direito e já tá enchendo o saco.

Vi minha mãe saindo do banheiro, e pegando a bolsa dela.

Íris: Vou fazer uma diária fora do morro. Nada de briga entre as 3. - Apontou pra mim, Soraya e Samanta. - Nada! Samanta, tu que vai ficar em casa, frango na geladeira. - Ela assentiu. - Soraya e Suzana, nada de saírem! Da escola, pra casa. Zero confiança em vocês duas. Suzana principalmente, nunca foi de fazer isso e agora está. - Pegou a bolsa, e foi até a porta. Abriu a mesma e saiu.

Respirei fundo, e a Soraya passou a mão pelo meu ombro.

Soraya: Fica assim não, Su! Já ela te perdoa. - Riu fraco, e eu concordei.

Selma: Vamo, Luís! - Vi meu pequenino sair da cozinha, limpando a boca e eu morri de fofura.

Suzana : Vem cá, meu príncipe.. - Chamei o mesmo, e abracei ele. - Vai pra escola? - Ele assentiu, com a mãozinha na boca. - Dá um beijo na tia de despedida? - Virei o rosto, e ele beijou o mesmo. - Te amo, viu? Boa aula.

Ele desceu do meu colo, e ele olhou pra Soraya.

Soraya : E eu não ganho beijo também não? - Cruzou os braços, e fingiu estar chateada. Ele foi correndo até a mesma, abraçando e beijando ela. - Que beijo gostoso!

Assim ele fez com a Samanta, e logo foi até ao carro com a mãe dele. Ele estuda fora da favela, estuda em uma escola que a Selma trabalha. Graças a esse emprego, minha irmã comprou um carro, não da loja, já usado, mas bem conservado e tá juntando um dinheiro pra comprar a casinha dela. Tenho fé que ela vai conseguir.

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