ANGEL
Pingos de água escorriam pela janela, as árvores retorcidas lembravam filme de terror e as casinhas de sítio davam um ar tanto rústico a estrada; minha irmã se balançava em sua cadeirinha para frente e para trás.
- Mamãe tá chegando? - Ellen perguntou com uma voz chorosa.
- Não meu amor, daqui uns minutinhos chegamos - minha mãe estava cansada igual a todos presentes no carro, cinco horas de viagem não é fácil para ninguém.
- Filha já leu a carta ? - meu pai perguntou me olhando de cabo de olho pelo retrovisor.
- Não - respondi seca, não queria ir para uma escola só porque sabia dar mortais, cambalhotas e jogar alguns esportes.
- Sabe que conseguiu a vaga por ser inteligente né? - ele queria me ajudar a aceitar, ou ingulir que eu teria de ir.
- Só tirei as melhores notas em teste físico, claro que não foi por ser inteligente.
- 87% da prova escrita é mais do que suficiente.
O olhei relutante, as vezes era dura demais comigo mesma e achava que estavam decepcionados comigo, mas muito pelo contrário ficavam orgulhosos e se mostravam que tinham uma filha tão brilhante quanto eu.
Depois de 6 minutos daquela conversa um pouco desanimada chegamos a cidade com muitos prédios e casas boas, comércios e escolas.
Chegamos ao nosso bairro que era um dos mais perto da escola, a casa era de um tom amarronzado, teto, janelas e portas de madeira e um jardim com várias flores brancas.
A casa ao lado esquerdo era amarela pastel com janelas, teto e portas iguais a
nossa, parecia ter a mesma estrutura só mudava a cor da parede.
A casa do lado direito era da mesma estrutura que a minha e a do vizinho só que tinha as paredes brancas.
- Mamãe, mamãe, gatinho - Ellen corria atrás do gatinho branco com manchas laranjas no quintal.
Papai veio até mim e colocou sua mão em meu ombro.
- Saiba que temos muito orgulho de você - concordei e dei um sorriso amarelo acenando positivamente.
- Eu vou ver meu quarto - ele concorda e vou até a porta que esbanjava um ar rústico.
O seu interior era aconchegante e já tinha móveis, ao lado esquerdo tinha a sala com sofá de couro, uma lareira com televisão em cima, mesinha de centro de madeira, duas poltronas de couro e um tapete com desenho de mandala em tons de marrom.
Ao lado direto uma sala de jantar com uma mesa de 6 lugares de madeira um pé direito alto com claraboia.
As paredes eram marrom claro, tinha uma porta que levava a cozinha, outra que levava ao quintal e outra a uma lavanderia.
Sem me importar subi direto para o meu quarto, só dormiria aqui, logo cedo já iria para escola e ficaria lá até algum feriado.
O meu quarto era simples já que a maioria das minhas coisas foram para a escola tinha uma janela com sofazinho, uma cama, guarda-roupa, escrivaninha e tapete.
Joguei minha mala no chão peguei meu livro e me sentei para ler até me chamarem para jantar.
◇◇◇
- Filha a janta tá pronta! - minha mãe grita de lá de baixo.
Desço calmamente e me sento na mesa, Ellen estava sentada comendo vendo um desenho e meu pai comia olhando para o nada, minha mãe chega e se senta conosco.
- Já está tudo pronto para amanhã? - ela pergunta se arrumando na cadeira.
- Sim.
- Acorde as cinco seu pai te levará.
Concordo e começo a comer, terminando lavo minha louça subo e vou tomar banho, coloco meu pijama e vou dormir, quanto mais rápido o dia ruim acabar, mais rápido tem a chance de começar o dia bom.
◇◇◇
De manhã me arrumei rápido com uma calça leg, blusa branca de manga curta, uma blusa de frio preta e um tênis de corrida, prendi meu cabelo em rabo de cavalo, coloquei minha pulseira prata de identificação e meu fone de ouvido, peguei minha mochila e desci.
Meu pai estava arrumado comendo pão e tomando café enquanto lia um livro.
- Vai comer algo? - ele pergunta parando de ler me olhando.
- Falaram que teria café da manhã.
- Se já está pronta então vamos.
Ele deixou tudo na mesa, pegou a chave de casa e do carro e saímos.
Chegando lá vi algumas pessoas entrando, era uma escola muito grande.
- Aproveita viu - meu pai parou o carro na frente da escola - é uma ótima oportunidade.
- Manda beijos para a mãe e Ellen.
- Pode deixar.
- Beijos - digo descendo do carro, meu pai sai e eu fico paralisada, agora caiu a ficha, eu tava fazendo todo aquele drama mais sabia que no final eu estaria aqui em frente a porta de uma das melhores escolas do mundo.
◇◇◇
Oie voltei, sentiram minha falta? Claro né enfim não tem muito o que falar da história é só ler aí.
