𝑓𝑖𝑓𝑡𝑦-𝑠𝑖𝑥

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𝗦𝗔𝗥𝗔𝗬 𝗣𝗢𝗩

Andava de um lado para o outro, ansiosa com o que poderia estar acontecendo com mi rizos. Imaginei tudo o possível, mas o mais provável era de ela estar partindo para outra cidade agora, e isso me desesperou. Mando outras mensagens a Fanni, mas nada de receber-las. 

Já estava pegando as chaves de casa, eu precisa vê-la. Iria até sua casa conversar com seus pais e me apresentar, quando batidas na porta principal são escutadas. Vou até a porta e a abro, tendo a tranquilidade de ver Lascurain em minha frente. 

A garota estava com o rosto escorrendo lágrimas, os olhos inchados e nariz vermelhinho. Ela não disse nada, apenas me deu um forte abraço, que nele pairava tanta dor e amor... Ela não parava de chorar, nunca havia visto tão triste, e meu sentimento de preocupação cresceu.

- Você está encharcada, meu amor. - entramos em casa. - eu vou pegar umas toalhas, vá tomar banho.

~ Eu tenho que falar contigo primeiro. - escuto sua voz baixo, por estar indo para o armário para pegar as toalhas.

- Cachinhos, o que eles fizeram com você? - a entrego uma toalha para se secar.

~ Eles não fizeram nada, minha mãe me bateu e me chamou de prostituta, mas eu já não estou me importando com nada. Fátima contou na terapia familiar, maldita terapia. - ela continua. ~ Yolanda, minha melhor amiga abriu a boca para Amir, por vingança. Ela sabia muito bem tudo o que eu poderia passar com isso, mas mesmo assim ela fez. Ela sabia do ultimato da minha mãe...

- Filha de uma puta, desgraçada. - resmungo. - Essa Yolanda e Fátima tão querendo uma pika bem grande e não tão sabendo pedir...

~ Meu Deus Saray, limite! - ela solta risadas.

- Você pode ficar aqui quanto tempo quiser. Inclusive, por que não morar aqui, hm? 

~ Calma, é muito cedo... E também eu não quero te incomodar. - diz com receio.

- Para de graça. Estefânia, - a olho nos olhos. - eu já te disse mil vezes e vou repetir, eu iria até no inferno por você. Por você eu viraria santa, lamberia o chão de uma avenida. 

~ Nossa, você é tão romântica Saray. - ela solta gargalhadas e diz ironicamente. 

- Mas é verdade, não há nada nesse mundo que eu queira mais do que você.

~ Para Saray, que eu fico sem graça...

- Sério, se você voltar pra sua casa, nós nunca nos veremos novamente. Porém faça o que acha certo.

Ela estava com um cigarro em chamas e fumava com rapidez, e vendo aquilo comecei a ficar preocupada. Percebo que sempre que tem algo incomodando a garota, ela fuma ou bebe. Talvez hoje não a faça mal, mas futuramente ela pode contrair um vício maior e ficar mal de saúde. 

- Chega solta isso, Estefânia. - pego da mão dela. 

~ E você acha que é quem? Minha mãe? - disse de forma rude. 

- Não sou sua mãe mas sou alguém que te ama muito, porra. 

Dou uma única tragada e o apago.

~ Você não está preocupada com o que pode acontecer contigo? Sei lá, se eles fizerem algo com você...

- Claro que não, eu só preciso de você aqui comigo, mais nada. Eu só me preocupo se você vai ficar bem.  - digo tirando os fios de cabelos de seu rosto. 

Começou a ficar tarde, então subimos para o meu quarto. Hoje, sem indecências, gracinhas, bebidas ou piadas de duplo sentido, precisávamos descansar de tudo. 

𝐌𝐲 𝐅𝐚𝐯𝐨𝐫𝐢𝐭𝐞 𝐓𝐞𝐚𝐜𝐡𝐞𝐫Onde histórias criam vida. Descubra agora