Boa Morte Cinderela

A morte de uma é a vida da outra

A vida só vale a pena quando se é livre para viver! 

A vida de Cinderela nunca foi fácil. Desde que sua mãe morreu, ela foi criada por sua madrasta e as irmãs, que a tratavam como escrava. Cinderela limpava a casa, cozinhava e lavava as roupas de todas, sem nunca queixar-se. Era apenas uma garota triste que sonhava com o dia em que poderia ser feliz. Um dia, tudo mudou para Cinderela quando ela teve um surto psicótico e matou sua madrasta e as irmãs com seus próprios punhos. Ela não tinha ideia do porquê havia feito aquilo, mas sabia que não poderia voltar atrás agora. Apenas deixou o corpo das três na sala da casa e fugiu antes que alguém desse o alarme. Cinderela era uma fugitiva agora, sendo perseguida pela guarda real. No entanto, ela não se importava com isso pois finalmente estava livre para ser feliz. Poderia fazer o que quisesse sem ter mais ninguém para lhe dizer o contrário! Enquanto fugia em direção a  floresta começou a lembrar de quando era criança e sua mãe contava historias para ela dormir, e uma das historias era sobre uma escola para garotas com habilidades especiais que ficava no lugar mais distante da floresta, depois da clareira, atrás da cachoeira. Cinderela sonhava em chegar lá, mesmo que não tivesse poderes acreditava que poderia, talvez trabalhar na escola e que estaria segura, já que a floresta não fazia parte do reino os soldados não poderia ir lá para prende-la. Mas atravessar a floresta não seria fácil, lá tinha muitos perigos, ogros, orques, zumbis, ninfas e até homens. Esses eram os monstros que ela já ouvira falar, mas havia muito mais. Cinderela não tinha medo dos perigos da floresta, pois sabia que pela liberdade valia a pena qualquer risco. Ela seguiu em frente, sem olhar para trás, pronta para enfrentar qualquer coisa que cruzasse o seu caminho. Para ela os maiores monstros de sua vida eram a sua madrasta e irmãs e esses monstros ela aniquilou com suas mãos nuas. 

Assim que ela entra na floresta ouve o choro de uma mulher, Cinderela vai cautelosamente em direção ao choro, e avista uma jovem da sua idade nua com apenas uma echarpe em suas pernas e encolhida no chão com as mãos no rosto, então Cinderela se aproxima e pergunta.

Cinderela: tudo bem com você?

A garota: não muito.

Cinderela: o que ouve?

A garota: a minha árvore está doente, não sei mais o que fazer

Cinderela: sua árvore?

A garota: sim, sou uma Dríade e me chamo Leona e essa é a minha árvore, e se ela morrer eu também morro.

Cinderela: assim, entendi, muito prazer Leona, me chamo Cinderela e sou só uma garota humana, o que a sua árvore tem?

Leona: ela está com esses fungos nos troncos e eu não consigo me livrar deles

Cinderela já havia visto isso nas árvores da casa de campo de sua madrasta e o caseiro ensinou a ela uma mistura que era só jogar no local e pronto, em alguns dias estaria resolvido, mas ela não tinha o bicarbonato e os outros ingredientes mas lembrou que a caminho de lá passou por uma mercearia.

Cinderela: eu sei como resolver isso.

Leona abriu um sorriso e soltou um berro de alegria. 

Leona: e como faz?

Cinderela: é só aplicar uma mistura de bicarbonato, leite... e mais algumas coisas, mas infelizmente eu não tenho os ingredientes aqui, terei que voltar, vi uma mercearia a caminho daqui.

Leona: muito obrigada, de verdade, mas os humanos só dão as coisas em troca de dinheiro e eu não tenho para você comprar as coisas.

Cinderela: não se preocupe eu tenho, irei lá buscar e já volto.

Cinderela voltou para a mercearia, ela não precisava se preocupar com dinheiro, pois ela pegou tudo de mais caro de sua madrasta e vendeu durante o caminho até a floresta, e ela acreditava que não iria usar o dinheiro dentro da floresta. Quando Cinderela volto já estava com a mistura pronta, passou na árvore e entregou o restante para Leona e explicou como deveria fazer. Leona ficou tão feliz que não conseguia parar de pular de felicidades e abraçar, Cinderela se sentia bem com cada abraço de Leona.

Leona: estou lhe devendo a minha vida Cinderela, estarei eternamente em divida com você

Cinderela: Você não me deve nada, fiz isso porque era o certo a ser feito.

Cinderela queria seguir viajem mas já estava ficando tarde e escurecendo, não queria se arriscar no meio da floresta durante a noite e também estava cansada então perguntou para Leona se poderia passar a noite ali, junto dela.

Leona: mas é claro que pode, iremos dormir juntas em minha árvore