Capítulo oito

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- Parece que você tem visita, Anna. - Lizzy sorriu para Evan que desde que havera entrado não tirou seus olhos de mim.

Lizzy saiu pela porta a fechando em seguida e Evan e eu fitávamos um ao outro.

- Eu... - Falamos ao mesmo tempo e rimos pela coincidência.

Evan foi até o vaso vazio e colocou o buque de lírios brancos. Eu o observei e quando seu olhar encontrou o meu, baixei minha cabeça. As lembranças daquela noite ainda oscilavam em meus pensamentos, ser escravo da sua própria mente é ser fadado a sofrer durante toda a vida.

- Eu estou muito envergonhada... Sobre tudo. Não queria agir daquele jeito, principalmente machucar alguém na frente da escola inteira. - Enquanto falava, olhava para o cobertor branco.

Não queria ter que ver o rosto de Evan e lembrar da sua expressão quando me viu perdendo o controle.

Ele se aproximou sentando no fim da cama me olhando.

- Está tudo bem agora, é o que importa. - Encarei Evan.

- Como ela está? Chloe... - Estava hesitante em perguntar e por mais que a detestasse, era perturbador lembrar do seu rosto ensanguentado e sua expressão horrorizada.

- Bem, nada grave. Eu sei que você não estava em si. - Ele franziu os lábios e baixou a cabeça.

- Obrigada. - Olhei de soslaio para as flores ao meu lado.

- Não precisa me agradecer. - Sua boca se curvou em um sorriso.

De repente franzi o rosto e encarei as flores.

- Aconteceu alguma coisa? - Evan ficou de pé me observando, ele estava confuso.

- Como sabe que gosto de lírios brancos? - Questionei.

Vi que a cor fugiu do rosto de Evan e ele engoliu seco.

- Eu não sabia. Os vi e achei que gostaria de receber. - Evan limpou a garganta e eu ri soprado. - Do que está rindo?

- É engraçado... Você literalmente acertou minha flor favorita. - Era estranho, mas tudo pode acontecer.

- Significa que se eu apostar na loteria posso ficar milionário. - O comentário de Evan me fez soltar uma risada alta. - Te fiz rir. - Evan aproximou-se e sentou em uma poltrona ao lado da cama.

- Quando vai receber alta ? - Ele perguntou apoiando seus braços nas pernas e me olhando atencioso.

- Não sei, acho que vão mudar meu medicamento, espero não ir para um manicômio. - Evan me olhou sério.

No fundo sabia que esse talvez seja minha única opção,, ninguém deveria viver com outra pessoa totalmente estável.

- Sei que o que aconteceu com Chloe não foi de maneira nenhuma legal, mas você não estava ali. - Enquanto Evan falava gesticulava com as mãos, era engraçado e fofo.

- Não quero ver a cara das pessoas, sinceramente... poderia ficar aqui para sempre. - A tristeza nublou minha feição.

- Você vai voltar a estudar e sua rotina vai ser a mesma e ninguém vai falar sobre isso, não na minha frente. - Ele sorriu e segurou minha mão.

Meu corpo se arrepiou com seu toque.

Evan e eu iniciamos um diálogo leve e descontraído, sobre o clima vultuoso do hospital e o quanto inverno era superior ao verão. Ele me contou que seu sonho era se tornar um ator renomado e que sonhava em fazer parte de uma série de terror, eu contei que também queria ser atriz só para me sentir outra pessoa, eu passaria horas do meu dia observando Evan Peters falar sobre qualquer assunto banal, eu decoraria cada movimento seu, principalmente quando ele sorria e jogava a cabeça para trás enquanto seus fios loiros escuros atrapalhavam sua visão, ou quando ele me escutava com atenção, como se o que eu falasse fosse uma poesia e eu uma poetisa.

- Minha mãe apoia meus sonhos, mas sei que é só um sonho. - Também gosto da profissão dela, sabe? Ela ajuda as pessoas, eu seguiria facilmente sua carreira. - Ele falava com tanto orgulho de sua mãe que um sentimento de tristeza invadiu meu ser.

Eu não tinha pai e menos ainda uma mãe que me amasse, mas ver Evan feliz aquecia meu coração.

- E o que sua mãe faz? - Quando Evan pendeu a cabeça para o lado e fez menção para me responder, algumas batidas foram ouvidas na porta e ela logo se abriu, mostrando a figura de Olivia que sorriu mostrando suas covinhas.

Evan se levantou rapidamente.

Meu rosto se iluminou ao ver Olivia ali, senti vontade de levantar e abraça-la. Talvez Olivia despertava a sensação de ter uma figura materna ao meu lado, apesar de ser apenas minha psicoterapeuta eu estava criando laços com ela.

- Acho que depois nos vemos. - Evan franziu os lábios e colocou as mãos no bolso.

- Obrigada pela visita. - Quando me virei para Olivia vi que ela observava Evan com certa ternura.

Quando Evan assentiu para mim e saiu pela porta vi que cumprimentou Olivia com um sorriso tímido saindo em seguida do meu campo de visão.

- Sinto muito por ter demorado tanto. - Ela fechou a porta e se aproximou.

- Acho que acabei perdendo o controle e o furacão tomou conta das minhas emoções. - Estava encarando o chão.

Olivia sentou-se na mesma poltrona que Evan estava, um silêncio pairou sob o ar, até Olivia falar.

- Existe uma lenda que fala que os indígenas da América consideravam o furacão como uma revolta dos elementos contra a terra, a aparição é associada ao fim de um tempo e a promessa de uma nova era, pois, depois da passagem e a destruição, a terra irá restaurar a vida em um sentido mais amplo, um ciclo diferente. Furacão significa renovação, uma fase melhor está por vim. aparição é associada ao fim de um tempo e a promessa de uma nova era. Após sua passagem e a destruição, a terra irá restaurar a vida e num sentido mais amplo, um ciclo diferente. - Olivia tinha uma voz firme e cheia de motivação.

Ela pegou na minha mão, na mesma que tinha um acesso.

- É antiético o que irei falar, mas essa visita não é uma de nossas sessões de paciente e terapeuta, e sim de uma amiga. - Seus olhos brilhavam.

Eu senti meus olhos inundarem e suspirei profundamente contendo minhas lágrimas, estava tudo bem desabar agora com alguém que me viu fazendo isso centenas de vezes, mas eu precisava mostrar que estava sendo forte.

Ela soltou delicadamente minha mão e fitou as flores.

- Belas flores. - Ela cheirou as flores.

- Obrigada, o garoto que saiu que as trouxe. - Respondi.

- Evan? - Perguntou distraída com o cheiro.

- Como sabe o nome dele? - Senti uma misto de confusões pousar sob meus sentimentos.

- Ouvi na recepção. - Olivia me olhou de soslaio e respondeu simplista.

- Claro... - Balbuciei.

Sweet pain| EVAN PETERSOnde histórias criam vida. Descubra agora