Liana --------

Controle

– Está bem, tenho uma ideia. – Ele disse.

Espantei-me quando Miguel começou a retirar sua jaqueta cheia de bolsos e ferramentas. E fiquei ainda mais espantada quando vi os enormes braços musculosos que ele escondia ali.

Miguel definitivamente era alto, e nada velho. Apesar dos fios grisalhos. Seus braços eram incrivelmente fortes.

De uma forma engraçada, ele ajeitou o cinto da calça, como se a mesma fosse cair. Reparei na regata branca, justa, que marcava seu peitoral e abdômen perfeito.

– Vou te apoiar... – Ele disse, juntando as mãos, e apoiando sobre a coxa grossa. – Suba.

– O que? – Eu não poderia fazer isso.

– Quer o livro, não quer? – Ele insistiu, ainda com um sorriso descontraído. – Vai, sobe. Eu te seguro menina!

Assenti, ainda com medo. Na verdade estava mesmo era intimidada por ele.

– Juro que não vou te deixar cair. – Ele riu. – Você é tão magrinha, não pode pesar mais que os troncos de árvores que preciso enfrentar.

– Troncos?

– É sou militar... Mas por aqui é tão calmo, que as chamadas são apenas alguns troncos sobre a fiação elétrica.

Eu ri, tentando abstrair e confiar nele.

– Tá bom.

Retirei as sapatilhas e fui até ele.

Observei ele se agachar um pouco. Respirei fundo e tomei coragem para tocar em seus ombros.

Quando minhas mãos seguraram em seus ombros, apreciei o toque. Sua pele era morna, macia, e seu perfume era algo másculo e único.

Fui subindo, escalando aquele corpo.
Esse homem é enorme!

– Isto, agora apoie na estante.

Tirei minhas mãos de seus ombros e segurei na estante, minha regata curta, subiu, mostrando minha barriga.

Miguel trouxe meu corpo para próximo dele. Erguendo-me mais.

Minha cintura estava na altura do seu rosto. Vi quando ele fechou os olhos e pareceu concentrar-se no que fazia. E me ergueu mais.

Minhas mãos quase já alcançavam a última prateleira quando uma barata surgiu bem à frente dos meus olhos.

– Ah! – Gritei. Desequilibrando-me.

Miguel me agarrou imediatamente. Segurando-me em seu colo.
Agarrei-me a ele, meus braços em volta de seus ombros, minhas pernas em volta do seu quadril.

Senti suas mãos fortes apertarem minha bunda por cima de minha calça jeans. Meus peitos, quase expostos pelo decote de minha camiseta curta,  estavam arrepiados.

Miguel olhou em meus olhos, sua boca entre aberta. Fiquei paralisada, sentindo seu corpo morno, seus braços fortes a me apertarem contra ele.

Seus lábios tão próximos aos meus que podia sentir sua respiração contra meu rosto. Seu halito cheirava a menta.

Por alguns segundos, fez-se silêncio, e eu não tinha vontade alguma de me afastar dele.

Meu coração acelerou de uma forma da qual nunca havia sentido, e meu corpo aqueceu ao toque dele.

Olhei para os seus lábios... Senti um desejo insano de prová-los.
Eu não era capaz de ouvir nada, a não ser nossa respiração pesada e me coração acelerado.

Seguindo meus desejos, fechei os olhos e respirei fundo, com a boca entre aberta, passando a língua sobre os meus lábios...
Fui me aproximando, até sentir o toque macio dos lábios dele nos meus.