Kn
Mal entrei na boca e a primeira pessoa que eu olhei foi Luana, a cara dela não tava nada boa então nem fiquei de gracinha.
Luana: Demorou por quê? - perguntou quando cumprimentei ela.
Kn: Minha coroa não tava se sentindo muito bem. Papai ainda não voltou da missão, aí tá ligada como é né?
Minha mãe tá grávida de sete meses, aí é bem complicado porque meu pai sai pra fazer as missão e eu fico em casa com ela e meu outro irmão menor.
Michel tem oito anos, ele me ajuda em tudo, mamãe não pode fazer muito esforço, então nós faz as coisas em casa pra coroa descansar melhor e não ter risco nenhum.
Neném é uma menina, geral já tá ansioso pra ela nascer. Fico mó feliz de saber que vou ter uma irmã, porque quando a mãe tava grávida do Michel, na ultrassom mostrava uma menina, mas aí nasceu o chato da família.
Negócio de ser irmão mais velho é puxado, tá ligado? Pq quando o coroa não tá eles depende de mim, qualquer caô eu tenho que bater de frente, pelo menos enquanto minha mãe tiver grávida, porque depois que a piveta nascer a mulher volta ser vida louca novamente.
Luana: Tô ligada. - murmurou - tenho um serviço pra ti.
Kn: É pra eu fazer o quê?
Luana: Cobrança na rua dez, Marlene nunca pagou a conta. - fiz careta, coçando a cabeça - faz cara feia não, vai logo. Avisa que tu tá indo só mais essa vez, da próxima eu que vou e o proceder já vai ser diferente.
Me entregou a chave da moto dela e eu fui saindo. Por enquanto sou vapor, mas faço algumas cobrança e outras parada, bagulho é me esforçar pra ser subgerente e só crescer mais e mais.
Me mandei pra rua dez e quando cheguei estacionei a moto por lá e fui andando pra casa da Marlene. Bati na porta e não demorou vieram falar comigo.
Marlene: Ah não, Kn, por favor. - falou com voz de choro, se escorando na parede.
Kn: Relaxa, mano, relaxa. Tu ainda não vai morrer, não. - empurrei a porta e entrei, indo sentar no sofá.
Marlene: Então fala logo, cara. Luana já mandou dizer que vai me matar, né? Fala logo, eu sei disso. - sentou do meu lado.
Kn: Pô, véi. Se tu sabe, por que não muda? - ela começou chorar, dizendo que não sabia - paga essa dívida enquanto tá só quinhentos reais. Tô te dando só esse conselho mermo porque depois vai ser tarde demais.
Marlene: E como eu vou pagar? Eu não tenho dinheiro. - passou a mão no rosto, olhando pra mim.
Kn: Pede emprestado, não sei, vai conversar com ela, tenta pagar de outra forma. - levantei e fui andando pra porta.
Marlene: Mas... - nem deixei ela terminar de falar.
Kn: Não sei, te vira. Já te avisei e não foi só uma vez. - fechei a porta e saí.
Avisei Marlene mais de uma vez e ela nunca me ouviu, filha dela já deu conselho também e nada, a menina sempre apanha e vai embora. Desse jeito também não dá, só pra apanhar então nem eu ia mais.
Quando a pessoa quer ajuda aí sim é uma coisa, mas se quer continuar fazendo aquilo que faz mal, então nós num pode fazer mais nada.
Kauan/ Kn - 18 anos
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A Libertina
Random"Observei o amor da minha vida partir e senti um vazio no peito, passei a mão sobre seu rosto pálido e uma lágrima escorreu, pedi pra ela ficar comigo, mas foi em vão..."