Epílogo

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Amanhecia.

Era um lindo dia lá fora.

Não havia sinal algum de chuva, e o calor não era extremo, de forma que o tempo estava o mais agradável possível.

Era a oportunidade perfeita para sair de casa, caminhar, passear no centro da cidade, tomar um sorvete, jantar fora...

Todas os jornais anunciavam a mesma coisa na primeira página:

"Completa hoje sete anos desde o incidente da família Zenin: A Ascenção e o sucesso de Maki Zenin como líder e proprietária da família e seus negócios (entrevista exclusiva!!!)"

Um desses jornais estava jogado à porta de uma residência, quando foi acidentalmente pisado por uma mulher que usava roupas confortáveis, uma regata e calças Leggin pretas, junto à uma bota (que a deixava ainda mais alta).

A mulher era Maki Zenin, que agora chegava em casa. Tinha tirado o dia de folga, a pedido de Yuta.

Olhou para o jornal no chão, e deu um sorrisinho, tinha dificuldade de levar a mídia a sério, e se divertia pensando o como eles não sabiam metade do contexto de todos os acontecimentos.

Quando abriu a porta, Maki começou imediatamente a ouvir uma música vindo do andar de cima, e soube exatamente o que era.

Atravessou a cozinha e a sala de estar em passos suaves, para não interromper a música. Subiu as escadas com igual suavidade, e parou à porta aberta do quarto de Yuta e Maki.

Lá estava o garoto, sentado à cama deles, tocando sua guitarra.

O solo de guitarra era uma música da qual Maki não se lembrava muito bem. Teve de pensar um pouco pra se tocar de que a música era Darkness at the Heart of my Love da banda Ghost.

Maki assistiu o garoto dedilhar a guitarra atentamente, e com um grande sorriso no rosto. Yuta tinha bastante vergonha de mostrar seu talento com a guitarra para os outros, pois achava que não era tão bom nisso. Mas na verdade, ele era incrível, Maki não se cansava de lhe dizer isso.

Quando tocou a última nota, Maki bateu palmas, o que fez o garoto dar um leve pulinho, não tinha percebido ela ali ainda.

- A-ah!! Maki!!! - Yuta corou um pouco - Uh... Bem... Você... Gostou?

- Você sabe muito bem que isso foi completamente incrível, amor.

Yuta desviou o olhar, mas sorriu como um bobo.

- Ah, obrigado! Pra falar a verdade eu ainda estou treinando essa música.

- Se isso é só você treinando, então imagina a versão final? - Maki abriu um sorriso, e se sentou ao lado de Yuta na cama.

Yuta largou a guitarra na cama, e olhou para a parede.

- E aí, você tá pronto? - Maki perguntou olhando para Yuta.

- Bem, eu acho que sim! - Yuta ajeitou a postura e agora virou seu olhar diretamente para Maki - Você disse que tinha algo à me contar, eu admito que eu tô bem ansioso!

Maki pigarreou, deixou um sorriso escapar e então fechou os olhos, pensando em como iria falar aquilo. Estava procurando uma maneira que deixasse Yuta ainda mais na expectativa.

- Olha só, amor - Maki, por fim, recuperou a compostura para falar - eu queria falar que você vai ter que ir nas reuniões da empresa no meu lugar, por um bom tempo daqui em diante. Tudo bem?

Yuta piscou algumas vezes. Não podia negar que estava um pouco decepcionado, esperava algo mais, senão uma notícia de trabalho.

- Ah - ele tentou não parecer sem graça, mas era bem difícil - Ah, bem... Hmm... É claro, pode deixar! É só me passar as pautas que eu te cubro.

Maki sorriu.

- Muito obrigada, amor, de verdade!

- Uh... Mas... Por que você vai ficar um tempo sem poder ir às reuniões afinal?

Era aí.

Chegamos ao ponto que Maki esperava.

Ela abriu um grande sorriso para falar:

- Licença maternidade. Sabe?

- Ah, tô ligado.

Yuta encarou a parede por alguns segundos. Percebeu que não tinha processado aquela frase direito. Espera, o que era licença maternidade mesmo? Ele já tinha ouvido falar. Botou sua cabeça para funcionar, ele trabalhou no setor administrativo de uma empresa, ele sabia muito bem o que era.

Então, a ficha caiu.

Maki estava rindo da lerdeza de Yuta, quando ele saltou da cama, olhando com um sorriso extremamente surpreso:

- O QUE?! ESPERA, VOCÊ TÁ FALANDO SÉRIO? SÉRIO SÉRIO SÉRIO MESMO?? - ele dava pulinhos enquanto falava.

- Eu estou! - e continuou com o mesmo sorriso no rosto.

Yuta só esperou a confirmação de Maki, e então congelou no lugar. Já sabia perfeitamente o que estava acontecendo, mas precisou perguntar mesmo assim pra ter certeza:

- Vamos ser pais? - ele disse com a voz fraca e esperançosa.

- Uhum. Em dobro. São duas.

Yuta foi à loucura.

Jamais tinha falado isso à Maki, mas ele sempre havia sonhado em ser pai, apesar de nunca ter se preparado psicologicamente para tal. Ele constantemente se pegava pensando em que tipo de pai ele seria. Parece que agora, teria de descobrir na prática!

Yuta pensou que o dia em que se casou com Maki tivesse sido o dia mais feliz da sua vida.

E então, veio o dia de comemorar seu casamento. Foi mais feliz ainda.

E então, veio hoje.

Parando para pensar, Yuta percebeu que a cada dia que passava, ele era mais feliz.

E isso tudo era graças à Maki.

E então, somente com o olhar, ele agradeceu à garota. Agradeceu por todas as felicidades que eles viveram e que viverão juntos. A garota pareceu entender, pois fez o mesmo.

Haviam diversas felicidades sobre as quais Yuta gostaria de pensar sobre, mas nesse momento, sua cabeça só rondava em torno de uma pergunta:

- E quais vão ser os nomes, amor?

Talvez um dia, nos descubramos. Mas por hora, esse momento pertence a eles. Afinal, essa história pertence à Maki Zenin e à Yuta Zenin.

E nem mesmo uma família inteira pôde mudar isso.

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