Per Amore

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Quando Manigold soube da morte de Peixes, enfureceu-se e prometeu a si mesmo que o sacrifício dele não seria em vão. Depois da notícia que o Rosário de Asmita ficou pronto, este saiu quase que de imediato para fazer uma "caçada", como Kardia gostava de chamar suas missões. Porém, foi detido por seu Mestre, que o repreendeu por ser tão imprudente. Esta foi a segunda vez que isso aconteceu, pois o mesmo quase ocorreu quando o pisciano faleceu e os Espectros dentro da barreira voltaram à vida.

Dias depois, ele foi mandado para uma missão em Florença, na Itália. Tal local ficava nas proximidades do antigo vilarejo de Tenma, e era onde o Castelo de Hades havia se estabelecido. Ficou pensando no que encontraria por lá. Dohko e Shion haviam dito que o pequeno vilarejo fora banhado no sangue de seus habitantes devido ao massacre que os Espectros fizeram quando Hades reencarnou.

Estava quase chegando às ruínas da vila, quando um Espectro aparece andando calmamente pelas casas destruídas e cadáveres em decomposição. Vendo que, aparentemente este não o tinha percebido, esconde-se entre algumas árvores distantes e fica a observá-lo. Este parecia-lhe familiar. Era alto, de porte elegante, longos e lisos cabelos brancos, mas com um brilho prata, pele clara e heterocromia nos olhos, violeta no direito e dourado no esquerdo. Este trajava uma Sapúris em forma de grifo. Era idêntico ao qual Shion dissera que lutou contra Albafica. O Juiz do Inferno Minos de Griffon, a Estrela Celeste da Nobreza.

O canceriano, ao reconhecê-lo, quase sai de seu lugar para atacá-lo. Queria matá-lo ali mesmo por ter ceifado a vida de seu companheiro, mas antes que fizesse isso, alguém o chama por telepatia:

- Manigold!

- Que susto, velhote!

- Lembre-se que sua prioridade é a missão, então nada de se envolver em lutas desnecessárias.

- Do jeito que fala, parece até que está me espionando, chega a ser assustador.

- Eu sei o que pensava em fazer e ordeno que deixe isso de lado por enquanto.

- Ah, que seja.

- Aguardarei seu retorno.

O italiano volta a observar o Juíz. Sabia que não passaria despercebido, não por ele, mas ao menos criaria uma distração para passar rápido por ali, mesmo a contragosto:

- Acabo com você depois, maldito.- Pensa.

Como ainda haviam espíritos vagando pelos destroços, este junta alguns na palma de sua mão, formando algo semelhante a uma rosa, e lança-a, como Albafica fazia. Para que seu esconderijo não ficasse explícito, ele teleporta seu golpe, fazendo com que este viesse do outro lado. A rosa de espíritos, ao colidir com uma casa destruída, causa uma explosão e, por consequência, faz o Espectro desviar sua atenção, dando chance de Manigold adentrar a estranha floresta que começava naquela vila.

Após alguns minutos, ele vê uma enorme mosca passando lentamente pela floresta, até que esta para em frente a uma árvore que tinha um galho quebrado. Tamanha a surpresa de Manigold quando o inseto faz o galho crescer novamente. Antes que o Cavaleiro pudesse fazer alguma coisa, a mosca voa para longe e uma forte ventania arranca algumas das árvores violentamente deixando apenas um vasto campo vazio. Tal ataque quase atinge Manigold, mas este desvia a tempo e para em uma das extremidades da área. Assim que a poeira baixa, é possível ver o Espectro que causou isso em pé do lado oposto ao canceriano, fitando-o com um olhar de desafio:

- Enfim apareceu, rato do Santuário. Por que estava se escondendo?

- Cale-se, verme. Poupe-me da tua voz irritante.

- Vejamos... Alto, cabelos azuis curtos e arrepiados, semblante debochado, olhar afiado e com um golpe semelhante a uma rosa feita com espíritos...- Pensa consigo mesmo.- Você deve ser Manigold de Câncer.

Por AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora