A luz da manhã raiou, despertando-me suavemente enquanto os raios de sol acariciavam meu rosto. Ao me mover sob as cobertas, Monaurum emergiu, sua cabeça erguendo-se para fora, e ele começou a lamber meu rosto com alegria.
Levantei-me e segui para o banheiro, realizando minhas tarefas matinais. Na sequência, troquei minhas roupas por um conjunto uniforme preto que estava disposto com meticulosa atenção sobre a cômoda.
O tecido era de qualidade, e detalhes cinza corriam ao longo das bordas. O que mais chamava a atenção era o emblema no lado esquerdo do peito, uma marca misteriosa que eu não reconhecia. Além disso, havia partes metálicas prateadas dispostas estrategicamente, esperando algo que aparentemente se encaixaria nelas, embora eu não soubesse o quê.
Para completar o traje, vesti uma longa bota preta que subia até a panturrilha, com detalhes prateados que lembravam o uniforme. Um manto escarlate adornava meus ombros, e nele estavam estrelas negras de quatro pontas bordadas em padrões elegantes.
Desci as escadas em direção ao bar, onde o barman estava sentado à mesa, com um café da manhã generoso à minha espera. O aroma convidativo das refeições matinais flutuava pelo ar, e a atmosfera amigável do local parecia confortável e reconfortante.
— Fique à vontade — disse o barman, um sorriso sincero atravessando seu rosto.
Sentei-me, e Monaurum, que estava ao meu lado, também recebeu sua porção de comida e água. Pela primeira vez, minha fome foi saciada completamente, e cada mordida era uma delícia.
Terminada a refeição, Helke me entregou os papéis necessários para me alistar na Corporação dos Viajantes. Ele então compartilhou uma dica importante comigo, sugerindo que visitasse a biblioteca e explorasse os "Arquivos de Procellae" para obter informações valiosas sobre o reino. Com as palavras de Helke em mente, me preparei para sair.
— Antes de partir, posso finalmente saber seu nome? Pode ser um adeus. — perguntei, curioso.
Helke soltou uma risada breve e revelou: — Sou Helke. Agora vá, não será um adeus. Enquanto estiver no reino de Typhon vai me ver muito ainda.
Com essas palavras, deixei a taberna e segui o caminho até a Corporação dos Viajantes. Pelo trajeto, fiz questão de perguntar a várias pessoas para não me perder. Logo, cheguei ao prédio na segunda elevação do reino. Sua estrutura era pintada de branco e ostentava uma placa com um viajante portando uma espada e um ciclone, tudo preso por correntes. Uma pequena cabine na entrada abrigava uma mulher, a quem entreguei os papéis e aguardei, como instruído.
Alguns momentos depois, ela retornou com um papel atualizado que confirmava oficialmente minha entrada na Corporação dos Viajantes.
Um cartão de identificação com o nome "Neon Nullus Ignotus" estava anexado aos papéis, um nome estranho e não solicitado.— Parabéns, você agora faz parte da Corporação dos Viajantes, Sr.Ignotus!
— Ignotus? — Pergunto confuso.
— Nos papéis que me foram entregues estava seu nome completo, " Neon Nullus Ignotus ", há algum problema com essas informações? — a mulher adverte e questiona.
— Não, estão corretas... não se preocupe. — Helke fez questão até de criar um nome para mim, mesmo ele sendo horrível, preciso seguir o rumo da conversa para não ter imprevistos.
Enquanto me preparava para embarcar em minhas tarefas, fui informado de que todas as missões estavam temporariamente encerradas, restando apenas as de classe bronze para o próximo dia. Decidi retornar pela manhã.
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O Conto de Alguém Sem Nome
Fantasía"Nas terras de Dreviaty, em uma parte isolada do reino de Griffith viviam a miséria, a dor e a angústia, tudo aquilo que os nobres deixaram para nós, aqueles que não possuíam valor e dignidade, apenas seres descartáveis que não tem a permissão de te...