Margarida on
Mais um dia de trabalho, eu iria ver o treino.
Avaliei alguns jogadores, prestando atenção como eles jogavam, caso alguma coisa não estivesse bem.
Eu sempre gostei de futebol e de ajudar os outros, daí ter escolhido fisioterapia desportiva.Hoje era sábado, e o jogo seria amanhã, eu iria estar presente no jogo, para caso algum jogador se lesionasse, agora era oficial eu era fisioterapeuta do Benfica, eu não podia estar mais feliz.
O treino estava quase a terminar, quando o Neres faz falta sobre o António Silva, o António levantou-se e começou a coxear, o mister perguntou se ele estava bem e ele deu apenas um polegar para cima.
Mas o mister não pareceu acreditar, e partilhou um olhar comigo, e eu percebi que tinha de lhe dar uma vista de olhos.
O treino terminou, o mister mandou o António vir comigo, e ele veio contrariado, caminhámos até uma sala, eu ía á frente e ele vinha atrás de mim, abri a sala, deixei-o entrar e fechei a porta.
—Pode-se sentar—eu disse-lhe apontando para a maca
Ele fez o que eu lhe pedi, caminhei até ele e começei a desapertar os cordões da sua chuteira, e retirei-a, em seguida agarrei no tecido da meia e retirei-a suavemente, olhei para ele como se pedisse permissão para lhe tocar, ele olhou para mim, e desviou o olhar logo em seguida, eu esfreguei as minhas mãos uma na outra para as aquecer, e começei a examinar o seu tornozelo, fiz alguns movimentos e olhei para as suas expressões para ver se ele mostrava alguma dor.
Ele parecia não demonstrar nenhuma dor, ou melhor, tentava não demonstrá-la, reparei que ao fazer um movimento ele mudou de expressão.
—Dói?—eu perguntei voltando a fazer o mesmo movimento
—Não—ele disse com um certo receio
—António tens de ser sincero, eu estou aqui para te ajudar, não para te prejudicar—eu olhei para ele e percebi que ele recusava a encontrar o meu olhar—Responde-me dói-te
—Sim—ele acabou por responder
De repente, bateram á porta.
—Entre—eu disse olhando para a porta
—Margarida, a sua mãe está no telefone—disse a rececionista
—Faça me um favor, peça para ela me ligar, daqui a alguns minutos—eu disse ela concordou e retirou-se
Eu voltei a minha atenção novamente para o seu pé.
—Se quiser pode atender—ele disse
—Neste momento o trabalho é mais importante—eu respondi-lhe, afastei-me dele
—Levante-se—eu disse-lhe ele levantou-se, ao fazê-lo apoiou-se no meu ombro, ele ía retirar a mão do meu ombro, mas eu agarrei-a, não o deixando retirá-la—Não se preocupe, pode apoiar-se em mim
Ele assim o fez ele deu alguns passos e eu observei como ele andava, aparentemente não parecia nada demais, nada que gelo é um gel anti-inflamatório não curasse.
—Pode-se sentar novamente—eu disse ajudando-o a sentar-se novamente
Fui até um dos armários, e retirei a pomada, chamei uma auxiliar fisioterapeuta para me trazer gelo, após ela o trazer, eu coloquei sobre o seu tornozelo.
—Desculpe incomoda-la, mas sua mãe ligou outra vez—disse a recepcionista
Eu suspirei, eu teria de atender o telemóvel ou ela não iria parar de ligar.
—Dê-me o telefone—eu disse estendo a mão e ela entregou-me o telefone
Eu peguei na mão dele e coloquei-a sobre o gelo, e atendi o telemóvel.
—Diz mãe—eu disse com um tom de voz neutro—Não te preocupes que eu vou busca-la, assim que sair do trabalho eu vou lá
Falei mais pouco com ela, e depois desliguei, coloquei o telefone em cima da mesa, e caminhei até ele, tirei o gelo, e coloquei-o no lixo, peguei no creme e comecei a passar no seu tornozelo e massageei-o.
—Vou poder voltar a jogar?—ele perguntou-me
—Em princípio sim—eu disse-lhe sem olhar para ele
Após terminar, lavei as mãos, abri uma das gavetas e tirei uma meia elástica, deixei a pele absorver o creme, e coloquei-lhe a meia
—Apenas não te apoies muito no pé, e tenta repousar, o máximo que puderes—eu disse encontrando o seu olhar—E amanhã estarás novinho em folha, pronto para o jogo
Ele pegou na chuteira e na meia, levantou-se, e caminhou até à porta.
—Quer ajuda para chegar ao balneário?—eu perguntei aproximando-me dele
—Não, não é necessário, você já fez muito por mim—ele disse virando-se para me olhar
—É o meu trabalho—eu disse com um sorriso
Ele apenas concordou com a cabeça e saiu
Eu suspirei, arrumei a sala, e caminhei até aos balneários, abri o meu cacifo tirando as minhas coisas de lá, mudei de roupa, peguei nas minhas coisas, saí, e disse até amanhã ao segurança.
Caminhei até ao meu carro, entrei dentro dele, e dirigi até à escola, como era hora de ponta à escola estava cheia de pais, tranquei o carro, e adentrei na escola.
Cheguei à sala, a educadora viu-me, e eu fiquei à espera.
—Mamã—assim que a vi abri os meus braços
Ela correu em minha direção, e eu peguei-a ao colo, e caminhámos até ao carro, coloquei-a na cadeirinha, e comecei a dirigir, mas fiz um desviou para comermos no McDonald's.
Vocês devem estar a perguntar filha?
Pois é uma longa história...
VOCÊ ESTÁ LENDO
Opposites-Antônio Silva
FanficAntônio sempre foi muito fechado, por muitos considerado frio e sério A sua paixão é o futebol, por gostar muito de futebol, ele nunca pensou muito em relacionamentos, nem sequer faz questão de ter um. Margarida é uma pessoa carinhosa e simpática...