Parte 1.

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Mais uma vez sozinha naquele quarto de bordel. Mais uma vez cansada. Mais uma vez...

Todas as noites, Sarah tinha que se sujeitar às ordens de homens bêbados e fudidos da vida. Era sempre assim:

Seduzir.

Subir pro quarto.

Tirar a roupa.

Transar.

Ser xingada se não fizesse o trabalho "direito".

Não ser paga.

Descer e fazer tudo de novo.

O que fez ela chegar àquele ponto?

Talvez por não ter muita escolha. Ou por ter que sustentar o seu irmão caçula.

Ou por não procurar direito e ser uma vadia mesmo.

O fato era que ela estava cansada daquilo tudo, mas não podia simplesmente desistir do nada.

Era pouco que recebia, mas era algo.

Já era hora de ir pra casa. Seu irmão provavelmente a esperava. Resolveu tomar um banho e se arrumar, afinal, não queria que seu irmãozinho achasse que tinha arranjado briga ao invés de estar trabalhando.

...

Alguns instantes depois, já estava saindo daquele inferno, se não fosse por um sujeito embriagado querendo uma hora com ela.

– Me perdoe senhor, mas já estou de saída. Se tivesse pedido alguns minutos antes...

Ele a olhou enfurecido, apesar de bêbado.

– Como é que é?! Você não pode me rejeitar desse jeito, sua...!

– Puta? Vadia? Sua o quê? Olha só, têm várias garotas nesse lugar aqui, você não quer arranjar confusão só porque não estou mais disponível esta noite.

Sem mais nem menos, o homem avança contra ela e a puxa pra si, tentando tirar suas roupas ali mesmo.

Em questão de segundos, a música para e alguns seguranças tentam afastar o homem dela. Ele estava louco!

– Escuta aqui, sua... Putinha de cabaré!

– Putinha de cabaré é a sua mãe, seu infeliz!

Com isso, ele consegue dar um tapa no rosto dela. Aquilo havia doído.

Após tirarem aquele homem do lugar e todos se acalmarem, Sarah volta pra casa com uma marca roxa no rosto. E com algumas lágrimas.

Minutos depois, já perto de sua casa, avista uma figura média, porém forte. De cabelos escuros, quase da cor do céu noturno e de olhos heterocromáticos¹, que ela achava encantador. Ao lado dele, seu irmão.

– Maninha! – o garoto corre ao encontro de sua irmã mais velha, que o recebe com um abraço apertado, cheiro de perfume masculino e maquiagem borrada. – Tudo bem?

– Uhum, tá tudo ótimo, guri!

– O que é isso no seu rosto? – o rapaz vêm ao encontro dos dois, já percebendo seu machucado.

– Você se machucou, irmã?

– A-Ah, foi. Eu bati o rosto na janela no escritório. Nada demais.

– Huh... Nada demais... – o mais velho cruza os braços, ciente da situação. – Vamo entrar, já tá ficando frio aqui fora. Depois você me explica como "bateu seu rosto na janela" assim.

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⏰ Última atualização: Nov 12, 2022 ⏰

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