Epígrafe

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Black Thongkham

Observei Kim tocar seu violão, eu respiro fundo. Hora da verdade.

— Kim, precisamos conversar.

— Fala —ele murmura ainda sem tirar os olhos do violão.

— Pode me olhar?

Ele apenas responde um "uhum" ainda sem me olhar.

— Kim, eu vou quebrar a merda desse violão se não me olhar agora —eu arranquei o violão das suas mãos. — É um assunto sério.

— Então fala —ele me olha sério. — O que é tão importante?

Vamos, Black, é agora ou nunca.

— Fui eu quem atirou no seu pai.

— Você o quê!? —ele me olha incrédulo.

— Eu atirei no seu pai e graças a mim ele está no hospital em um estado bem crítico, mas antes de qualquer coisa eu só quero lembrar que você disse que me amaria independente de tudo.

— Você atirou no velho? —ele senta em meu colo e aperta minha mandíbula. — Por que não me contou há três semanas?

— Porque não era o momento.

— Você é um babaca —ele respira fundo. — Estou com fome.

— Sua casa, amor, é só me dizer o que quer comer e aonde está.

— Suco de laranja e bolo, está na geladeira —Kim se levanta.

— Por que você mora em um edifício e a cozinha é do outro lado?

— Não sei —ele sorri. — Quem busca Porschay hoje?

— Os dois, não vou sozinho até lá. Aquelas garotas ficam tentando me agarrar.

— E o que eu posso fazer? —Kim revira os olhos.

— É meu namorado, tem que fazer algo.

— Infelizmente não posso fazer muito—ele abre a porta do quarto. — Vamos.

Eu o sigo para o lado de fora.

— Kim.

— Hum? —ele desce as escadas a passos rápidos.

— Nesses três anos você nunca respondeu se queria namorar comigo.

— É claro que respondi —ele segue pelo corredor.

— Não, você só brigou comigo e me mandou calar a boca.

— Black —Kim respira fundo e se vira na minha direção. — Eu aceito namorar com você porque eu te amo e não porque eu quero que você cale a boca.

Eu o beijo.

— Sabe que eu estava brincando, não é?

— Cala a boca, Black —ele respira fundo. — Fica quieto, você está me incomodando desde que acordou.

Meu celular tocou, eu o peguei no bolso da minha calça e atendi.

Oi, Black —ele fala.

— Quem é?

Kamon —ele responde. Olhei confuso para os lado.

— Não ajudou muito.

Desconfiei —ele ri. — Nos conhecemos há quatro anos.

— Faz bastante tempo, no momento não posso falar estou ocupado, mas pode falar com meu namorado se quiser —eu entrego meu celular a Kim. — É um tal de Kamon.

After -Macau and KimChayOnde histórias criam vida. Descubra agora