CAPÍTULO - 17

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Assim que saímos do elevador, o contato do 5° andar estava a minha volta, caminhamos juntos até as escadas que levavam para a sala de comando, mas em vez de subir-las, seguimos por um outro corredor próximo à elas. Dessa vez, o espaço era um pouco diferente dos demais corredores do búnquer, agora javia alguns cheiros muito parecidos com os de lá fora. Aroma de plantas, terra e chuva.

No fim do corredor, próximo a uma portão metálico, nos deparamos com duas garotinhas que esperavam ou procuravam por algo.

- Posso saber, o por que das duas mocinhas estarem matando aula ? - Nicolas pergunta, uma linha reta se foram em sua sobrancelha.

As duas garotinhas se olham.

- O Nino sumiu e estávamos procurando por ele - a menina mais velha que devia ter uns sete anos respondeu.

- E quem seria "o Nino " ? - Nicolas passou a afinar a voz para algo mais infantil.

- O nosso gatinho - a menina mais nova declarou prontamente -, ele sumiu hoje de manhã e achamos que ele podia estar aí dentro - ela apontou para o portão.

Nicolas me olha como se eu tivesse a solução para o problema.

- Posso dar uma olhada lá dentro para vê se ele estar passeando por lá, mas com uma condição.. - ele faz uma pausa e as meninas ficam atentas - Quero que voltem para a aula e se caso, ele estiver lá dentro, levo até vocês. Combinado?

- Promete - a menina mais nova que tinha feições indígenas levanta o dedo mindinho como um gesto de juramento.

- Prometo. - ele junta o mindinho ao dela - Agora vão, soube que tem aula de matemática hoje.

As crianças fazem uma careta como se aquela palavra fosse extremamente inimiga.

- O que ? Matemática é muito legal - ele argumenta estreitando os lábios - muito útil para os dias de hoje.

- Tenho certeza que sim - Falo e em seguida, dou um leve empurrão nos ombros dele para fazer com que continue a andar e ser livre das crianças.

- Ok meninas, voltem para a aula - Nicolas se despede delas fazendo um pequeno cafuné em cada uma delas.

As garotinhas vão embora nos olhando como se fôssemos dois estranhos e uma delas sussurra algo no ouvido da outra e em questão de segundos, começam a dar risadas.

Nicolas pega um oktok que estava pendurado numa prateleira na parede direta do corredor.

- Código 12, câmbio - alguns ruídos são emitidos.

- Quem pede autorização? Câmbio - a voz do outro lado da linha pergunta. Uma leve melodia toca na ligação.

- Advinha, câmbio.

Um barulho único e metálico soa, Nicolas devolve o oktok sobre a superfície da prateleira, em seguida segura a fechadura do portão que era formado por uma barra de ferro.

- Pronto ? - ele me olha.

- Vamos lá - respondi sem esperar o que teria do outro lado.

Ele empurra a barra, a porta então é aberta e aquele cheiro que eu havia sentido no início, fica ainda mais forte.
Meus olhos então encontram um enorme galpão lotado de plantas distribuídas em vários canteiros que se espalhavam em fileiras ao longo de todo o espaço, de início pude me atentar para aos legumes e verduras que haviam ali. Tomate, repolho, abóbora, coentro, feijão, pimentão e dentre outros.
Tudo ali parecia vivo, as plantas não ficam só no chão do espaço, também estavam suspensas nas paredes e até em algumas partes do teto.

TEMPORADA DE CAÇA Onde histórias criam vida. Descubra agora