Capítulo 20

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Viviane estava ansiosa no camarim, havia passado a tarde no salão com as demais garotas, seu cabelo estava cheio de tranças no topo da cabeça, o restante do cabelo caía como cascata, suas unhas ganharam polimento, e estavam pintadas de preto.
Syrhyna estava usando um belo vestido preto justo e brilhoso que cobria as costas e o busto, mas deixava uma parte da barriga à mostra, por debaixo do vestido usava uma legging da mesma cor, a jovem de olhos avelã usava a mesma roupa e agradecia pelo tecido cobrir as costas e a cicatriz da coxa.

Faltava menos de uma hora para o show começar, todas se aqueciam ao lado de Mike e repassavam mais uma vez os passos conjuntos, as sapatilhas de balé já incomodavam nos pés de Houghton, ele espiava por detrás da cortina esperando os Herrera.

—Eu ganhei dois ingressos, três na verdade, para chamar alguém para o dia do show. Pensei em você e sua irmã, afinal você conseguiu isso pra mim.

A garota não esqueceu a expressão de surpresa que ele fez com o convite, na quinta-feira a noite foi atrás do rapaz no trabalho e o convidou, ele aceitou com um sorriso encantador.

—O que espia tanto?

Viviane se virou para encarar a mulher, o terceiro ingresso havia entregado a recepcionista da Party Art, que agora a encarava comendo uma maçã.

—Esperando e caçando— a jovem voltou a espiar pela cortina.

—Seu segundo convidado?

—Exatamente.

Houghton também admirava a riqueza de detalhes do Teatro, o vermelho das cadeiras de couro, os lustres revestidos em ouro e bronze e as paredes com camurça em tons gradientes de vermelho e laranja. No palco, por detrás das cortinas não se impediu de admirar os detalhes do palco, o piso de madeira na cor vinho, o fundo preto e o teto com as hastes de metal com o jogo de luzes profissionais.

—Procurando por mim Houghton?— Ícaro surgiu atrás da garota que deu um passo para trás com o susto.

Viviane encarou o rapaz, os cabelos ruivos presos no topo da cabeça, a barba por fazer, o cachecol azul-marinho envolto no pescoço, e a jaqueta de couro ressaltando os músculos do rapaz que sorria.

—Veio tão elegante só para me ver dançar?

—Gostou do meu visual?

—Está mais bonito que o de costume— ela cruzou os braços e estalou a língua. Ícaro riu.

—Estarei na terceira fileira observando tudo das sombras— ele piscou e saiu do camarim.

A jovem se perguntava como ele havia entrado ali.

—Garota, que pedaço de mau caminho— a mulher ao lado dela se abanou com a mão.

—Aseret!—a recepcionista riu e caminhou em direção à saída.

—Estarei na primeira fileira, faça bonito.
Viviane revirou os olhos e foi até Syrhyna que ajeitava as sapatilhas. As demais conversavam com Mike que estava descontraído.

—Meninas, posição, o show está preste a começar.

Mike foi o primeiro a ficar na posição, as demais ficaram ao redor dele, Viviane e Syrhyna acenaram e ficaram nas posições.

O teatro estava lotado, não havia uma única cadeira vaga, tanto no andar de baixo quanto no de cima, os camarotes estavam com turistas de todas as partes do mundo. O apresentador agradeceu a todos pela presença e disse toda a programação da noite, em poucos segundos a música preencheu o teatro e as cortinas amarelas se abriram.

Com as batidas da música todas começaram a dançar, um solo individual e depois conjunto, Mike se movimentava com maestria ao lado de cada uma, diferente das demais, ele usava um conjunto branco que deixava parte do peito amostra, ele atraia todos os olhares, ou quase todos.

Em Memória ao Beco Waston Onde histórias criam vida. Descubra agora