I Hate You (Secretária & Chefe)

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Hoje cheguei cedo na empresa e fui direto para a sala do Ryan. Provavelmente vamos ter que visitar alguns lugares para decidir a decoração da festa de 50 anos da Tech Hall.

Respiro fundo antes de entrar me preparando psicologicamente, bato na porta e logo entro.

- Bom dia senhor Dolson! - digo vendo que ele estava assistindo a vista dos prédios abaixo enquanto ajeitava a gravata no pescoço.

Por que empresários têm mania de fazer isso?

- Bom dia Margot! - ele se vira dando um sorriso.

- Bom dia senhor Dolson. Ontem deixei uma pasta na sua mesa para que escolhesse as lojas de design decorativas que vamos visitar hoje, você viu? - pergunto.

- Não, acabei deixando pra mais tarde e depois esqueci de olhar, então vou preferir que você escolha. - responde sincero me olhando, esperando por uma resposta.

- Ok... - apenas aceito.

- E não me chame de senhor. Temos a mesma idade, além do mais... você é 5 meses mais velha do que eu. - sorri e vem até mim ficando a poucos centímetros do meu corpo.

Eu abaixo a cabeça como de costume e sua mão toca meu queixo levantando-o me fazendo encarar seu rosto, seus olhos tem um azul tão intenso que me causam calafrios, o que ele tem de intimidador tem de beleza. Eu sempre odiei Ryan, mas nunca neguei o quão bonito ele é.
Pela proximidade de nossos rostos parecia que iríamos nos beijar.

- Me chame de Ryan! - fala baixinho num tom de voz sexy.

- Como sabe que sou 5 meses mais velha? - pergunto interessada. Até porque é um detalhe um tanto minucioso para se lembrar.

- Eu... olhei sua ficha de trabalho. Preciso conhecer meus funcionários, certo? - toca em minha bochecha apertando levemente como se tivessemos intimidade para isso. - Vamos? - ele se afasta e ajeita o terno indo em direção a porta.

Sigo ele e em questão de minutos já estávamos no carro.

Me sentei ao seu lado e deixei a pasta no colo.

O que aconteceu agora pouco foi meio estranho e íntimo demais. Mas...

Ainda tô tentando entender como ele não se lembrou de mim. Engraçado que ontem a Alice a recepcionista me perguntou se ele me tratou mal, eu falei que ele me tratou bem e ela disse que isso é estranho, até porque Ryan não é legal com ninguém segundo ela.

Enfim, confuso.

Olho para o lado e percebo que ele está me encarando, mas ao invés dele desviar o olhar ele continua me fitando explorando cada expressão do meu rosto.

Fico envergonhada e olho para a janela.

Isso me lembrou do ensino médio, toda vez que ele abraça a Lindsay, sua ex namorada, ele olhava pra mim. Aquilo era estranho.

- Margot, eu tenho o pressentimento de que você não gosta de mim. Estou certo? - Ryan pergunta provocativo.

- Não, jamais, você é uma ótima pessoa. - respondo rapidamente negando com a cabeça sorrindo.

- Pode falar a verdade... - ele insiste e coloca sua mão em cima da minha.

- É sério, eu te acho muito legal! - digo ainda gentilmente olhando para nossas mãos com desconforto.

Preciso fingir que gosto. Afinal de contas eu tenho que manter meu emprego independente do meu ódio por ele.

- Então... se me acha legal vai jantar comigo depois do trabalho, certo? - ele fala e olho para seu rosto que estampava um sorriso.

Fico encarando ele um tanto surpresa com seu pedido e me sinto ruborizar. Percebo a seriedade em seu rosto vendo que não se tratava de uma brincadeira.

- Ah... desculpa, não vou poder! - respondo sentindo o nervosismo aumentando.

- Por que não? - pergunta interessado.

- Vou sair com uma amiga. - minto o dispensando.

- Ah, entendi. Então quem sabe outro dia. - ele sorri fraco tirando sua mão da minha.

- Obrigada por me chamar. - sorrio falsamente.

...

Depois de termos ido a todas as lojas de decoração e preparação de festas ele escolheu uma. Ainda bem que me deixou em casa, porque pegar ônibus a essa hora seria complicado.

Reviro minha bolsa até encontrar a chave de casa, abro a porta e entro correndo para o meu quarto me jogando na cama.

Solto um suspiro cansado e agradeço aos deuses por finalmente ter um tempo longe do Ryan.

Procuro meu celular mas não acho de jeito nenhum. Droga... eu acho que deixei cair no carro dele.

Ah... tanto faz! Amanhã eu pego.

...