𝒌𝒏𝒐𝒘𝒊𝒏𝒈 𝒍𝒐𝒗𝒆 • 𝒆𝒗𝒂𝒏 𝒑𝒆𝒕𝒆𝒓𝒔

013

O fim de semana foi bem agitado no meu apartamento. Taylor estava um pouco triste por Travis estar ocupado com o trabalho, então passou todos os momentos possíveis me perguntando sobre o jantar com o Evan. Eu repeti várias vezes, em pequenos discursos, que havíamos conversado sobre coisas banais e sobre o trabalho. Mas Taylor insistia em dizer que havia algo a mais e eu continuei negando.

Eu gostei do jantar. Foi bom. Mas eu não disse isso a minha melhor amiga, porque ela simplesmente criaria toda uma narrativa romântica em sua cabeça de vento. Eu não queria ver aquele breve acontecimento como algo além do que foi, então evitei pensar naquela noite o máximo possível.

Na segunda-feira, Evan e eu estávamos bem ocupados e aproveitamos o momento juntos para almoçar. Apenas isso. O restante da semana prosseguiu normalmente, até chegar sexta-feira e Evan me contar que aceitou um caso pro bono sem o meu consentimento. Isso nos rendeu uma bela discussão por volta de cinco horas da tarde, horário esse que eu deveria estar indo para casa.

Enquanto eu andava de um lado para o outro dizendo ao Evan como ele havia sido imprudente e irresponsável, ele simplesmente se ajeitou na cadeira da sua sala e ficou me olhando. Em silêncio, sem dizer absolutamente nada. Isso me deixou ainda mais brava com ele. Eu disse a ele que estávamos cheios de trabalho e que precisávamos dar andamento a um caso importante, mas ele não me respondeu.

Eu fiquei impaciente.

— Fala alguma coisa!— eu gesticulei minhas mãos no ar como uma maluca. Minha cabeça doía, meu corpo doía e eu só queria ir para minha casa, mas acho que isso não aconteceria da forma que eu esperava.

— Eu aceitei o caso porque uma garotinha morreu, Alex!— Evan suspirou em seguida e me olhou parecendo triste. Droga! Era uma situação triste e isso afetou meu julgamento totalmente, então eu me joguei na cadeira a sua frente completamente exausta.— Ela morreu por negligência médica e aqueles pais precisam da gente.— eu me senti uma pessoa horrível por precisar negar aquele caso.

— Evan, por que não direciona o caso deles para outro advogado? Você tem amigos que podem aceitar, mas infelizmente nós não podemos.— eu tentei soar o mais delicada possível, não queria parecer uma pessoa insensível. Eu amava crianças e só de pensar que uma criancinha morreu por conta de um médico irresponsável eu já ficava completamente irritada.

— Eu pensei em mandar o caso dela para a Sarah, mas depois de conversar com os pais dela tive a certeza de que eles nos queriam no caso.— ele estava mais calmo e eu acho que isso aconteceu por eu ter parado de gritar com uma doida.

— Nós?

— Sim. Eu disse a eles que você era a melhor e que sem você eu não conseguiria ganhar esse caso.— ele sorriu fechado e me olhou de forma significativa. Ele estava tentando amolecer meu coração e infelizmente ele conseguiu.— Ela só tinha quatro anos.— ele complementou e eu grunhi.

Droga!

— Sabe que isso não é justo, não sabe?— eu bebi um pouco de água e olhei para Evan novamente.— Eu vou precisar conversar com o Ryan e isso vai ser uma merda.

— Quem é Ryan?— ele franziu o cenho e eu ri baixo.— Não me chame de incompetente por não saber.— ele soltou uma risada nasalada e eu concordei com a cabeça.

— O Ryan é o supervisor, ele gerencia alguns casos específicos e isso inclui os casos pro bono. Ele nunca conseguiu gerenciar os casos do Greg, mas eu tenho certeza de que ele vai pegar no nosso pé.

— Como eu nunca o vi por aqui?

— Ele estava passando um tempo em outra filial, mas infelizmente voltou a uma semana.— eu resmunguei.— Ele é um saco! Idiota, faz piadas ruins, organizado até demais e pega muito no nosso pé.