Caio
Entrei na casa do Th e olhei tudo ao meu redor, realmente o cara tem dinheiro! Jonas foi logo sentando no sofá com mó folga e eu fiquei na minha. Th disse que eu podia ficar à vontade aí eu fui e sentei no sofá também.
Luana: Aí, Arthur, na moral mermo. Eu vou acabar com Gg, tô nem aí pra prova de alguma coisa ou não, só te digo isso. - entrou falando e nem percebeu que nós tava na sala. Th apontou pra gente e ela olhou de relance, sem dar muita importância - boa noite.
Nós deu boa noite pra ela e a mesma foi andando pra onde o Th tava, ele falou alguma coisa no ouvido dela e ela me olhou, negando com a cabeça. Fiquei até meio sem graça e olhei pro lado. Senti mó frio na barriga. Cé louco mano.
...
E aqui tava eu, indo pra casa com ninguém mais que dona Luana. E sim, Th me convidou pra assistir filme com eles e não vi nem o tempo passar e já tá dando duas da manhã.
Sempre achei a favela mó suave, mas não ao ponto de andar duas horas da manhã nela né, ainda mais quando não tem ninguém além de traficante na rua, tem uns morador acordado, mas quase nós num vê eles.
Luana disse que ia me levar em casa porque diz que um horário desse não dá pra confiar em ninguém e como diz o Kn, ela foi criada na madrugada dos beco desse morro. Acho perigoso ela voltar sozinha pra casa, mas ela é do jeito que é.
Mesmo tendo passado esse tempo com ela, mas a mesma não trocou uma palavra comigo, ficou calada todo tempo. Quando tava chegando perto da minha casa a gente ouviu uma mulher gritar. Luana sem nem me falar nada foi saber de onde vinha os grito.
Fui andando atrás dela e tinha uma casa com a porta aberta, ela tirou a arma da cintura e fez sinal com a mão pra eu esperar, me encostei na parede e fiquei esperando ela. Achei que ela demorou muito e entrei, de cara já vi uma mulher jogada no chão.
Luana: Qual é, menor. Tu matou tua mulher por causa de droga, é isso mermo que eu entendi? - perguntou séria e ele baixou a cabeça, chorando.
--- Perdoa, patroa. Foi sem querer. - falou chorando.
Luana: Como é que é a conversa?
--- Foi sem querer...
Luana: Na hora de tu matar a mina tu num foi corajoso, como é que agora tu baixa cabeça? - puxou o cabelo dele, fazendo ele olhar pra ela.
--- Por favor, eu te peço... - ela bateu com a arma na boca dele, fazendo ele cair chorando mais ainda.
Caio: Luana, deixa ele. O cara tá pedindo pra viver, mano, faz isso não. - falei pra tentar ajudar, mas só estressou mais ainda ela, que apontou a arma pra ele - não faz isso.
Vi ela colocar o dedo no gatilho e virei de costas, encostando a cabeça na parede. Ouvi o primeiro tiro e ele gritou, pedindo pra ela parar e logo ouvi o segundo, e ficou tudo em silêncio.
Caio: Terminou? - perguntei sem olhar e ela respondeu dizendo que sim. Saí dali e fui pro lado de fora, tentando entender o que tinha acontecido.
Poxa, o cara pediu pra viver e mesmo assim ela matou ele. Que menina fria, misericórdia.
Luana: Aí, atividade máxima aqui na rua do lixão. Dois corpo sem vida. Deixa logo a casa no grau pq essa é alugada. - falou no radinho, saindo de lá - bora.
Caio: Tu num sente peso na consciência? - perguntei saindo da rua com ela e voltando o caminho pra minha casa.
Luana: Ainda não. - falou fria.
Caio: Ainda não?
Luana: É, pô. Ainda não.
Ela fala com uma simplicidade, assim, como se fosse a coisa mais normal do mundo. Não consigo entender como uma pessoa tira a vida de outra e age como se fosse normal.
Nem perguntei mais nada, fiquei calado até quando cheguei em casa. Ela nem esperou eu abrir a porta e nem agradecer, quando finalmente achei a chave que abre a porta e olhei pra trás e ela já não tava mais lá.
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A Libertina
De Todo"Observei o amor da minha vida partir e senti um vazio no peito, passei a mão sobre seu rosto pálido e uma lágrima escorreu, pedi pra ela ficar comigo, mas foi em vão..."