La muerte e La vida

I - Essência

O mundo foi criado a partir de uma explosão cósmica do universo, sendo verdade ou não o que os seres humanos tem plena certeza é da vida e da morte. Enquanto seu corpo está respirando você tem liberdade para viver a sua maneira até o momento final, cujo sopro da vida é tomado pela morte. No entanto as culturas humanas influenciam em seu modo de viver e de enxergar o mundo, assim como a morte. Reencarnação, vazio ou apenas uma grandiosa festa dos mortos são culturas diferentes de uma mesma espécie, a humana. 

E é exatamente isso que fascina e uma das coisas que interligam as criaturas que nasceram junto ao universo e continuarão aqui depois que esse mundo acabar. La vida e La muerte, seres considerados deuses de extremo poder, mas presos a uma sina do universo para o equilíbrio da humanidade e principalmente do cosmo. Algo inevitável, mas que sempre reconfortou essas forças foi uma a outra, suas presenças silenciosas... E foi assim desde o começo.

O vale do fim é um lugar que os homens falam como um mito. Eles nunca conseguiriam chegar lá e se chegassem jamais conseguiriam sair. Morte e Vida sempre se encontravam neste lugar, uma vez a cada século, uma forma de minimizar a solitude de suas existências. Talvez mais para um deles do que para o outro... E foi desse sentimento que surgiu os desastres naturais e calamidades da terra. Os dinossauros, a peste negra, abalos sísmicos e tsunamis frutos não só da própria terra mas do poder de suas calamidades.

A essência de tudo é o caos, seja ele organizado ou catastrófico. Seja mortal ou vivido, as duas maneiras são complementos de uma única essência, compartilham um vínculo único e inquebrável. Mas mesmo esses seres grandiosos tem seus momentos de calamidades e caos, sendo eles mesmos, cumprindo suas funções ou apenas desfrutando de seus desejos... Afinal eles são divertidos, emotivos, egoístas, rancorosos, vingativos... Amantes de longa data.

Amantes nascidos da mesma essência, dividindo uma mesma sina e divididos pelo destino. Contudo eles não aceitaram o destino e isso durou por muito tempo, até acabar. Mas tudo que acaba não exatamente termina, o recomeço... Eles se encontraram de novo em Paris, França, nos dias atuais para relembrarem seus finais e começos, o passado com o presente e tentar desvendar o futuro. Por isso, eles foram ao topo da Torre Eiffel, um furão negro com olhos vazios e prateados junto a uma pomba branca de olhos verdes e brilhantes como esmeraldas.

— Você não mudou nada, Mort. – a pomba vira um belo homem com terno e cabelos brancos brilhantes, uma bela gravata cor de vinho contrastava com sua pele de diamante assim como seus lindos olhos verdes extremamente vivos. Sua voz era um sopro de vitalidade, calma e firme, com um belo grave entre as sílabas pronunciadas.

— Posso dizer o mesmo de você, Vie. – o furão negro com pelos oriçados virou uma bela mulher, extremamente bela, tão linda quanto a própria vida ou a própria morte. Possuía um vestido longo com corpete em coração e saia rodada cor de obsidiana. Longos cabelos negros e ondulados assim como uma pele cor de chocolate que deixava seus olhos prateados ainda mais marcantes. Sua voz era como um sussurro, mas era claro como um rio e cortante como uma navalha, ainda sim tinha algo que atraía e era de certa forma... reconfortante.

— Bonita como sempre. – ele sorri, mas os olhos da mulher se tornam carmesim. – Quando foi a última vez? – ele pigarreia de propósito.

— Não faça coisas humanas, não combina com você. – ela se vira esvoaçando o vestido e cruzando os braços olhando as pessoas que passeavam na Ponte D'lena.

— Você não me respondeu. – ela não desvia os olhos das pessoas, como se procurasse alguém. – Seu campeão não vai fugir dos seus lindos olhos, eu sei o que pode ver com eles. –  o carmesim se tornou cada vez mais claro até o prateado reaparecer.