Capítulo 01

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Fazia mais ou menos meia hora que Charlotte estava enrolando para sair do seu quarto, e ir para a sala de estar, onde seus pais estavam recebendo a visita de um um amigo de seu pai.
Charlotte não tinha ido muito com a cara dele. Ela o tinha achado estranho, ele tinha um ar meio misterioso. E ela não gostou nada disso.

Ela já tinha ouvido falar desse amigo de trabalho do seu pai algumas vezes. Robert vinha falando muito dele nesses últimos meses. Parecia que esse tal de Casey havia ajudado o pai dela em alguns problemas que ele tinha tido a algum tempo atrás. Charlotte só não sabia qual tinha sido esse problema.

Casey Salvatore iria jantar com eles naquela noite, e Charlotte não estava mais afim de ficar olhando pra cara dele durante todo o jantar, (uma cara bem bonita por sinal, isso ela tinha que admitir). Casey era um homem alto, bronzeado, de olhos castanhos profundos. Seu cabelo bem cortado, de um castanho bem escuro lhe dava um ar jovial, o que mostrava que ele tinha menos de trinta anos.
Charlotte não tinha gostado do jeito que ele tinha olhado para ela hoje mais cedo, quando chegou em sua casa, para ter uma reunião de última hora com seu pai.

-Charlie querida, você não vai descer para jantar? - Sua mãe, Maggie entrou no quarto, a tirando de seus pensamentos.
-Eu já estava indo mamãe. – Charlotte voltou a ajeitar o vestido de alcinha preto que estava usando, e deu uma última conferida em seu cabelo. - Eu só estava terminando de me arrumar. - Charlotte falou sorrindo fraco, e saiu de dentro do closet.
-Minha querida, você está mais perfeita do que nunca! - A mulher falou passando as mãos pelos longos cabelos louros de sua filha. - Vamos descer logo. Não é educado deixar as visitas esperando por muito tempo.
-Eu sei mãe. – Charlotte revirou os olhos, e seguiu sua mãe que já estava com a porta do quarto aberta, a esperando para elas saírem.

Charlotte tinha conseguido fugir por algum tempo, dos olhares do amigo de seu pai, quando os dois foram para o escritório falar de trabalho. Ela se trancou em seu quarto, e rezou para que fosse esquecida, e ninguém fosse chama-la para jantar.

Ao chegar na sala de estar, seu pai Robert e o seu convidado estavam conversando, cada um segurando um copo com uísque. Robert estava sentado no sofá menor de dois lugares, e Casey sentado no sofá maior.

Quando á viu, Casey de imediato parou a conversa, e ficou olhando para ela. Charlotte estava odiando aquilo! Desde a sua chegada hoje mais cedo, o homem não parava de encará-la. Casey direcionava para ela, um olhar profundo e intenso, que a deixava toda desconcertada.

-Bom eu acho que agora que a minha querida filha finalmente desceu, nós podemos jantar. - Robert falou se levantando do sofá. - Vamos para a sala de jantar Casey. – Robert indicou o outro cômodo.
-Vamos, sim. - Ele falou se levantando também, ainda observando Charlotte, e seguindo o homem mais velho.

Após o jantar ser servido, uma conversa, que não era relacionada a trabalho, se instalou no ambiente.

-Então Charlotte, o Robert contou que você está fazendo faculdade em Washington. O que você está cursando? - Casey perguntou chamando a atenção dela.
-Eu estou cursando pedagogia. – Ela o respondeu brevemente, não querendo ser o centro da conversa.
-Isso é muito legal. Você vai pretende ser professora de Jardim de Infância? – Casey continuou perguntando, o que a deixou mais incomodada.
-Ainda não me decidi. É muito cedo ainda pra saber, eu só estou no primeiro ano da faculdade. - Charlotte respondeu dando de ombros. – Então, eu ainda tenho tempo de decidir para qual lado da pedagogia eu vou pender.
-Eu entendo... – Casey respondeu, e voltou a sua atenção para a taça de vinho a sua frente.

Após essa breve conversa sobre a faculdade de sua filha, Robert começou a falar de contratos e outras coisas relacionadas aos negócios que os dois tinham, e Charlotte se concentrou no seu filé que estava uma delícia.

Depois do jantar, Casey não fez nenhuma menção de ir embora, o que deixou Charlotte ainda mais nervosa, pois ela não via a hora de ele ir embora de sua casa.
Quando Casey finalmente anunciou a sua partida, ela quase pulou de alegria, e disfarçou um sorriso de satisfação.

-Você vai ficar aqui na cidade para o feriado de ação de graças Casey? - Maggie perguntou.
-Não, eu vou voltar amanhã á tarde para Nova York, após a minha reunião com Robert. – Ele direcionou seu olhar para o homem mais velho ao seu lado.
-Eu entendo. Se você fosse ficar, poderia passar o feriado com a gente. Sempre somos só nós três, seria bom ter alguém á mais esse ano.
-Maggie eu agradeço o seu convite. Se eu pudesse ficaria. – Casey sorriu cordial, e olhou novamente para Charlotte, que estava sentada no sofá, tentando não parecer tão entediada, e ansiosa pela partida dele.
-Deus me livre. - Resmungou Charlotte baixinho.
-Quem sabe da próxima vez, eu venha jantar com vocês novamente.
-Eu vou cobrar isso. - Robert falou, e acompanhou Casey até a porta.
-Bom foi um prazer passar esse tempo aqui. - Casey falou apertando a mão de Robert. - Maggie o jantar estava magnífico!
-Obrigada. Foi um prazer te receber aqui em casa. Volte sempre. – Ela acenou para Casey.
-O prazer foi todo meu. - Casey foi até ela, e beijou a sua mão. Logo depois foi até Charlotte, e fez o mesmo. - Foi um prazer te conhecer Charlotte.
-Eu digo o mesmo. - Ela deu o seu melhor e maior sorriso falso, que era possível.

Depois da partida de Casey, Maggie e Robert ainda ficaram falando do rapaz, enquanto Charlotte só os ouvia, e revirava os olhos de tédio. Ela não aguentava mais ouvir o nome dele. Charlotte tinha certeza de que iria ter pesadelos com Casey Salvatore naquela noite.


NOVA YORK, UMA SEMANA DEPOIS...


Casey estava em seu escritório tentando se distrair da discussão que tinha acabado de ter com seu pai por telefone lendo uma planilha, quando ouviu uma batida na sua porta, e logo alguém entrou.

-Senhor?
-Pode falar John. - O mesmo respondeu sem olhar para o homem que estava parado na porta.
-Eu só vim informar para o senhor que o carregamento vai chegar nas docas hoje á noite, mais ou menos ás onze horas.
-Ok, eu quero acompanhar essa chegada de perto. Não quero que nada de errado aconteça que nem da última vez. – Casey olhou brevemente para o seu capanga, e depois voltou a ler a planilha.
-Tudo graças aos nossos amigos russos... - John sorriu irônico.
-É... – Ele suspirou pesadamente. - Era só isso John? – Casey olhou novamente para o homem, agora querendo dispensa-lo.
-Sim senhor.
-Ótimo. Então nós nos vemos mais tarde, nas docas.
-Até lá senhor. - O homem concordou, e logo saiu da sala fechando a porta novamente.

Casey não conseguiu se concentrar no trabalho, e passou o resto da tarde lembrando da discussão que teve com seu pai. Giovanni Salvatore sabia ser um homem persistente quando queria. E neste momento ele queria que seu único filho homem se casasse, e logo! Porém Casey não queria isso. Ele não se sentia pronto para se casar agora.

Em vez de se preocupar com essa ideia idiota do seu pai, Casey voltou seus pensamentos para a garota loura, de olhos verdes, que ele tinha conhecido em Seattle na semana passada. Charlotte parecia ser uma garota interessante. Meio quieta demais, mas muito interessante. Ainda pensando em Charlotte, Casey teve uma ideia. Pegando o telefone, ele pediu que sua secretária fosse até sua sala.

-Pois não senhor Salvatore... – A mulher de trinta e seis anos, de pele morena, e um belo cabelo cacheado, adentrou a sala de seu chefe, e parou na frente de sua mesa.
-Debby querida, por favor liga para o Lorenzo e manda ele vir para cá, agora! – Casey, foi direto em sua ordem. – Fala que eu preciso falar urgentemente com ele.
-Ok senhor Salvatore. Algo mais?
-Não, era só isso. Obrigado Debby. – Casey sorriu para a sua secretária, e abriu o seu notebook, agora ficando animado para trabalhar.

Dangerous Love (Finalizado)Onde histórias criam vida. Descubra agora