vira virada

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Estou tão cheio de confusões que agora sinto o que é trocar o cérebro pelas mãos
Penso em escrever sobre todas as coisas, mas todas as coisas terminam numa espécie de nada
Sinto meus pensamentos passando pelas articulações, indo e vindo, do cérebro para a mão
Não sei se volta, talvez não, talvez o pensamento morra de esquecimento
Mas esquecimento eu não tenho muito
Como que se fala no que se pensa?
E como se pensa no que se fala?
Tô meio trêmulo hoje, principalmente de voz
Devem ter imaginado que possuo gagueira, cortando todas as palavras
Isso quando as falo
Até a próxima virada de ano eu tomo uma decisão, hoje é dezenove de novembro de dois mil e vinte e dois
Até dois mil e vinte e três eu tomo as decisões, me desapegando das confusões
Trazendo sangue novo para as articulações que tanto doem
Me falta a prática de fazer exercícios físicos
Mas me esbanjo no ato comum e diário de me atropelar, e não só nas palavras.

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