• 17 - Posso ser sincero com você?

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▪︎ Ponto de vista do Wilhelm ▪︎

Chegava a ser ridículo ter levado um soco de um cara como o Adam.

Beleza, ele me "salvou" quando rolou aquilo do irmão dele ter me assediado no banheiro, e eu agradeci - por ele, convenhamos, ter apenas agido como um ser humano normal - mas o que ele fez depois passou dos limites.

Eu estava uma mistura de sentimentos, mas todos eles levavam à raiva e tristeza.

Erik já tinha surtado, quase derrubado coisas, me deu vários beijos no rosto, fez café pra mim, e agora ameaçava ligar pra escola pra expulsar o responsável pela situação.

Isso porque ele não sabia a história toda, como por exemplo, eu ter levado um soco por conta do meu cacheadinho - bem, a culpa não era bem dele, o namorado que era surtado - mas Erik também iria surtar se descobrisse.

Eu disse que queria faltar na escola no dia seguinte - e talvez nas próximas três semanas, mas dessa parte ele não precisava saber - e precisei ouvir um baita sermão sobre como eu não podia deixar de ir, porque o que o valentão queria era justamente perceber que isso me afetou, e blá blá blá.

Cara, eu tinha levado um soco no rosto. Óbvio que isso tinha me afetado.

Meu olho estava um pouco melhor, e no fim acabei cedendo e indo, já que se não fizesse, ele não iria parar de me encher o saco pelos próximos dois meses.

As últimas pessoas que eu queria ver naquele lugar eram Simon e Adam, mas ao mesmo tempo, eu estava curioso para saber se eles tinham terminado. Se não fosse pra namorar comigo, que pelo menos não fosse com um babaca.

- Wille, banheiro da escola no fim das aulas - Simon me falou enquanto eu andava pelo corredor, cada um continuando seu caminho em direções opostas. Ele estava sozinho e parecia irritado.

No fim do dia, depois de ter sido torturado por aulas incrivelmente chatas - e duas seguidas de Matemática -, eu estava ansioso e não conseguia parar de pensar no que Simon queria. Ele ia me bater? Me agarrar? Tentar enfiar minha cabeça na privada? Provavelmente era alguma coisa boa, já que eu não tinha feito nada de errado.

Entrei nervoso no banheiro e fechei a porta da entrada - pelo menos assim teríamos 5% de privacidade - e encontrei ele sentado em cima da pia do banheiro, balançando os pezinhos no ar e com uma cara séria. Ele com certeza tinha algo importante para falar.

- Eu terminei com o Adam - Graças a Deus, isso era tudo que eu queria ouvir.

- Então ele te contou tudo? - Me aproximei dele, recebendo um aceno negativo de cabeça.

- Não, ele se recusou a contar o motivo de vocês terem brigado e acabado no soco - Ou melhor, eu ter acabado socado.

- Imaginei. Se eu fosse ele, também não gostaria de estar abraçado com meu namorado e ele falar um "eu te amo, Wille" pra mim, enquanto está bêbado.

- Puta que pariu! - Simon saltou da pia, ficando inicialmente muito próximo de mim, e começou a andar em círculos pelo banheiro, parecendo preocupado.

- O que foi, Simme?

- Não é nada, eu só... tchau, tenho que ir.

Ele estava prestes a abrir a porta, quando segurei seu braço para o impedir de sair.

- Por favor, não foge de mim e fica tempos me ignorando igual você tem feito. Fala comigo.

O menino olhou para o chão, pensativo, e depois virou a cabeça para observar minha mão no seu braço.

- Vai se foder, me solta! - Obedeci, eu não era um idiota que obrigava as pessoas a fazerem o que elas não queriam. Mas eu precisava de uma explicação.

- Por que você tá agindo assim?

- Assim como, porra?

- Assim. Fingindo que não me conhece, sendo grosso comigo de repente. Ao mesmo tempo que você faz isso, me abraça quando eu começo a chorar, eu juro que não te entendo.

Simon fechou os olhos e respirou fundo, soltando um "eu tenho tido vários sonhos com você ultimamente", depois de cinco segundos tentando manter a calma e não pirar.

- Sonhos? Que tipo de sonhos?

Ele ainda não tinha aberto os olhos.

- Todo tipo... fofos, românticos, eróticos. Eu não aguento mais ter que ficar longe de você, mesmo que eu tente te evitar, alguma coisa em você sempre me chama.

Meu. Deus. Do. Céu. Estava acontecendo.

- Mas você não precisa me evitar - Me aproximei, ficando cara a cara com ele. Ele ainda permanecia de olhos fechados, dando uma suspirada assim que sentiu o calor do meu corpo por perto.

- Loirinho... por favor, não torna tudo mais difícil.

- Simon, posso ser sincero com você? Tem uma coisa que quero te falar tem um tempo - Ele me deu um aceno de cabeça - Tudo bem se você... sei lá, não sentir o mesmo, mas eu preciso dizer, porque isso tem me corroído por dentro. Eu tenho sentimentos por você, sentimentos mesmo... sabe? Aquela coisa toda de... amor, provavelmente. É, tenho quase certeza de que é amor. Aliás, esquece. Tenho certeza de que é amor. Eu amo você, Simon. Amo mesmo.

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☆ Notas do autor: A resposta dele só no próximo capítulo pois quero deixar vcs ansiosos 😁 lidem com isso.

Eu te odeio tanto que acho que te amo - Simon e Wilhelm (Young Royals)Onde histórias criam vida. Descubra agora