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O que você faria se tivesse de escolher entre o amor da sua vida e uma vingança irreversível? Essa pergunta está me consumindo há horas

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O que você faria se tivesse de escolher entre o amor da sua vida e uma vingança irreversível? Essa pergunta está me consumindo há horas. Por uma lado, o meu coração almeja estar com ela para sempre e por outro, a minha consciência cobra o meu dever de bom filho e como chefe do tráfico. E por que estou divido assim? O nome dessa divisória é Gutemberg Massari.

(...)

— Pensei ter dito que viesse sozinho — falo assim que o vejo entrar na área vip com três homens atrás dele.
— Vamos e convenhamos, Thor, assim como você, eu sou um homem muito visado e odiado por alguns. Não posso me dar ao luxo de sair por aí andando sozinho. Ainda mais em um lugar movimento como esse. Mas não se preocupe, eles não farão nada sem que eu lhes dê a ordem.
— Nesse caso, não se importa se eles aguardarem do lado de fora, certo? — Massari parece não gostar muito da minha sugestão, porém, ele faz um gesto ordenando que seus homens deixem a sala. Aponto um dos estofados para ele. Contudo, o homem me fita sério.
— Onde está a minha mulher? - Acendo um cigarro, dou uma tragada forte e solto a fumaça lentamente.
— Ela não está aqui. - O vejo trincar o maxilar.
— Não foi isso que combinamos, Thor! - Ele range.
— Eu não me lembro de prometer que a traria para esse encontro — rebato. — Sente-se Massari! — ordeno e ele faz contrariado.
— Tudo bem, o que você quer de mim?
— Soube por fontes seguras que vendeu as armas de Lorde Léo alguns dias após a sua morte.
— E? — Eu me ajeito no sofá.
— Eu quero saber por que o matou?
— Quanta sandice! — Ele ri debochado. — Por que você acha que eu matei aquele velho escroto?
— Porque você negociou o tempo todo através de terceiros. Nunca esteve realmente presente em nenhuma negociação, no entanto, as armas acabaram em suas mãos. Me diga, achou mesmo que seria um plano perfeito, que eu não descobriria? — Saco a minha arma e aponto para a sua cabeça. Seus homens se agitam do lado de fora, mas a porta de vidro blindado está fechada e Massari ergue as suas mãos com uma calmaria espantosa.
— Calma aí, garoto! — Ele pede se ajeitando no pequeno sofá. — Para o seu governo, eu nunca negociei essas armas com o seu pai nem direta e nem indiretamente. Sabe muito bem que eu não negocio com armas, que o meu forte é outro.
— Então me explica como porra elas foram parar nas suas mãos?! — rosno entre dentes.
— Darlan Guerra.
— O quê?
— Ele me procurou uma semana depois da morte de Léo. Disse que precisava se livrar das armas para poder acessar o morro do Gavião.
— Como assim, acessar o morro? — Gutemberg abre um sorriso largo.
— Enquanto você brincava de universitário e de o bom moço, Darlan sabia que se Lorde Léo morresse não haveria alguém preparado para assumir a boca e o tráfico do morro. Se ele tirasse o Lorde da jogada poderia assumir tudo e unir as facções em um único poder. Mas, ele não contava que o único filho de Léo assumisse tudo no dia seguinte a sua morte. Foi por esse motivo que ele quis se livrar da mercadoria antes que você a encontrasse.
— Filho da puta! — rosno trêmulo e me levanto, levando uma mão a nuca. Meus olhos vão imediatamente para a linda mulher dançando no meio de uma aglomeração de pessoas e arfo só de pensar que posso perdê-la com um único tiro certeiro no coração do assassino do meu pai.
— Você tem certeza que foi ele?
— Absoluta! E tem mais, sabe o acordo que assinou com aquele filho da mãe escroto? — Eu o olho nos olhos. — Tem uma cláusula que diz nitidamente que se tiver um filho com a Nina, automaticamente metade de tudo vai para as mãos de Guerra. — Trinco o maxilar. — De qualquer forma, você está nas mãos dele, rapaz.
— Não, eu nunca estarei nas mãos dele ou de quem quer que seja.
— Eu te contei tudo, Thor, agora, devolva a minha esposa. Preciso sair do país antes de Darlan descubra que eu abri o bico pra você.
— Tarde demais!
— Como assim, tarde demais? O que quer dizer com isso?
— Sua esposa não está mais comigo.
— Que porra você está me dizendo?!
— Achou mesmo que eu a devolveria só para você ter o pé da matá-la? — Gutemberg fica de pé e me aponta uma arma para mim, e automaticamente cinco dos meus homens fazem o mesmo, apontando as suas armas para o empresário.
— Nova transação, Massari — rosno com um tom seco. — Eu sei tudo sobre os diamantes que escondeu em um cofre em um velho casarão abandonado no meio do nada. É simples, sou grato por me contar quem matou o meu pai e como pagamento permitirei que permaneça multimilionário, porém, com a cabeça a sua a prêmio, já que Darlan terá todo o prazer em matá-lo assim que descobrir sobre esse nosso encontro.
— Seu filho da puta, desgraçado!!
— Iolanda não voltará mais para a sua casa. Digamos que isso é uma cortesia de Nina Ferraz. — Ele franze a testa. — Agora some daqui! — Vencido, ele guarda a arma e me aponta um dedo em riste.
— Isso não vai ficar assim, Thor!
— Não, com certeza não vai. — Lhe dou as costas e pego o meu copo no mesmo instante que olho para a pista de dança e vejo um filho da puta engraçadinho com as mãos em cima da minha garota. Bufo audivelmente, esvazio o copo com um único gole e saio da área vip igual uma locomotiva desgovernada. O sorriso que ela abre pra ele me faz ferver por dentro e eu alcanço os últimos degraus com os punhos fechados. Contudo, ao desvencilhar-me dos corpos agitados e chegar perto dela a encontro sozinha. Meus olhos varrem o amplo salão, se arrastam pela multidão em busca do desgraçado atrevido que ousou trocá-la, porém, não o vejo em lugar nenhum. No entanto, ainda estou puto da vida e isso por dois bons motivos.
— Será que eu não posso deixá-la sozinha um só minuto e você já se mete em confusão? —  Minha vontade era arrancá-la dali, de tomá-la com toda a minha fúria e de mostrá-la que ela me pertence com todos os sentidos que essa palavra pode proporcionar, mas fico completamente desarmado quando ela abre o seu sorriso largo, virando-se de frente para mim e uma avalanche de sensações me acomete.

Nascidos da Máfia.Onde histórias criam vida. Descubra agora