Jamais irei deixá-la.

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    Corríamos pelo deserto como se não houvesse amanhã. Os capangas do traficante no qual roubamos nos perseguiam em seus gipes em alta velocidade. Não tínhamos mais esperanças de escapar, afinal, somos duas e eles são mais de cinco. Paro de correr bruscamente ao ver que Zulema havia parado também.

— O que está fazendo?! Vamos!

— Fuja, loira. Não há mais o que fazer. – a morena falava com convicção enquanto olhava em meus olhos, com uma expressão serena.

— Não, não vou ir sem você! Deixe de ser orgulhosa e vamos logo!

— Relaxa, Rubia, não morro por você. – ela disse e eu senti meus olhos marejarem. — Já não está mais sozinha.

— Obrigada. – sussurrei de forma audível e olhei uma última vez para ela, antes de correr em direção ao helicóptero que nos esperava há alguns metros de distância.
  
— Vamos! Anda logo! – exclamei com o piloto enquanto subia no veículo e pude ouvir disparos vindo da direção que estara.

  Quando já estávamos sobrevoando, vi o corpo de Zulema sem vida estirado na areia. Já não continha minhas lágrimas, deixei para morrer a única pessoa que eu tinha na vida, por causa de um maldito traficante! Estava sem rumo, fechei os olhos e deixei que as lágrimas corressem livremente por meu rosto alvo. De repente, me via escorada no carro em frente à Cruz del Norte, no dia em que busquei Zulema no fim de sua sentença, sem saber exatamente o porquê. E então, as lembranças dos momentos que vivi com a morena desde o meu primeiro dia em Cruz del Sur até o dia em que saí da prisão viajavam por minha mente, lembrando o tempo que passamos juntas na caravana e o laço que criamos durante todos esses anos. Foi quando percebi que estava sozinha, que não tinha meus pais, meu irmão, meu filho e nem Zulema. Literalmente havia perdido tudo que tinha, sem razões para seguir minha vida.

Até que abri os olhos. Chorava descontroladamente, sentando na cama e tateando ela, suspirando aliviada.

— Macarena, você está bem? Está chorando e suada, o que aconteceu? — a mulher morena sentou na cama tirando alguns fios de cabelo que estavam bagunçados do meu rosto, com uma feição preocupada. Rapidamente a envolvi num abraço forte.

— Estou bem, Zule. Apenas tive um pesadelo. – disse afastando nossos corpos enquanto limpava as lágrimas que insistiam em cair, deitando em seguida e me aconchegando no peito de Zulema.

— Sobre o que foi o pesadelo? – perguntou acariciando levemente meus cabelos loiros.

— Uns traficantes nos perseguiam armados e não tínhamos escapatória, e então você se sacrificou como isca para que eu pudesse fugir, foi horrível.

— Eu estou aqui, Maca, está tudo bem. Jamais irei deixá-la, não se preocupe. — envolveu seus braços sobre meu corpo, agarrando-o forte como se me protegesse.

— Eu te amo, Zulema. – sussurei olhando em seus olhos.

— Eu também te amo, Rubia. – disse selando nossos lábios. Em poucos minutos dormimos novamente.

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Jamais irei deixá-la - Zurena (ONE-SHOT)Onde histórias criam vida. Descubra agora