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A família Guerra não era bem uma caixa de união

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A família Guerra não era bem uma caixa de união. Ela tinha uma hierarquia e não podia ser quebrada por nada desse mundo. No topo estava Pero Guerra, o nosso pai. Ele era o rei, tanto dendro de casa, como fora dela. Em segundo, Darlan Guerra, mesmo sendo apenas um garoto, quando o meu pai não estivesse presente era ele quem ditava o que devia ou não ser feito. Em terceiro lugar, Lolita Guerra, nossa mãe e quanto a mim e minhas irmãs caçulas, tínhamos apenas obrigações. Ou seja, não tínhamos o direito de contestar ou de dizer não e a nossa única missão era aprender a ser boas esposas, porém, fiéis a família. E os nossos melhores momentos era aqueles em que podíamos ser crianças...

— Corre, Maya, corre! — Jude grita, correndo em disparada para atrás de uma árvore de troncos largos, enquanto termino a contagem. Eu abro os olhos e observo ao meu redor a procura das danadas. De onde estou consigo ver a varanda de casa, onde papai está tendo uma conversa séria com um garoto de apenas dez anos. Contudo, queria que Darlan pudesse brincar conosco. Entretanto, segundo o nosso pai ele já é um homem e precisa ter responsabilidades. Somos entre quatro irmãos. Darlan é o mais velho, eu venho logo depois dele e depois vem a Maya e a Jude. Três meninas para o desgosto do nosso pai e por esse motivo, Darlan fica sempre sobrecarregado com "responsabilidades de homem da casa".

— Você não nos pega, lá, lá, lá, lá! — Jude me provoca, tirando a minha atenção do casarão e corro atrás da pirralha. Como veem, eu fiquei com a missão mais fácil, entreter as caçulas e mantê-las longe de problemas.

— O que você está fazendo aí? — Escuto a voz do meu irmão quando saio de trás do arbusto.

— Brincando de pega-pega. Quer brincar?

— Ram! Isso é coisa de criança, eu tenho mais o que fazer!

— Devia tentar, é divertido — digo, no exato momento que Maya sai em disparada do eu esconderijo e esbarra forte em Darlan. Furioso, ele a segura pelos cabelos e ergue uma mão para batê-la, porém, sou mais rápida e seguro a sua.

— Corre, Maya! — peço e a menina corre direto para dentro de casa.

— Você vai se arrepender disso, Nina!

Ele tinha razão, e eu nunca mais me esqueci dasurra que levei naquele dia por causa dele. Filho da mãe, desgraçado! Quando você vai deixar de ser uma pedra no meu sapato, Darlan Guerra? Rosno mentalmente. Como ele pode foder com a minha vida dessa maneira? Filho da puta! Filho da puta! Volto a rosnar enquanto ando de um lado para o outro do quarto. Estava tudo indo tão bem! Um casamento sem amor, mas com muita harmonia e sexo quente. Estava perfeito, eu não tinha do que me queixar! Bufo e me jogo na cama, encarando o teto. Lembro-me do olhar avaliador de do meu marido em cima de mim. Ele estava em dúvida com as minhas escolhas e acredite, ele não estava muito errado. Apesar de tudo que ele já aprontou comigo, Darlan é meu irmão, é a minha família, o meu sangue. Como poderei desejar a sua morte? Pior ainda, como poderei ser conivente com isso? Por outro lado, tem o Thor, o homem que eu... Arfo. Não, eu posso estar confundindo os meus sentimentos, certo? Não posso amar alguém que conheci a tão pouco tempo... posso? É claro que não! Que bobagem, Nina! Então, por que estou sufocando só com esse pensamento? Bufo, mas bufo bem alto e a porta do quarto se abre.

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