Logo depois que desembarcou em Nova York, Lorenzo avisou Casey que já tinha chegado. Seu chefe falou que queria encontrá-lo hoje a noite, o que lhe deu tempo para finalizar a montagem do dossiê com todas as informações sobre Charlotte.
Lorenzo não sabia como tinha se tornado um investigador. Ele sempre foi bom em pegar dicas no ar, correr atrás de pistas e se misturar no meio de uma multidão, fazer coisas que as pessoas normais só iriam perceber que tinha acontecido, muito tempo depois. Quando Casey descobriu esse talento do seu amigo, ele começou a usar isso em prol da máfia.
Ele já havia pedido para Lorenzo seguir várias pessoas, instigar o passado delas, para afastar quem pudesse prejudicar os negócios da sua família. Claro que Lorenzo não era só o investigador pessoas dos Salvatore, ele também fazia outros tipos de trabalhos, e agora que Casey era o chefe da família de Nova York, ele tinha se tornado o braço direto de seu melhor amigo.
Após passar algumas horas revelando as fotos que tinha tirado durante essas últimas duas semanas, Lorenzo se dedicou a montar cronologicamente os passos de Charlotte durantes todos esses dias, colocou todos os papéis e fotos em uma pasta. Quando se certificou de que estava tudo em seu devido lugar, ele se permitiu descansar um pouco.
...
A noite, quando já passava das oito da noite, Lorenzo saiu de seu apartamento que se localizava no centro de Manhattan, e foi direto se encontrar com Casey para lhe entregar o dossiê sobre Charlotte. Era sábado à noite, então ele foi encontrar Casey em uma das casas noturnas que a família Salvatore gerenciava na cidade...
Como sempre o local estava cheio de gente dançando, bebendo e se pegando pelos cantos escuros do local. Se esgueirando pelos cantos, Lorenzo atravessou o mar de gente, entrou em um longo corredor de acesso restrito, e subiu uma escada que dava acesso a sala do seu chefe.
-Oi John, o Casey está sozinho na sala dele? - Lorenzo perguntou para o homem, que estava sentando no sofá lendo uma revista com cara de entediado.
-Olha só que voltou da viagem secreta. - John falou se levantando do sofá. - O chefe está sozinho sim. Acho que não está ocupado. – Ele indicou a porta.
-Tudo bem, vou lá falar com ele. - Lorenzo falou indo em direção ao escritório de Casey. Quando alcançou a porta, ele deu duas batidas, e foi entrando logo em seguida sem ser autorizado.
Entrando na sala, Lorenzo viu Casey sentado em sua mesa falando ao celular, com um semblante irritado. Sem querer interromper a conversa, ele se direcionou até a grande janela, lhe dava uma visão da pista de dança, que olhando lá de cima parecia estar mais cheia agora.
-Tá bom, a gente fala sobre isso na segunda-feira George. Agora não dá para conversar sobre isso, eu tenho que resolver uma coisa aqui. Depois eu resolvo esse assunto. – Casey falou exasperado. – Tenha uma boa noite. - Ele finalizou a ligação. - Pensei que só iria te ver na próxima semana. – Casey chamou a atenção de Lorenzo que ainda observava a pista de dança através da grande janela.
-Bom resolvi voltar hoje. O meu trabalho lá em Washington foi finalizado ontem com chave de ouro. – Lorenzo se virou, e sorriu orgulhoso do trabalho que tinha feito. – Foram duas longas semanas. – Ele lhe mostrou a pasta.
-Ok, me dá aqui... - Casey pediu ansioso para ver tudo o que Lorenzo tinha juntado nessas duas últimas semanas.
-Aqui está. - Lorenzo lhe entregou a pasta para o amigo, e se sentou na cadeira, de frente para ele.
-Você teve dificuldade em achar a Charlotte? - Casey perguntou já abrindo a pasta, e começando a ler algumas informações.
-Não. No dia seguinte da minha chegada eu já tinha encontrado ela... - Lorenzo se levantou para se servir de uma bebida, enquanto Casey se concentrava em ler o relatório sobre Charlotte.
Os minutos passaram, e Casey permanecia calado, lendo cada linha do dossiê que estava em suas mãos. Ele parecia hipnotizado com tudo o que estava lendo.
Lorenzo já estava no seu terceiro copo de uísque, quando Casey parou a sua leitura, e direcionou seu olhar para ele.
-O que foi? Tem alguma coisa de errado aí? - Ele perguntou antes de tomar mais um gole da sua bebida.
-Ela tem um namorado? – Casey perguntou com um tom de voz decepção
-Ele não era necessariamente namorado dela. Pelo o que eu percebi durante esses dias, os dois só se viam as vezes, nos finais de semana. Acho que era só sexo casual mesmo. - Lorenzo deu de ombros, e finalizou a sua bebida.
-Não é mais sexo casual?
-Bom nesses dias que eu fiquei atrás da garota eles se viram poucas vezes, como eu falei. E quando eles se viam, era em um café ou no final de semana em um barzinho. Como você consegue ver ai nas fotos, ela foi para o apartamento dele, e só foi embora no dia seguinte. Não acho que era namoro. Pelo menos não parecia isso.
-Então eles não namoram?
-Não cara. Olha as últimas fotos que eu tirei. São de ontem á tarde. - Lorenzo indicou, e Casey pulou para as últimas fotos tiradas. - Eles brigaram ontem. Parece que foi feio. Seja lá o que eles tinham parece que acabou.
-Ótimo! Melhor assim, fica mais fácil pra mim entrar no jogo. - Casey sorriu satisfeito com as fotos que estava vendo. – Isso é perfeito...
-Bom, será que agora você pode me falar o que realmente você quer com essa garota? Porque ela não é igual as mulheres que você costuma levar para a cama. A garota é diferente, outro nível!
-Você tem razão, Charlotte não é, nem de longe igual á elas... - Casey parou, e pensou no que iria falar em seguida. - Por favor Lorenzo não fala pra ninguém o que eu vou te contar agora. Eu ainda estou amadurecendo essa ideia. – Casey fechou o dossiê, e olhou para seu amigo.
-Ok, vá em frente... – Ele o incentivou a falar.
-Você sabe que o meu pai quer que eu me case. Já faz algum tempo que ele está me enchendo o saco com esse assunto.
-É eu sei disso.
-Então depois que eu conheci a Charlotte em Seattle, eu percebi que se for para eu me casar algum dia, tem que ser com uma mulher igual á Charlotte ou tem que ser ela.
-Casey você sabe que o seu pai quer que você se case com alguém do nosso mundo, não sabe?
-Eu sei, e é por isso que eu não quero casar! Eu não quero uma menina que acabou de fazer dezoito anos, e que tem medo de mim. Eu não vou ter paciência com uma garota dessas! A Charlotte é mais velha, é experiente. É com uma mulher como ela que eu quero me casar.
-E te entendo. Você acha que o pai dela vai concordar com essa sua ideia louca de casamento?
-Eu acho que vai sim. Vou falar com o Robert em breve. Eu tenho uma carta na manga que pode facilitar o meu lado com ele. – Casey sorriu se lado, pensando na melhor hora de colocar o seu plano em prática.
-Bom você que sabe cara. O meu trabalho eu já fiz, agora o resto é com você. - Lorenzo se levantou da cadeira, e foi deixar seu copo vazio no bar. - Se você me der licença eu vou voltar para o meu apartamento, e vou descansar pelo resto do final de semana.
-Tá bom. Na segunda a gente conversa melhor. Tenho que te atualizar sobre o que aconteceu aqui nas últimas duas semanas.
-Só não me fala que nós perdemos outro carregamento por causa dos russos. Eu não aguento mais aqueles fedidos bebedores de vodca. – Lorenzo revirou os olhos, de repente ficando mais cansado do que já estava.
-Não, deu tudo certo nessa parte. Nós nunca mais vamos perder nada para eles.
-Que bom, fico mais aliviado. Na segunda você me atualiza das coisas, então. – Lorenzo dói até a porta.
-Ok, boa noite. E obrigada por ter feito esse trabalho pra mim tão em cima da hora.
-Não tem de quê... Boa noite Casey. - Lorenzo se despediu, e saiu da sala indo em direção do barulho da música alta que tocava incessantemente no andar de baixo.
Casey passou o restante da noite lendo o dossiê sobre Charlotte, e amadurecendo a sua ideia sobre se casar com ela. Realmente ele estava disposto a pedir a mão dela em casamento. E em breve ele iria começar a tomar a devidas providências referente a isso.
-É, acho que pode dar certo. Você vai ser minha Charlotte Mary Daniels. – Casey falou pra si mesmo, olhando para uma foto dela que estava sorrindo, com seus belos cabelos louros soltos ao vento.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Dangerous Love (Finalizado)
RomanceCasey Salvatore era um homem experiente que vivia uma vida perigosa na máfia em Nova York. Em breve ele iria tomar conta de todos os negócios do seu pai Giovanni Salvatore, que iria ceder oficialmente o seu lugar como chefe da máfia italiana para se...