Lovely. (Taekook / Vkook / JJK - KTH)

Apreciar.

-A melodia precisa ficar mais suave Taehyung, veja se você fizer esse acorde ficara melhor. - Jungkook dizia enquanto deslizava os dedos pelas teclas do piano. - Tente fazer essa sinfonia, do jeito que acabei de mostrar.

Taehyung passou seus finos dedinhos pelas teclas do piano, imitando o que o vampiro acabava de fazer. Os dois estavam sentados fazia um tempo já de frente para o piano enquanto Taehyung tinha mais uma aula de música do qual Jungkook sempre fazia questão de perder seu tempo para o ensinar como um bom mestre. E o garoto tinha uma habilidade muito grande para a música, o vampiro havia começado a ensina-lo quando tinha apenas oito anos, e agora com dez o menino já sabia ler partituras e até arriscava compor uma ou outra melodia, sem contar que havia aprendido a tocar três tipos de instrumentos entre eles flauta, violino e para a alegria de Jungkook o piano.

-Desse jeito está bom Gukk? - Taehyung dizia ao terminar de tocar a melodia escrita na partitura.

-Sim, está bem melhor assim Taehyung, você... - Antes que o vampiro pudesse continuar a serva bateu na porta e a abriu.

A mulher fez uma reverência a Jungkook e depois voltou um olhar sorridente para Taehyung fazendo um gesto que o vampiro não entendia, porém Taehyung pareceu entender visto que sorriu também e fez alguns gestos para a mulher em uma conversa muda. Ao terminar ela acenou para o garoto e fez mais uma reverencia ao vampiro, saindo da sala deixando os dois a sós.

-Então o que ela disse? - O vampiro perguntou com uma sobrancelha arqueada.

-Emma veio avisar que está na hora do almoço, e que já está na mesa. Estou com fome Gukk, preciso descer. - O menino diz se levantando do almofadado do piano.

-De fato você precisa se alimentar, então amanhã continuamos. Além de que estou com fome também. - Jungkook então fechou o piano encerrando ali mais uma aula. - Mas como você entende o que ela quer dizer? - O vampiro pergunta curioso pela habilidade do garoto.

-Pelos gestos, Emma me ensina alguns gestos para podermos nos comunicar já que ela não pode falar. - O menino fala indo até a porta.

-Eu confesso que não compreendo, mas se você a entende... - O vampiro se dá por vencido visto que provavelmente nunca entenderia aquela serva.

-É como ler os símbolos das músicas Gukk, mais com gestos, não é tão difícil. É só falar, mas sem palavras. - Taehyung diz sorrindo, olhando para Jungkook que ainda está sentado de frente ao piano.

-Talvez. Tenha uma boa refeição Taehyung. - O vampiro o diz pensativo diante do que o menino o disse.

-Obrigado Gukk. - E sorrindo o menino saiu da sala.

Jungkook se levantou para sair dali também, o vampiro pegou a chave que tinha no bolso e foi até sua pequena adega, escolheu uma garra de sangue e colocou um pouco em uma taça, beberricando o liquido enquanto se sentava no divã cruzando uma das pernas em cima do joelho. Gole por gole o nobre Jungkook ia pensando em Taehyung, o menino estava cada vez mais crescido, e o que ele tinha acabado de ouvir na sala de música da boca do garoto provava isso. Ele estava ficando mais esperto a cada dia, e dali a alguns anos o menino sairia da infância e iria para adolescência.

Para um vampiro que já viveu séculos, cinco anos não são nada, mas para um humano isso era tempo demais, especialmente para evolução da fase de criança. Quando enfim Taehyung crescesse e virasse adulto não precisaria mais de si, conseguiria seguir seu próprio caminho sozinho como todos os humanos fazem, e assim sua obrigação com ele terminaria, e então os anos se passariam até que fosse o fim dele, uma morte natural pela velhice e os anos vividos. Era estranho para Jungkook pensar que um dia Taehyung morreria, aquela ideia lhe parecia amarga demais, ainda mais porque sentiria a morte dele, mas morrer é o destino final de todos humanos, e mesmo que Jungkook soubesse que assistiria a morte de Taehyung, algo dentro de si dizia que iria sofrer por isso como nunca sofreu em sua vida. Contudo, ele sabia que não sentiria a falta do humano para sempre, pois assim que esse morresse, seu fim também não tardaria a chegar, assim como ele escolheu que fosse.