Capítulo 3

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– Segurem essa garota! – Gritou um dos guardas do Vaticano em perseguição a uma jovem, que fugia de dentro da biblioteca apostólica, carregando uma folha de papel em suas mãos, que certamente rasgou de algum livro importante. Mas a sua agilidade e velocidade eram demais para que o velho guarda pudesse alcançá-la.

– Você será presa por danos ao patrimônio público. – Gritou o esbaforido sentinela, enquanto a atlética jovem saltava por cima de uma Lamborghini Murcielago que estava estacionada na calçada, escorregando o seu belo traseiro sobre o capô até sair do outro lado, desaparecendo em uma viela escura.

O pobre guarda retornava envergonhado ao seu posto, não conseguiu capturar a garota, mas isso era o que menos lhe doía na consciência. Ela o havia seduzido. Enquanto tristemente retornava para biblioteca, imagens da moça lhe tomavam a mente entre flashes rápidos. Os contornos de seu corpo escultural dentro de uma calça jeans justíssima, seios saltando para fora de uma mini blusa preta. Aqueles lábios rosados não eram tão mortais quanto seus olhos verdes, que mais pareciam duas pérolas de jade. Ele não a teria deixado entrar se soubesse que a jovem era a lendária Bárbara Rossi, conhecida como "a ruiva", uma hacker procurada por toda a Europa.

– Por favor seu guarda. Eu poderia usar o banheiro. – Essas foram as palavras usadas por ela, quase chorando, acompanhado de um olhar sedutor que serviram como uma senha para que o segurança a deixasse entrar.

Os planos da jovem foram perfeitos, e já em território amigo, sã e salva, Bárbara tomava um delicioso capputino no café do Pêpe. Ela adorava aquele café. Um lugar frequentado por criminosos de todos os tipos. Se sentia segura nesse tipo de ambiente, tendo em vista que a polícia não se interessava muito em aparecer. Sentada em um canto meio escuro, iluminado apenas por uma luz de arandela quase apagada, Bárbara segurava em suas mãos o pedaço de papel que roubara da biblioteca, nele podia-se ler impresso a palavra Cronovisor, o nome de Pellegrino Maria Ernetti e uma coordenada escrita à mão.

Pellegrino Ernetti foi um grande cientista italiano do século XIX que com o auxílio de mais doze cientistas, supostamente, haviam desenvolvido a primeira máquina do tempo e colocaram o nome de Cronovisor, já que não era possível viajar no tempo, apenas ver a imagem através de um monitor de raios catódicos. Ninguém jamais vira o tal aparelho, apenas algumas fotografias que apareceram com a imagem de Cristo, onde diziam ter sido tiradas pelo próprio padre através de sua máquina, o que se sabia é que o vaticano estava em posse do objeto, mas ninguém sabia onde, nem se isso realmente era verdade. Depois de vasculhar toda a internet, em seus níveis mais obscuros, Bárbara acabou encontrando um blog chamado 'os viajantes do tempo', onde um bando de malucos discutia a possibilidade do aparelho não estar em posse do vaticano. Essa história teria sido inventada, assim como um poema perdido, reencontrado, que fora escrito por um poeta de não sei que século e a tal fotografia de Cristo, para que curiosos parassem de procurar e fazer perguntas. O papo era que o aparelho estava escondido em algum lugar dentro do coliseu. Ernetti, antes de morrer, pediu para que seu sobrinho escondesse o aparelho e que confirmasse, que tudo não passara de uma mentira, preferia morrer com desonra ao ver o seu aparelho caindo em mão erradas. O sobrinho depois de muito tempo, já com a idade avançada, resolveu deixar uma pista de onde estava o cronovisor, deixando anotadas as coordenadas do local onde ele o havia enterrado. As coordenadas haviam sido escritas por ele em um livro do autor Peter Krassa, que contava a história de seu tio e sua máquina do tempo. Após terminar as anotações, escondeu o livro na biblioteca do Vaticano, onde trabalhou como bibliotecário por doze anos. Bárbara até então, tinha apenas uma história como referência, mas naquele momento tinha as coordenadas em suas mãos, poderia ser uma pegadinha de algum engraçadinho, poderia ser uma armadilha para prendê-la ou poderia ser verdade. A linda jovem abriu o seu notebook e começou a inserir as coordenadas em seu dispositivo de busca, ela esperava que não fosse tão difícil conseguir encontrar o local, já que o sobrinho de Ermetti se mostrara disposto a revelá-lo. Depois de alguns segundos de espera, para sua surpresa o local foi revelado. Os números 41.83126725845015, 12.478674770163245, davam a localização exata do museu da civilização romana, e só isso. Era a hora de fazer as malas, roubar um carro e dirigir até o museu, uma viagem curta, de vinte minutos, porém não fazia ideia de como iria encontrar algo em um lugar gigantesco como aquele. Acreditava que o sobrinho de Emetti havia deixado mais pistas pelo caminho, e que ao chegar ao museu, as encontraria.

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