Malcriação e explicação

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Ele estava atônito, chocado para falar a verdade, ninguém em séculos havia consegui subjugar ele facilmente assim, bem, a menos que fosse Mikael, mas tinha a questão dos traumas que ele mesmo havia criado em Klaus e toda a sua péssima criação como pai. Além é claro, de renega-lo como filho após descobrir a traição de Esther. 

Mas agora, naquele momento, ele estava com o dedo daquela mulher gigante debaixo de seu queixo o forçando a manter o contato visual com ela. Sua mandíbula estava doendo de tanto que ele estava cerrando os dentes de ódio. 

- Tudo bem, vamos conversar de forma educada agora... - disse Nadya limpando a garganta um pouco vendo a raiva pulsar nos olhos daquele menino. Homens... - Primeiro de tudo, você esta aqui nessa posição e levou essas palmadas porque foi malcriado e desrespeitoso, salvamos a sua vida e mínimo que você poderia fazer é demonstrar um pouco de respeito...

- Eu não me lembro de ter pedido para que me salvassem. - o menino respondeu de forma arrogante e isso fez Nadya tirar o dedo de seu queixo e apontar para ele.

- E não me interrompa quando eu estiver falando rapazinho! 

O tom de voz severo da grande mulher fez um rubor brotar nas bochechas de Niklaus mesmo que ele tentasse controlar, ele podia lidar com inimigos querendo tomar sua casa, traidores, família ingrata, e nada disso ocorreria. Mas de repente ele se sentiu pequeno, muito pequeno. 

- Me deixe ir! - Klaus praticamente rugiu tentando mais uma vez se afastar do aperto de Nadya que o segurou com força novamente, envolvendo um de seus braços pelas costas dele e segurando o bíceps do menino, não com força, mas o suficiente para ele não sair de seu colo. 

A petulância infantil estava totalmente evidente no tom de voz dele, e Nadya suspirou pesadamente, ela tinha que buscar paciência de onde não tinha para lidar com aquela criança. 

O menino gemeu, é claro, ele ainda estava todo machucado e dolorido e nenhum daqueles movimentos bruscos estavam ajudando ele a ter uma boa recuperação. 

- Olha só, você não deveria esta fazendo esse tipo de esforço desnecessário, você já se jogou no chão, já se sujou com meu sangue, e tudo isso depois de ter tomado banho. - disse Nadya pegando um pano que estava ao lado da cama e passando pelo rosto de Klaus para limpar um pouco das manchas de sangue que haviam ali, só que claramente, isso não agradou o menino que esticava o rosto para ficar longe do toque da mulher. 

- Mãe, ele te mordeu... - disse Ruslana ainda chocada com o tratamento que sua mãe estava dando para aquele animal mesmo ele tendo mordido ela tão agressivamente.

As três meninas não sabiam o que fazer naquele momento, ela estavam com medo de dar uma frase mais reativa e isso desagradar profundamente a mãe. 

- Sim, e foi algo muito feio o que ele fez. - avisou Nadya ainda lutando para limpar o rosto do garoto que teimosamente ainda tentava se afastar dela. E em mais uma dessas tentativas, ele gemeu novamente de dor. - Ah, chega, esta na hora de ir para a cama. - a mulher mais velha se levantou colocando o pano de lado e segurando Klaus por baixo das pernas e pelas costas como se ele fosse um bebê, e assim rapidamente se virou com o menino o colocando deitado sobre sua cama. 

O bebê vampiro tentou levantar mas rapidamente foi impedido por Nadya mais uma vez, que o segurou na cama pelos ombros já que ele ainda cobria o pênis com as mãos. 

- Fica deitado Niklaus, mas que coisa! - disse Nadya irritada, ela logo apontou o dedo para ele. - Você esta ferido e esta com dor ainda, se você se levantar dessa cama novamente pode ter certeza que sua bunda vai ficar tão vermelha quando seu rosto agora! 

- Meu rosto não está vermelho sua bruxa maldita! - protestou Klaus.

- Nem você acredita nisso, vampirinho. - Nadya sorriu pegando uma das calças que Melina havia mandando por suas filhas e viu que ela era mais confortável que as outras, então era perfeita para Niklaus naquele momento. - Vem, tira a mão do caminho para que eu possa te vestir.

- Só por cima das minhas cinzas. - avisou o vampiro em um pequeno rosnado vendo a mulher se endireitar colocando suas mãos na cintura. 

- Querido, não tem mais nada ai que eu já não tenha visto, eu te dei banho e eu te lavei, e a menos que queria ficar deitadinho completamente peladinho nessa cama, eu sugiro que tire as mãozinhas do caminho e me deite te vestir. 

Klaus poderia ter engasgado no mesmo instante, como assim ela havia o lavado?

- Vai ser um bom menino e tirar as mãos? - perguntou Nadya já abrindo a calça para poder vestir aquela criança teimosa, mas sua luta não iria acabar tão cedo.

- Escute aqui, você não pode me dar ordens e não pense por um segundo que eu vou te obedecer, quando eu estiver completamente recuperado eu...

- Ornella! - Nadya chamou a filha ruiva que entendeu logo do que a mãe precisava e rapidamente na velocidade vampiresca, ela segurou as mãos de Klaus e as afastou, deixando-o completamente exposto para que sua mãe pudesse o vestir. 

- Oque?! ME LARGA, AGORA! - Klaus ficou chocado, aquela menina tinha uma força estranha ao ponto de conseguir conte-lo sozinha. 

- Calma menino, a gente já avisou que não vamos te machucar. - disse Ornella vendo sua mãe começar a vestir a calça em Niklaus mesmo que o menino estivesse batendo as pernas em uma luta completamente em vão. 

No fim, ele foi vencido mais uma vez, e foi vestido pela grande mulher que sorriu satisfeita. 

- Pronto, prontinho, depois te colocamos uma camisa, mas agora precisamos que você coma alguma coisa. 

- Prefiro morrer de inanição. - avisou o menino sentindo suas mãos serem liberadas pela menina ruiva, ele realmente estava exausto e seu corpo estava demorando bastante para se curar como deveria. 

- Não fala bobagens querido, mas acho que o sangue que foi trazido para você já deve ter esfriado bastante. - ponderou Nadya abrindo um cobertor limpo e o colocando sobre o corpo de Niklaus, o cobrindo e fazendo com que ele se sentisse confortável ali. 

- Eu posso buscar mais para ele, mãe. - Ornella se prontificou, recebendo um sorriso de gratidão de sua mãe logo depois.

- Que gentileza sua, filha. Então vá, iremos esperar aqui por você. - avisou a mulher se sentando do lado do menino na cama, vendo-o a olhar com desconfiança. - Por que não tenta tirar uma soneca? 

- Não, obrigado, acredito que já passei tempo demais desacordado. 

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