our first road days

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cher

Desde de aquele beijo, ele vinha dormindo na minha casa a duas semanas, e eu nunca fui até a casa dele, sinceramente tenho curiosidade de como deve ser. 

Fui até a cafeteria mais próxima da minha casa, recebi uma ligação de Marcus, o promotor da banda, que me avisou que iriamos viajar a noite para ficar 10 dias em turnê, desliguei a ligação apreensiva, 10 dias? já é difícil passar um dia com o Leo, quem dirá 10. Ok, são ossos do ofício.

Cheguei ao estúdio, estacionando meu carro em minha vaga, assim que entrei, encontrei Mark e Claire, perguntei sobre o Leo e eles disseram que ele estava lá 5 minutos atrás, pensei que talvez ele poderia estar atrás de uma bebida em algum dos bares da gravadora e fui retocar meu rímel, antes de procurar por ele, abri a porta do banheiro principal e ele estava lá com uma colher entortada e um isqueiro, e outros ingredientes de usuários de heroína. Leo estava em claro extâse, por mas que sua pupila parecessem que escorriam pelo globo ocular por conta de algo genético, elas estavam completamente dilatadas, coloquei sua cabeça em meu joelho, acariciando seu cabelo:

- Quando você estiver sóbrio, a gente vai conversar, por enquanto eu cuido de você.

- Você é boa de mais pra mim, Pamela Courson

- Você é confuso de mais pra mim, Jim Morrison

Eu só conheci o Jim Morrison porque é um hiperfoco dele, escutei as músicas e li uma das biografias que ele me emprestou, Eu amo ouvir ele falar horas sobre assuntos de interesse dele, honestamente, não gosto do Jim Morrison, a voz dele é ótima, mas, como pode a Pamela se apaixonar por um alcoólatra viciado com ele? Sinceramente, ela é boa de mais pra ele.

Coloquei Leo na cama, e cobri ele, arrumei suas malas e deixei tudo pronto pra ele, minhas amigas dizem que eu pareço a mãe dele, óbvio que não, ele só precisa de mim, e eu não me incomodo.

Leo

acordei as 18:00 horas com o Mark me chamando para ir pro ônibus, encontrei a Cher e a agarrei por trás, ela tirou um remédio da bolsa, e afirmou que era pra minha ressaca, beijei a cabeça dela como forma de agradecimento, confesso que foi um pouco difícil devido aos meus 1,67 e os 1,73 dela. Ela sorriu e Claire fez uma piada com relação a minha altura, eu disse que a mãe dela não tinha reclamado noite passada. Ela deu um tapa na meu pescoço. 

Depois de 3 horas chegamos lá, passei a viagem inteira dormindo no colo da Cher enquanto ela lia. Tinha um show 00:00, completamente lotado, e disse pra Cher que tinha surpresa, sim, me vesti de padre, 5 minutos antes de entrar no palco, peguei o estasy e esfreguei na mandíbula, entrei com uma garrafa de vodka, e toquei enquanto a minha visão distorcia, Cher tinha odiado a fantasia e disse que algum crente podia processar a The Mains Corporation, dei o fodasse.

Cher

Leonard estava visivelmente bêbado, cambaleava no palco e tropeçou no amplificador, só escutei a voz arrastada dele no ponto.

- Cher, preciso de alguma bebida

Ele disse enquanto o intervalo do show rolava. 

- Você bebeu o suficiente, relaxa.

Leo saiu do palco e voltou ao backstage, procurei por ele no camarim, entrei e ele se assustou

- Tudo bem?

- Sim, quero ficar sozinho.

- Eu fiz alguma coisa? 

- Não, é coisa de artista juro, preciso me concentrar

- Tudo bem então

Dei um beijo na cabeça dele e ele sorriu fraco, imagino que esteja tudo realmente bem.

Leo

Peguei o pacote de cocaína e passei na gengiva, não costumo fazer muito isso, porque é horrível cantar com a mandíbula travada. Não me importei com isso, não hoje. 

Tirei meu cachimbo de crack e acendi, traguei pelo menos 4 vezes antes de tentar me levantar e cair para trás senti falta de ar extrema, eu conhecia a sensação, a música que tinha acabado de começar tocava alto no rádio enquanto eu convulsionava. Apaguei. 

48 horas depois

 Tive uma lembrança com a minha mãe, um sonho em preto e branco, não consigo me lembrar direito, só discutimos por um tempo, o som era distorcido, ela pegava a faca e enfiava um pouco a baixo do peitoral. Me lembro do dia, foi durante uma das minhas crises em que tentei queimar a toalha de mesa, quando retomei consciência tentei falar com ela, ela só gritava, e quando eu acordei, tinha uma faca no meu pulmão.

Acordei ofegante, colocando a mão na cicatriz, Claire estava lá, e passou a mão pelo meu cabelo, tirando da cara.

- Disseram que você quase morreu. Você viu o tal túnel?

- Não vi porra de túnel nenhum.

Ela sorriu, e me avisou que Cher estava lá a 48 horas, desde a hora que eu entrei no hospital, estava dormindo um pouco no ônibus. Agradeci pensativo ela enfrentaria todos os meus demônios, veria todos os meus fantasmas, abraçaria todos as minhas inseguranças e permaneceria, eu faria o mesmo por ela?





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