Me aproximei devagar da porta entreaberta. Eu estava com o pé atrás quanto ao que iria fazer, se começasse a ouvir algo desagradável iria sair correndo sem pensar duas vezes.
— Você não desiste mesmo, não é? — Era Lucien, e parecia impaciente.
— Você sabe que não sou do tipo de mulher que desiste fácil. — Tentei enxergar pela fresta da porta, mas só consegui ver as costas de Lucien, os ombros largos e os braços atrás do corpo.
Se alguém me pegasse aqui não haveria argumento algum que me livrasse de más interpretações.
Franzi a testa e acabei arregalando os olhos em surpresa com o que vi a seguir. Uma surpresa não muito boa. Ianthe colocou ambas as mãos nos ombros de Lucien e ele deu um passo para trás.
— Ande logo com isto.
— Para quê tanta pressa? — Seu tom era sedutor.
— O casal está a espera disto e de suas palavras sacerdotisa. Ainda que... — Ele tira as mãos dela de si. — Elas não valem de nada.
— Não ouse me ofender Lucien.
— Me deu o direito assim que ignorou sua função nesta Corte e começou a agir como uma... — Ele não terminou de falar, não era necessário.
— Você é um ingrato, sabia? Deveria estar agradecendo ao Caldeirão por eu te dar atenção.
— Eu nunca quis sua atenção. — Retrucou. — Ianthe. — Respirou fundo. — Pegue as escrituras e vamos retornar a cerimônia.
O que raios está acontecendo?
Por quê Ianthe segue o perseguindo se ele não se sente bem com isso? E pior, por quê Lucien continua a tratando com educação?
Ele estava nervoso, mas mantinha a postura. Eu via...
Eu sentia.
Seu peito subia e descia enquanto Ianthe se aproximava mais uma vez, agora com o pergaminho na mão.
Lucien.
Ela levantou a mão coberta pela luva branca e tocou seu rosto moreno.
Covarde.
A porta se abriu e uma ventania fria invadiu o cômodo conforme eu andava na direção de Lucien, fazendo nossos cabelos balançarem.
A expressão de Ianthe para mim não era as melhores. Como a de alguém que foi pego fazendo algo errado.
E realmente fazia.
— Senhorita, o quê faz aqui?
— Esta cerimônia está demorando mais que o necessário, acredito que A quebradora da maldição não esteja muito contente com isso. Nem seu futuro marido. — Lançou um olhar frio para mim, mas não me importei.
— Estou ocupada no momento.
— Não acho que esteja. Parecia ter tempo de sobra até para ficar se aproveitando do Emissário da Corte. — Fui parar na frente de Lucien, e com isso ouvi sua respiração atrás de mim, ele deu um suspiro, parecia satisfeito.
— Isso é entre mim e ele.
— Não é mais.
Ianthe sorriu, de um jeito nada simpático.
— Por que está se metendo nisso? — Ótima pergunta inclusive. — Vocês dois não possuem nenhuma ligação...
— Não fale do que você não sabe. — Dei um passo para trás e minhas costas se encontraram com o corpo de Lucien. — Lucien. — Chamei e ele se colocou ao meu lado.
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DE FOGO E ÁGUA
Fanfiction[...] E Lucien segurou minha mão, a levando para seu peito. Seus batimentos estavam acelerados e me fizeram tremer em nervosismo. "Lucien..." "Não diga nada." Pediu dando outro passo para frente. "Me deixe aproveitar esse momento, antes que a noite...