— Não se faça de idiota, Harper! — vociferou com fúria, seus olhos faiscando de raiva, a voz ecoando pelas paredes como um trovão. — Não percebe que você não é nada além de um peso morto para nossa família? Você só traz problemas e nunca uma solução! Olhe ao seu redor! Todos estamos cansados de carregar você nas costas. É um fardo que não queremos mais suportar!
Eu mal podia acreditar no que ouvia. O que tinha feito para merecer aquelas palavras? Meu corpo estremeceu, e dei alguns passos para trás, tentando fugir daquela tempestade de palavras.
— O quê? Por que está me falando essas coisas horríveis, mãe? — minha voz saiu fraca e trêmula, como se eu estivesse implorando por alguma compreensão, alguma fagulha de carinho que pudesse ter restado.
— Eu te odeio com todas as minhas forças, Harper. Não sabe o quão difícil foi para mim ter que suportar viver com você. — O ódio em seu olhar era puro e incontido, cada palavra um golpe, cada sílaba uma tortura.
— Está louca? Você é a minha mãe, pare de me dizer essas coisas! — minha voz falhou, os olhos ardendo com lágrimas que eu me esforçava para conter. Eu sempre odiei discussões, sempre fazia o meu máximo para evitar, e agora estava presa em uma das piores de todas.
— Não me chame de mãe! — ela gritou, sua voz um rugido que reverberou pela sala, levantando-se com um ímpeto que me fez recuar ainda mais. — Eu não aguento mais viver em volta de tantas mentiras, é demais para mim.
— Eu não estou entendendo... — murmurei, minha mente tentando processar o que estava acontecendo, lutando contra a vontade de desabar em lágrimas.
— Não sou sua mãe, Harper! Nunca fui e nunca serei! Não sabe o desgosto que sinto quando me chama de mãe. Tentei te engolir durante todos esses anos, mas chega, para mim não dá mais.
As palavras dela me atingiram como um soco no estômago. Eu sentia o chão sumir sob meus pés, e o mundo girava ao meu redor.
— Como assim você não é minha mãe? — perguntei, minha voz um sussurro de desespero, enquanto a verdade começava a se formar de maneira cruel e dolorosa em minha mente.
— Sou sua madrasta, Harper. Sua mãe morreu durante o parto. — Elizabeth riu enquanto se aproximava, um som frio e cruel que me fez estremecer. A realidade desmoronava ao meu redor, cada palavra dela era uma nova facada.
— Isso é mentira! Não acredito em você! — gritei, as lágrimas finalmente caindo livremente pelo meu rosto, meu coração esmagado pelo peso da revelação.
— É a mais pura verdade. Eu não sou sua mãe. Sua mãe morreu durante o parto, e desde então fui obrigada a assumir esse papel. — Por um momento, me senti atordoada, como se estivesse presa em um pesadelo do qual não conseguia acordar. Elizabeth continuou, suas palavras como veneno. — Não sabe o quanto eu te odeio.
Meu peito apertava com uma dor insuportável. A verdade que Elizabeth despejava sobre mim me deixava sem ar. O mundo que eu conhecia se despedaçava, e eu me sentia perdida, sem saber em quem confiar ou o que acreditar. Cada palavra dela era um golpe, cada revelação uma nova tortura, e tudo o que eu queria era fugir daquela terrível realidade.
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NOS PASSOS DE HARPER
RomanceEm meio ao mistério do desaparecimento de seu irmão, Harper Owen, uma jovem de 20 anos, descobre segredos chocantes sobre sua família que a levam a deixar para trás tudo o que conhece. Enquanto tenta reconstruir sua vida, ela se vê alvo da obsessão...