17 - Se o inferno são os outros...

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Atualmente

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Atualmente.

Soube que a ida ao restaurante era uma emboscada assim que vi a mulher loira sentada frente a mesa, por coincidência, no mesmo local que meu colega de Paris estava caminhando para se sentar.

Só ficou ainda mais evidente quando o palerma inventou que uma azia muito forte o estava incomodando e teria que ir embora. Me deixando sozinho, com a mulher que me apresentou em uma festa há alguns dias.

A festa da qual fugi.

— Beatrice — digo seu nome enquanto o garçom serve nossas taças com um suave vinho rosé. — Só irei tomar uma taça, estou dirigindo — aviso, ela insistiu muito para que aceitasse ao menos uma bebida.

Apesar de estar pouco contente com a situação, é inegável a beleza dela, ainda que esteja irritado, posso admitir que ela é muito bonita.

Beatrice usa um belo vestido dourado, com um decote sinuoso que valoriza seus seios, o tecido parece seda e se ajusta as suas curvas, além de joias brilhantes em suas orelhas e ao redor do pescoço, a fazendo brilhar também. A cor de sua roupa é muito próxima ao tom de seu cabelo, o que harmoniza bem com seu bronzeado.

Lembro vagamente do seu rosto, sua personalidade é mais presente na minha memória, a tornando marcante em ser pegajosa e incoveniente. Foi por causa dela que fui parar no jardim da festa de um dos patrocinadores que a galeria Rebel Angels mantém ligações.

Sentia que se não corresse ela acabaria me fazendo algum convite indecente e não estava em clima de trepar naquela noite, mas recusar sexo poderia ser indelicado, então eu apenas sumi.

Por causa dela fugi da comoção e acabei dando de cara com Rosemary, sentada na grama, usando terninho e comendo morangos. Ela estava tão sexy de roupa social, cabelo preso e calças, exatamente como uma fantasia sexual de executiva que agora fica colada na minha cabeça.

Ninguem ali se vestia como ela, ou usava o cabelo preso como o dela.

Foi automático sentir uma onda de desejo preenchendo minhas veias quando fiquei na frente dela, aquela figura baixa, usando saltos e blazer.

Se ela estivesse de óculos não teria tido tanto autocontrole.

Comeria ela tão forte em uma mesa usando aquele blazer, observando sua armação pender no nariz enquanto eu faria seu corpo tremer.

Minhas articulações ficam rígidas diante do pensamento.

— Relaxa um pouco, Peter — sua voz é afável como mel, não por naturalidade. Beatrice me da a impressão de que treinou muitas vezes falando sozinha para que sua voz soasse o mais aprazível possível. — Te liguei algumas vezes após a festa, pensei que poderíamos falar sobre arte.

Quase bocejo de tédio. Sei que o seu assunto de interesse não é arte, ou vinhos, e sim, sendo modesto, o meu pau. E ele não está interessado nela.

Além disso, lhe passei o número errado.

3 •Me Esqueça, Por Favor - Blue Sky CityOnde histórias criam vida. Descubra agora