Capítulo 4

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Aproximadamente uma semana com Cassian e Nestha, Estrela se acostumava com a rotina. Pela manhã, acordava com Cassian  fazendo o café e Nestha sentada no sofá lendo algum romance que provavelmente guardaria assim que a criança aparecesse no cômodo. -Tenho pensado em apresentar Estrela a algumas pessoas do círculo, aos poucos... talvez seja bom -O illyriano  termina de pôr a mesa. -O que acha?

Nestha colocou o marca página em seu livro torcendo a boca pensativa. -Seria interessante para ela se sentir inclusa, mas temos que lembrar do detalhe de que ela tem pouco tempo conosco e pode se assustar. Se queremos que ela se sinta confortável vamos deixar que ela nos mostre o limite -A fêmea ergueu o livro com uma das mãos como um pedido mudo para a casa o guarda-lo. 

Cassian concorda tirando o pano  de prato do ombro olhando diretamente para a escada onde Estrela descia concentrada para não cair. -Já acordou Estrela? -Os olhos de avelã se direcionaram para a menina que encarou o macho de forma tediosa. 

-Não, tô dormindo ainda -Emburra franzindo a testa fazendo com que Nestha sorrisse comprimindo o lábio para não ri da expressão indignada do General. -Bom dia Ness -A menor subiu no sofá com um pouco de dificuldade. -Vamos ter leitura hoje?  -Balança as perninhas.

Nestha  sentiu um aperto de felicidade em seu peito por ver a menina tão próxima de si, ajeitou a postura encarando a figura infantil. -Iremos sim, mas antes vamos tomar café e dar um bom dia para um Illyriano para não aturarmos um morcego um dando chiliques -Sussurrou no ouvido da menina que riu assentindo.

-Bom dia Morcego que dá chiliques! -Respondeu séria encarando o general. 

-Bom dia Morceguinha rabugenta -O mesmo respondeu provocando a criança, mas se conteve em continuar ao ver o olhar sério de Nestha. -Ok parei, que tal café da manhã na sala, assim pode ler para ela....

-Não, quero tomar café na cozinha mesmo  -Rebateu arqueando a sobrancelha seguindo para a cozinha. 

Cassian mexeu nos cabelos compridos indignado -Como uma coisinha tão pequena consegue ser tão grossa? 

-Talvez precise de um pouco mais de dedicação -A fêmea comprimiu os dedos mostrando a quantidade para Cassian que rolou os olhos -Um pouco de paciência Cass, você é ótimo com crianças, mas não é porquê  não conseguiu de primeira que deve desistir. -Concluiu dando-lhe um tapinha no ombro do maior. 

-E eu achei que só o trabalho que tive para te ter em minha vida era o suficiente -Comparou Cassian -Mas vejo que a mãe quer me testar -Negou seguindo para a cozinha com Nestha

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Sentados em volta da mesa os três tomavam café tranquilos, Estrela encarando o prato onde permitia ir e voltar as memórias. Antes de seu pai ficar totalmente dedicado ao trabalho e a sua madrasta, ele tinha como principal prioridade ela, as vezes se atrasava para as patrulhas apenas para ficar com ela.

 -Estrela -Cassian atraiu sua atenção -Seu mingau ainda está no prato, se demorar ficará frio -A menor assentiu saindo dos desvaneios dando atenção a comida.  O general pôde ver a mudança de comportamento da menina que possuía os olhos brilhosos de tristeza. -O que houve Estrela? -Perguntou usando um tom mais calmo. Fazendo com que as orbes de Nestha direcionassem para a menina -O mingau está ruim? 

Os cabelos negros da menina balançasse  quando a mesma negava com a cabeça -Conseguiram achar meu pai? -Perguntou chateada lembrando dos dias que estava ali, Estrela não queria sentir que existia a possibilidade de está se tornando um incômodo. 

Em um gesto quase instintivo, as mãos dos parceiros se encontravam unidas  por debaixo da mesa. Os olhos de avelã compreendiam o que se passava diante do olhar perdido da criança. -Não, Estrela. Sinto muito por não conseguir lhe dar uma resposta pelo paradeiro dele -Respondeu sincero  -Mas iremos continuar com as buscas, meus melhores vigias estão rondando atrás dele. 

Corte de Sombras e esperanças -NessianOnde histórias criam vida. Descubra agora