Capítulo 62 (último) - Parte 1

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Montevidéu foi o nosso primeiro destino após casados. Eu ainda não acreditava quando olhava a aliança no meu dedo, fazia um tempo que eu não usava um anel de compromisso.

Meu anel era de ouro com um pequeno diamante no centro, eu amo a delicadeza dele, me encantei assim que o vi. Cada vez que eu sentia o peso do anel e olhava para aquela pedrinha sentia um sentimento completamente novo, eu nem conseguia descrever.

Eu acredito que tenha ultrapassado até o amor, porque quando eu digo que o amo, parece ser algo tão pouco comparado ao que realmente sinto. Nunca é o bastante.

Agora, nós estamos em Assunção, no Paraguai. Decidimos que ficaríamos juntos por um tempo, que eu viajaria com ele por onde quer que fosse, nossa lua de mel. Quando ele não estava ocupado resolvendo problemas, entrando em contato com pessoas, ele saía comigo para me mostrar a cidade.

Essa fase que estamos tendo agora é algo tão bom, algo que eu nunca tive antes. Eu nem consigo mais pensar em um futuro sem o Renan na minha vida. Parece meio louco pensar assim, mas eu tô louca de amor.

Nosso relacionamento é saudável, não há cobrança desnecessária, não há ciúmes extremos, confiamos um no outro e nos respeitamos. Respeitamos nossas vontades, limitações, desejos; há dias que eu queria poder sair por aí com ele, mas nem todo lugar nós podemos ir por ele ser procurado. Por isso estou aproveitando bem essas viagens, já que por aqui somos só turistas normais.

A cara dele não está estampada nos jornais nem nada do tipo, mas ele sempre diz que apenas um deslize é fatal. Eu não discordo, já vi criminosos serem presos por coisas bestas.

Renan: Você tá linda pra caralho ﹘ interrompeu meus pensamentos.

Observei seus olhos pelo reflexo do espelho, que me olhavam com pura luxúria.

Karina: Obrigada, você pode me ajudar a colocar o colar?

Renan: Posso.

Peguei o colar e afastei o cabelo, logo senti seus dedos tocando levemente no meu pescoço. Assim que terminou de fechar o colar, ele segurou meu pescoço e me deu um cheiro, bem atrás da orelha.

Me arrepiei toda e ele me olhou ternamente, terminei de colocar meus brincos, com ele ainda nas minhas costas me observando e me virei.

Karina: Vamos? Tô ansiosa pra saber onde você vai me levar.

Renan: Você vai amar e ela ﹘ acariciou minha barriga ﹘ também.

Saímos do hotel em que estávamos hospedados e pegamos um carro, com destino a um restaurante. A culinária paraguaia não era nada comparada à boa culinária brasileira, mas eu tinha que concordar que o Puchero deles era muito bom.

Era somente uma sopa, mas feita com carnes, como bacon, costela, linguiça, também tinha grãos, como ervilha e milho, além de muito tempero fino e verduras. Eu gostei desde minha primeira colherada até a última.

Renan: Quero te levar à Itália, você vai adorar a comida de lá.

Karina: A Itália não é o país das massas? Eu vou engordar muito.

Renan: Mas vai valer a pena, as massas que comi lá, nunca tinha comido antes. Todo tipo de macarrão ao molho você vai encontrar, cada um mais saboroso que o outro. E os doces também são bons.

Karina: Quando você foi à Itália?

Renan: Quando conheci você fazia pouco tempo que eu tinha voltado de viagem.

Karina: Tenho interesse por algumas roupas, ouvi falarem bem das grifes de moda por lá.

Renan: Sim, vi muita mulher bem vestida.

Alma de Pipa (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora