Capítulo 31

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-Um mês Magnus, é o tempo necessário para fazer vocês e seus amigos conspirarem contra mim.

Com um sorriso de lado e o terno sob medida ele entrou na visão dos jovens bruxos. Ele não era como Magnus, mesmo tendo o rosto e o olhar parecidos era visível a diferença entre os dois. Asmodeus tinha a pele levemente bronzeada, mas não o suficiente para esconder sua palidez; sua estatura supera a dos illyrianos mais temidos da história de Pryntian, e o seu poder era estampado na presença gélida de seu poder nos olhos ávidos prateados e no sorriso debochado que formava em seus lábios.

O poder e a magia que emanava do ser à frente dos gêmeos, esmagava seus ossos, desencadeando sobre si uma sensação horripilante de estar encurralados.

-Vejo que encontraram seu caminho até aqui.- disse olhando para os mais novos visitantes.- Deveria dizer que é um prazer recebê-los em minha casa, mas eu estaria mentindo, então vou poupar o tempo de vocês.- seu sorriso era complacente, o que estava deixando Ayla extremamente irritada, mas diferente dela, Alexander estava quieto, ciente do olhar sobre si, mas focando no anel banhado a ouro com uma pedra estelar que enfeitava a mão de Koschei.

-Oi tio Asmo.- sorriu Catarina nervosamente.- Bom te ver, tá tão bonito hoje, chegou cedo né?

-Poupe-me Catarina...Não me lembro de ter dado autorização a você para sair de seu quero.

-Eu dei.- Magnus se pôs a frente da amiga.- Precisávamos de um quarto para a princesa Ayla, disse-me para não incomodá-lo com bobagens, então preferi não incomodá-lo.

-Fez bem meu filho.- disse com o olhar semicerrado.

-Onde conseguiu esse anel?- perguntou Alexander finalmente. Seu olhar alternando entre a mão pálida do homem e o olhar divertido que o lançava.- Me diga, onde conseguiu esse anel!

-Deveria aprender mais com o seu irmão pequena Ayla.- disse sem tirar os olhos do príncipe.- O segredo está nos mínimos detalhes.

-Diga-me agora, seu verme imundo, onde encontrou esse anel!- gritou o príncipe, assustando os bruxos.

Não só pela atitude, pelo pouco que o conheceram sabem que gritar não era do feitio de Alexander, mas pelo que demonstrou em seu olhar, as chamas esbranquiçadas e incandescentes pareciam queimar suas peles. Abalando a todos, menos a Asmodeus, que parecia se divertir com a descoberta.

-Por que perder tempo se já sabe a resposta criança?- um sorriso vampírico se formou nos lábios do deus.- Seu "pai" ficou feliz em trocar algo pela vida do mestre espião.- Aquele era o anel de noivado que Lucien havia dado a Azriel semanas antes de renovarem seus votos a dez anos atrás.

-O que fez com ele?!- gritou Ayla apontando uma espada desembainhada em direção a Asmodeus.

-Criança, não seja tola, eu não fiz nada com seu pai.- disse estalando os dedos, tomando para si um copo de whiskey e uma cadeira confortável.

-Não minta para mim velho maldito!

-Velho?- ergueu uma das sobrancelhas rindo- Deveria ter mais respeito com quem tem a chave para todos os seus problemas, raposa ingênua. Você não pode me culpar por seu pai estar doente.

-Agora fudeu.- sussurrou Catarina colocando uma das mãos apoiadas na testa.

-Isso é impossível.- disse Alexander.- Nós não adoecemos nem se formos expostos a mais terrível das geadas.

-Você está certo. Seu pai não está doente... mas não posso dizer o mesmo de suas sombras.- o general abriu seus lábios em um sorriso frio quando um punhado de sombras dançou em seus dedos.

Corte da IrmandadeOnde histórias criam vida. Descubra agora