• 18 - Maridinho do Simon

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▪︎ Ponto de vista do Simon ▪︎

Eu não consegui responder de imediato o "eu te amo" do Wille, ficou uma situação esquisita no ar e eu pedi que ele viesse na minha casa alguns dias depois do ocorrido - ou seja, hoje.

O que você responde pra uma pessoa que te fala isso? "Você tá maluco"? "Obrigado"? "Eu te desejo um ótimo natal"?

A questão era que eu amava o Wille, eu soube disso muito tempo atrás quando comecei a evitar ele pra que isso passasse, e tudo o que aconteceu foi que comecei a pensar ainda mais nele.

Então por que era tão difícil verbalizar isso?

Fui tirado dos meus pensamentos quando alguém tocou a campainha, e eu esperava que fosse a única pessoa que eu convidei pra minha casa naquele dia.

- Eu atendo! - Gritei para a minha irmã, que estava sentada na sala assistindo TV, e respondeu com um "otimista da sua parte pensar que eu iria parar o que estou fazendo pra ir atender".

Saí quase correndo para abrir para o Wille - antes parando para pegar uma almofada do sofá e jogar na cara da Sara, óbvio - E parei em frente à porta.

- Droga, esqueci de vestir uma camisa. Como eu vou ter uma conversa séria com ele se eu estou desse jeito? - Falei em voz alta comigo mesmo, mas minha irmã desviou os olhos da televisão apenas para me olhar com um olhar de reprovação, e voltou a encarar seu programa.

- Simon, eu tenho certeza de que sabe se lá quem seja "ele", não vai se importar de te ver sem camisa. Provavelmente não é nada que ele já não tenha visto antes também - Ela não estava totalmente errada. Mas mesmo assim joguei outra almofada na cara dela.

- Ei, saco de lixo que o caminhão esqueceu de vir buscar, eu vou abrir a porta, e você não fale nada estranho pra não assustar o Wille, beleza?

- Tá bom, resto de chorume - Ela fez uma expressão pensativa logo depois de concordar, como se estivesse tentando se lembrar de algo - Esse não é aquele menino loiro que veio fazer trabalho com você tempos atrás?

- Sim.

Outro toque da campainha.

- Eu conversei com ele naquele dia quando deixei entrar em casa, o mesmo dia em que tranquei vocês dois juntos... enfim, essa parte não precisamos relembrar. É o mesmo garoto "misterioso" que roubou seu coração e você me contou todos os seus sentimentos por ele sem citar o nome, não é?

Minha felicidade era que ela estava vidrada no programa enquanto falava comigo, ou teria visto meu rosto ficando aos poucos mais vermelho do que pimentão.

- Vai se foder, Sara. Vou abrir pra ele antes que ele desista - Sorte dela que não tinha mais nenhuma almofada ao meu alcance.

Abri a porta e me deparei com um Wille nervoso, roendo as unhas de uma mão e segurando um buquê de flores com a outra. Ele estava tão bonito, nem reparei direito no que vestia porque eu estava vidrado no seu rosto. Que garoto lindo.

- Oi, é... - Ele rapidamente tirou da boca as unhas que estava roendo e colocou sua mão para trás, para que eu não visse. Ficou visivelmente mais nervoso quando notou que eu estava sem camisa, e tentava ao máximo não olhar para aquela parte do meu corpo, provavelmente para ser respeitoso comigo - São pra você - Ele me estendeu o buquê timidamente e eu aceitei, analisando-o.

- São lindas, obrigado - O gesto foi tão bonito que eu decidi nem contar pra ele que flores me davam alergia - Entra.

Cedi espaço para que ele entrasse, e ele passou por mim, cumprimentando a Sara assim que a percebeu no ambiente.

- Oi, maridinho do Simon. Ele não parou de falar sobre você desde que se conheceram, sabia? - Sara me expôs e o loiro respondeu com apenas uma risadinha, adorando saber daquilo.

- Garota... - Retruquei, enquanto colocava as flores em um jarro com água - Se você não calar a boca, eu vou... eu vou... não consigo pensar em nenhuma ameaça agora, mas saiba que alguma coisa vai acontecer.

- Não tenho medo de gays igual você, só colocar uma conta de matemática na sua frente que você já começa a tremer de medo.

- Você tá na minha lista, Sara, e seu nome tá sublinhado. Vem logo, Wille, vamos sair da presença do capeta - Peguei o garoto pelo braço e saímos em direção ao meu quarto. Eu fiquei em pé na sua frente e ele se sentou na minha cama, olhando em volta.

- Faz bastante tempo desde que eu estive aqui.

Realmente fazia, e a única coisa que tinha mudado era que agora meu quarto estava novamente uma bagunça, porque eu não tinha meu loirinho multitarefas para gentilmente arrumar pra mim.

- Posso colocar as coisas no lugar pra você? - Ainda bem, pensei que nunca iria pedir - Isso se você não se importar.

- Pode, pode sim. Obrigado.

Ele começou a dobrar algumas roupas e guardá-las nas gavetas. Como sabia exatamente onde guardar cada coisa? Ele estava de costas para mim, e nesse momento eu encarava o chão, decidindo se dizia ou não o que tinha em mente.

- Wille, você... você se lembra do que me disse da última vez em que nos encontramos?

Imediatamente ele parou de dobrar as coisas. Eu não conseguia ver sua expressão, mas devia estar pensativo.

- Wille, tá tudo bem.

O loiro soltou uma leve risada constrangida, e respondeu que sim.

Alguns segundos de silêncio pairaram no ar, até que eu criei coragem para dizer o que estava entalado na minha garganta.

- ...Eu também amo você.

Ele parou de rir e ficou sério, largando a roupa que segurava e se virando para olhar pra mim. De repente, um sorriso se fez presente no seu rosto e o garoto começou a se aproximar.

Wille colocou sua mão na minha cintura descoberta e me puxou para mais perto, me envolvendo em um beijo longo e apaixonado.

Ele interrompeu o beijo para juntar sua testa na minha, fazendo com que nós dois ríssemos de felicidade de estarmos ali.

Voltamos a nos beijar, e cada vez o ambiente e nós mesmos ficávamos mais quentes. Ele aproveitava pra passar sua mão por todo o meu peitoral e costas, como se nunca tivesse me tocado na vida.

- Acho melhor nós fecharmos a porta - Ele disse - Vai que alguém aparece pra, sei lá, gravar um vídeo da gente. Não é impossível - Eu ri da sua preocupação que parecia genuína.

- Eu sei quais são suas intenções em fechar a porta, mas eu não vou fazer isso com você. Pelo menos não agora.

- Por que não? - O gatinho me falou de uma forma tão doce, que era possível acreditar que ele iria chorar se não fizéssemos aquilo.

- Lindo, minha irmã tá em casa, eu não posso correr o risco de traumatizar ela.

- Mas, Simonzinho... tô com tanta saudades de você, de tocar em você, de fazer tudo com você.

- Apelando pra chantagem emocional essas horas? - Ele assentiu, brincando - Pois saiba que funcionou. Sorte sua que também estou com muita saudades de tudo que tenha relação com você.

Deixei que fechasse e trancasse a porta - Minha janela vivia com a cortina fechada, então com ela não teríamos problema - E ele já foi logo tirando sua camisa após confirmar que estava tudo devidamente trancado.

- Wille, não se esqueça de que nós não podemos fazer muito barulho - Avisei, enquanto meus lábios eram atacados de forma quase desesperada.

- Sabe o que isso significa? - Balancei negativamente a cabeça, e ele se aproximou do meu ouvido para sussurrar a resposta - Que você vai ter que ficar bem quietinho... caso contrário, sua irmã vai saber o quão bem eu fodo o irmão dela.

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☆ Notas do autor: 👀

Eu te odeio tanto que acho que te amo - Simon e Wilhelm (Young Royals)Onde histórias criam vida. Descubra agora