"Te adoro, te adoro, eu te amo."
- Terra chamando Ran! Aonde você tá com a cabeça, idiota?
- Hã? Ah, que foi, Rin?
- Você ao menos ouviu o que eu estava dizendo?
- Hã... Sim.
- Então o que era? - Rindou arqueou uma sobrancelha com um olhar sério.
- ... Garotas?
- Vai se fuder! Você não ouviu nada! - Me socou.
- Foi mal, Rinrin.
Todos os dias eram os mesmos. Monótonos, sem graça. Eu sempre gostei de emoção; a adrenalina era como uma droga a qual eu precisava sentir correndo pelas minhas veias cada vez mais.
Eu não tinha do que reclamar; vivendo ao lado do meu querido irmão, tinha um apartamento luxuoso na área residencial de Roppongi só para nós. Festas, drogas, bebidas, garotas, corridas de moto, brigas de gangue. Nada daquilo preenchia o vazio dentro de mim.
A minha beleza me permitia ter todas as garotas que eu quisesse. Qualquer garota gostaria de passar uma noite com um dos irmãos Haitani. Mas todas elas eram iguais; possuíam uma beleza falsa, artificial. Com unhas falsas, extensões de cabelo sintético, quilos e mais quilos de maquiagem, roupas vulgares e extravagantes. Não eram mais do que brinquedos descartáveis os quais não valiam nada.
Rindou dizia que eu precisava deixar essa vida, que no momento em que eu tivesse uma pessoa para chamar de minha, eu encontraria uma nova razão para viver.
"Besteira", dizia eu. As garotas de Roppongi pareciam compartilhar dos mesmos neurônios. Todas eram cópias umas das outras, apenas com nomes diferentes. Nenhuma delas parecia digna do meu amor, era o que eu pensava.
Até o dia que eu a encontrei.
- A briga de hoje promete. Ouvi dizer que tem uma garota na toman.
- Ela deve ser irmã de um dos líderes, com certeza só foi aceita na gangue pra não ficar enchendo o saco.
- Talvez... Mas pode ser interessante ver uma garota lutar. Não temos essa oportunidade todo dia.
Logo a entrada da toman foi anunciada. Eles iriam lutar contra uma infame gangue recém formada, aparentemente era de Kantou. E lá vieram eles, eu a vi entre os líderes. Era incrívelmente parecida com um dos capitães; talvez fosse realmente irmã. No mesmo momento em que eu a vi, algo mudou em mim.
Seus olhos passaram com um olhar de desprezo sobre a "platéia", uma vez que estavam dizendo coisas desagradáveis diretamente a seu respeito. Nossos olhares se encontraram por uma fração de segundos.
Durante todo o conflito, não tirei meus olhos dela. Ela era incrível, era forte, bonita, e apesar de sua agressividade ela não deixava de ser delicada. Era simplesmente... Perfeita.
Daquele dia em diante, eu passei a ter uma única certeza na minha vida: aquela garota seria minha.
───※ ·❆· ※───
Nos próximos dois meses, eu procurei em todos os lugares por qualquer informação sobre ela, o que foi um pouco difícil já que ela era mais conhecida em Shibuya do que em Roppongi.
Pouco tempo depois eu me tranferi para a mesma escola onde ela estudava, apenas para tê-la mais perto.
Graças a alguns métodos não convencionais, eu pude descobrir algumas coisas sobre a garota.
Baji Akira, 15 anos. Na época, media 1,55 e pesava 46kg. Seu tipo sanguíneo era A+. Foi membro do conselho estudantil por dois anos, mas foi expulsa do mesmo perante rumores de que era membro de gangue. Tinha alergia à camarão e poeira.
Um dia, tive a sorte de encontrá-la no clube de natação, e uma ideia insana se passou pela minha mente. Enquanto a garota tomava banho, eu entrei no vestiário feminino e consegui seu trage de banho facilmente. A peça não estava suja, apenas um pouco molhada, mas ainda tinha o seu cheiro. E era extremamente viciante... Eu poderia passar horas aspirando o perfume dela, entorpecido como se fosse uma droga potente. A partir dali, eu decidi que precisava de mais e mais coisas dela.
Consegui uma escova de cabelo, algumas peças íntimas e acessórios como anéis e um colar. Eu estava ficando obcecado por ela, mas não admitiria nem sob tortura.
- Cara, você tá bem? Já fazem 4 horas que você tá aí sentado cheirando essa blusa. - Rindou apontou a cabeça para dentro do meu quarto me encarando com preocupação.
- Esse cheiro me faz sentir mais perto dela...
- Certo... Vou avisar à mamãe que você tá precisando de uma terapia. - Fechou a porta.
Eu sabia perfeitamente do temperamento de Akira. Ela era uma garota discreta e reservada, e não apreciava muito a ideia de conhecer pessoas novas. Com desconhecidos, principalmente homens, ela costumava ser ríspida, fria e inflexível.
No entanto, eu tinha meu plano. Sabia exatamente o que era necessário para conquistar a sua confiança e logo depois o seu amor.
Ela seria minha, de um jeito ou de outro.
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Send Me Orchids - Ran Haitani
Fanfiction𝑂 𝑞𝑢𝑎𝑜 𝑙𝑜𝑛𝑔𝑒 𝑢𝑚𝑎 𝑝𝑒𝑠𝑠𝑜𝑎 𝑝𝑜𝑑𝑒 𝑖𝑟 𝑝𝑜𝑟 𝑎𝑚𝑜𝑟? 𝐸𝑛𝑞𝑢𝑎𝑛𝑡𝑜 𝑡𝑜𝑑𝑎𝑠 𝑎𝑠 𝑝𝑒𝑠𝑠𝑜𝑎𝑠 𝑖𝑚𝑝𝑜𝑟𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒𝑠 𝑑𝑒 𝑠𝑢𝑎 𝑣𝑖𝑑𝑎 𝑚𝑜𝑟𝑟𝑒𝑚 𝑢𝑚𝑎 𝑎 𝑢𝑚𝑎, 𝐴𝑘𝑖𝑟𝑎 𝑑𝑒𝑠𝑓𝑟𝑢𝑡𝑎 𝑑𝑒 𝑢𝑚 𝑎𝑚𝑜𝑟 𝑖𝑛...