VINGANÇA À LA CARTE

31 5 4
                                    

Eu obviamente calculei mal alguns pontos. Enquanto eu estava abaixado no chão e sentia aquela chuva de balas zumbindo sobre a minha cabeça, eu tive tempo para pensar melhor. O que será que eu pensei que aconteceria? Que eu ia me formar no ensino médio, me casar, ter um emprego fixo e uma família? Com uma casinha, dois filhos e um cachorro? A vida não funciona assim. As coisas não ocorrem como nós queremos. Nota para mim mesmo: você está sozinho cara. Ninguém se importa com você. Ninguém liga para como você está se sentindo. Se os seus pais rejeitaram você, por acaso você acha que alguém no mundo, algum dia vai gostar de você? Por que as pessoas tentam ser uma coisa que não são, apenas para agradar os outros? Você é um assassino, Akihiro. E isso é tudo o que você vai ser. Você vem de uma longa linhagem de assassinos profissionais com índole perversa. Você é um monstro, foi criado como um.

Depois que os tiros cessaram, eu levanto e me escondo em um canto escuro da casa, agachado. Estava com minha arma em punho. Começo a ouvir passos. Fecho os olhos e deixo meus outros sentidos trabalharem. Foi difícil me concentrar no som dos passos, estavam de botas. O engatilhamento dos fuzis, Kalashnikov, provavelmente importadas de Israel, se eu conheço bem a Yakuza. Cinco... Não, seis homens. Três pela entrada, dois pela janela de trás e um pela janela da frente. Foram segundos de análise, mas o suficiente para mim. Ao virar do primeiro, agarro a arma dele por baixo do cano. Dou uma cotovelada no queixo dele para retardar os sentidos. Uso como escudo, de fato, tentaram atirar em mim, mas acertaram no sujeito. Alguns tiros passaram de raspão na minha pele. Acerto dois tiros na cabeça de cada um dos dois que vinham pela frente, um dos tiros acertou ele através de um canto da parede de madeira. Finalizo o meu escudo humano com um tiro na cabeça, por baixo do queixo.

Sabia que um ia tentar me flanquear. Deito no chão de bruços e espero ele entrar no quarto atirando pra frente. Atiro nas pernas dele e quando ele cai, finalizo com um tiro na cabeça. Já foram 8 balas. Os dois capangas que restavam começaram a trocar tiros comigo de uma cobertura da cozinha. Tive que pensar rápido. Eu teria exatos 10 segundos pra flanquear eles. Era o tempo da minha arma descarregar enquanto suprime eles, depois disso eles iriam avançar. Coloquei um pedaço de madeira para pressionar o gatilho da arma e atirar sozinha. Fiz isso e larguei ela no chão atirando na direção deles. Saí pela janela de trás sem eles me ver e flanqueei pra entrar pela janela da cozinha. Foram 5 segundos. Depois que arma parou de atirar eles avançaram. Abro a janela da cozinha suavemente para eles não ouvir. Pego uma faca da pia e enfio ela de lado na garganta de um deles e pego a arma dele enquanto ele atirava e miro nas pernas do outro. Seu parceiro cai no chão agonizando de dor e eu logo chuto a arma dele pra longe. Deixo o cara da garganta furada cair morto no chão. Vou pra sala e pego minha arma de novo. Troco de pente rapidamente, recarregando. Vou até a cozinha onde tinha o último sobrevivente que gritava de dor. Checo as tatuagens dele, eram mesmo da Yakuza. Atiro na coxa dele e ele grita.

-Quem te mandou? Quero nomes e o endereço. - atiro na mão dele também -

-Vai se ferrar! - ele grita enquanto agonizava -

-Beleza... - vai ser do jeito difícil então -

Vou até o meu esconderijo dentro do chão da casa e pego um celular meio grande. Tiro uma foto do rosto dele e ligo com o banco de dados do servidor da minha família.

-Você tem uma bela família - Mostro pra ele uma foto da esposa e filhos dele, junto com o endereço da casa - quer uma dica? Se vai entrar pra esse tipo de negócio, não tenha uma família.

-Você não faria isso... Seu maldito... - ele agonizava enquanto pensava se eu estava blefando -

Me ajoelho na frente dele, sorrindo, e aponto a arma pra boca dele.

Blood DropsOnde histórias criam vida. Descubra agora