VALU - Perfectly Wrong

Capítulo 1

Oi, gente.

É minha primeira vez escrevendo uma fanfic. Simplesmente porque eu não consigo tirar essas duas da minha cabeça e estou a ponto de enlouquecer. 

Eu vou jogar aqui todas as loucuras que eu imaginei e espero que gostem.

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Acordo mesmo sem vontade após o despertador tocar pela terceira vez. Já abusei da função soneca e estou a ponto de me atrasar quando finalmente decido me levantar. Eram quase seis da manhã e meu ônibus passaria em vinte minutos. 

Corro até o banheiro e tomo banho rapidamente, escovo os dentes e saio de casa. Terei que comer algo no campus mesmo. Não me atrasei, mas foi por pouco. Nunca mais eu viro a noite, prometo. Assim como prometi todos os dias dessa semana.

Segui minha rotina normalmente, cheguei na faculdade, fui até a biblioteca para adiantar alguns trabalhos e seminários da próxima semana, tive uma reunião com o grupo da bolsa de iniciação científica e esperei até o horário da aula.

Acho que esqueci de me apresentar, né? 

Bom, eu me chamo Luiza, curso direito em uma faculdade particular graças a uma bolsa que consegui graças ao Prouni e que luto todos os dias para manter. Então, sem muito tempo pra diversão, festas e relacionamentos. 

Apesar de passar todo o meu tempo livre com um livro nas mãos ou assistindo algum documentário, consegui achar alguém que me aceitasse do jeitinho nerd que sou e quisesse ser minha amiga. Essa pessoa maravilhosa, carismática e muito paciente é a minha melhor amiga, a Duda. 

Enquanto não dá o horário da aula, espero em uma das mesas da lanchonete, onde combinei de encontrar com ela.

Duda chega e me cumprimenta com um abraço e um beijo na bochecha, e logo se senta na cadeira a minha frente, com um sorriso enorme no rosto.

- E essa carinha aí? Qual o motivo de tanta felicidade? - pergunto.

- Você não vai acreditar, mas o Igor acabou de me chamar pra uma festa na casa dele, no sábado. - ela responde, abrindo ainda mais o sorriso.

Igor era um estudante de administração que Duda tinha uma paixonite aguda há alguns meses, eles tinham trocado algumas mensagens e conversado pelos corredores da faculdade, mas ele ainda não tinha tomado qualquer atitude. Ele parecia ser um cara legal, sempre foi simpático quando nos encontramos e aparentemente seu único defeito era ser irmão da Valentina. 

Quem é Valentina? Olha, não vale nem a pena comentar.

- Finalmente vocês dois vão ficar, não aguentava mais a enrolação. - respondo rindo.

- Ai amiga, tomara. Estou a dois passos de me jogar na cama dele pelada pra ver se ele entende de vez. - Duda fala e eu me acabo de rir. Ela é sempre assim, desbocada.

- Vai pra cima e depois me conta tudo. - continuo.

- Como assim "me conta tudo"? Não, não, dona Luiza. A senhorita vai comigo. - ela diz em um tom mandão.

- Tá doida? Tenho prova na semana que vem, não tem a mínima chance de eu ir numa festa, ainda mais na casa do irmão da Valentina. - falo decidida.

- Valentina, Valentina, ultimamente você só fala sobre essa garota, cuidado que isso é amor viu. - fecho a cara com a insinuação. - E você vai mesmo me deixar sozinha? E se der tudo errado e eu precisar de um ombro pra chorar? - ela diz fazendo um biquinho pra me convencer.

E consegue, como sempre. Não consigo negar nada que a Duda me pede, porque simplesmente ela faz tudo por mim.

- Ai, tá, tá bom, eu vou. - concordo de má vontade. 

Duda pula da sua cadeira e basicamente senta no meu colo me enchendo de beijinhos.

- Você é a melhor amiga de todas, sabia? - ela fala alto, virando algumas cabeças em nossa direção.

- Eu sei bem, e também sou a sua futura madrinha de casamento, tá entendido? - respondo rindo.

- E quem mais seria? - ela diz voltando para a sua cadeira.

Conversamos mais um pouco sobre os nossos dias e como faríamos para ir a festa no sábado. Ficou decidido que nos encontraríamos na festa mesmo, já que morávamos longe uma da outra, mas que depois eu dormiria na casa de Duda, que ficava mais perto da casa do Igor. 

Nos despedimos e eu fui para a aula, que estava para começar. Entrei e me sentei na primeira fileira, em uma cadeira próxima a parede e fiquei esperando que todos chegassem.

Mas como claramente o universo me odeia, a primeira pessoa que passa pela porta é o próprio capeta em forma de mulher. Valentina entra na sala e vem andando em minha direção. Sério, o que eu fiz pra merecer isso?

Como sempre, ela caminha como se o mundo fosse dela e nós estivéssemos aqui só porque ela permitiu. Assim que se aproxima, dá o seu sorriso arrogante, que não sai da minha mente de jeito nenhum. Como pode existir alguém tão cheio de si? 

- Oi, Luiza. Tudo bem? - ela diz com aquela voz irritante, me olhando de cima a baixo. Odeio quando ela faz isso.

- Estava, até agora. - respondo, fria.

- De mau humor é? Quer que eu pegue um chocolate pra você? Ou um calmante, sei lá. - ela responde de forma irônica.

- Se você sair de perto já resolve. - dou um sorriso mal humorado e me viro, para que ela entenda que não quero assunto.

Ela não entendeu.

- Só nós duas até agora, será que a aula foi cancelada? - ela pergunta, rindo.

Pego meu celular rapidamente e checo o meu email para ver se tem alguma mensagem. E claro que tinha, e claro que ela já sabia. O professor tinha enviado um email há quinze minutos que não poderia dar a aula hoje devido a uma emergência familiar. 

- Você iria me avisar em algum momento ou só veio aqui para me encher mesmo? - falo de forma ríspida.

- Olha, eu só entrei aqui porque te vi sozinha na sala e queria avisar, mas você me tratou tão bem que eu quis aproveitar a sua companhia. - ela fala, com o mesmo sorrisinho no rosto. Nossa, que vontade de arrancar esse sorriso da cara dela.

- Bom, pelo visto eu não preciso mais aguentar a sua presença, então tchau. - me levanto e vou caminhando até a porta da sala. Ouço os passos de Valentina atrás de mim e logo ela puxa o meu braço, fazendo com que meu corpo virasse em sua direção.

- Tem certeza que não quer uma carona pra casa? Achei que tinha gostado da última vez. - ela diz, me lembrando do meu erro da semana passada.