Behind The Counter - VegasPete

Capítulo 10

Vegas está apenas deliberando consigo mesmo sobre tudo o que Boun havia lhe falado, a máfia escura pertencia aos territórios distantes de Bongkok comandada pelo alfa Gwi, um homem sem escrúpulos que fazia de tudo por poder e para conseguir algo que queria, nas poucas vezes que se encontraram para a reunião entre as máfias, houve um pequeno impasse entre eles devido a opiniões divergentes que compartilhavam, sobre alguns tópicos que foram lançados a mesa. O mais velho tinha plena consciência que Gwi não gostava de si, por isso sempre estava a jogar palavras ao vento em sua direção, nunca se importou muito já que para ele o outro era apenas alguém desesperado por atenção, mas o fato de tê-lo interessado em algo que está em suas terras colocava tudo em um patamar completamente novo, tudo que estava dentro do território de Bangkok tinha sua proteção e não seria diferente com o tal soldado desertor.

Por algum motivo aquela linha pensamento o levou ao ômega da conveniência, Pete estava perturbando seus pensamentos e seus sonhos nos últimos dias, desde que se viram pela última vez a imagem dos olhos cinzas não deixava sua mente, o deixando inquieto pois aquela era uma sensação nova e estranha. Seus pensamentos sobre o ômega atrevido foram quebrados pelas batidas em sua porta, logo seu Primo estava adentrando seu escritório sorrindo para si.

— Primo — Kinn disse sentando-se na cadeira à sua frente — Porque saiu tão rápido da mesa?

— Precisava pensar em algo, e você? Porque está aqui e não com seu homem?

— Ele se retirou para pegar um ar nos jardins, eu disse para não ir já que está escurecendo — deu de ombros — Mas Porsche só faz o que quer, Prapai está brincando com Boun e Venice.

Vegas assentiu rodando em sua cadeira, enquanto ouvia seu Primo.

— Ah, eu encontrei com Pete hoje — falou alegremente — Venice o conhece.

— Venice? — virou-se, subitamente interessado.

— Sim, ele sempre compra doces lá e por mais incrível que possa parecer, Venice gosta de Pete.

Aquela informação o deixou levemente surpreso, Venice era realmente arisco a presença de ômegas que não faziam parte da família.

— Não só gosta dele, mas de seu cheiro também.

— Isso é novo — encostou-se sobre a cadeira — Venice não costuma gostar de ômega além de nossos amigos e familiares próximos, mas por que ele gostaria de Pete?

— Pete é muito carinhoso com ele — Kinn comentou — Hoje enquanto os via conversar, percebi que ele trata Venice como um filho, por assim dizer.

— Isso é bom, eu sempre quis que Venice se aproximasse de outros ômegas, e espero que ele possa continuar se aproximando.

Kinn o encarou com um olhar questionador, aquelas palavras pareciam um pouco fora de contexto para si.

— Você quer que ele se aproxime de outros ômegas ou especificamente de Pete?

— De Pete é cla...Kinn! — encarou o mais velho com certa raiva — Não comece.

— Eu não disse nada — defendeu-se rapidamente — Você que está interpretando errado. Foi apenas uma pergunta normal, afinal também estou feliz com essa avanço de Venice.

— Mesmo que eu não saiba muito sobre Pete, não sinto que ele é alguém ruim e isso é bom para Venice — dá de ombros — Porém não quero que ele se apegue muito ao ômega.

— Acredito que isso é tarde demais, Venice já o adora e não só ele — acusou — Eu conheço muito bem você.

Às vezes Vegas achava irritante como seu primo o conhecia tão bem, Kinn era o único capaz de entendê-lo sem precisar que ele falasse algo, foi assim desde que eram apenas crianças.

— Você parece animado demais com Pete, o que nunca aconteceu.

— Pete não parece ter muita afinidade por mim — sua voz soou decepcionada — Eu com certeza não estou em sua lista de pretendentes, se é que ele tem uma.

— Ele acha você bonito, isso já é um começo.

— E como sabe que ele me acha bonito? — por mais que o ômega tivesse o chamando de bonitão antes, aquilo lhe pareceu apenas uma ironia.

— Ele me disse hoje à tarde — cruzou seus braços, abrindo um sorriso convencido — E também deu a entender que sairia com você, mas como é dono da máfia não quer se envolver para evitar problemas.

— Kinn, assuma a liderança de novo — pediu.

— Vegas! — riu.

Vê seu pequeno primo tão animado com alguém, era algo incrivelmente bom.

— O que é? Estou apenas tentando — suspirou — Então ele me acha bonito?

— Ele não disse isso a você enquanto estavam na boate? Porque ainda está em dúvida.

— Ele poderia muito bem tá me zoando — revirou seus olhos — Pete é um pouco demais, bonito demais, sensual demais e gosto...

— Okay, eu entendi! — ergueu sua mão — Apenas tente se aproximar, de uma maneira mais suave.

— Eu tenho um longo tempo para tentar conquistá-lo — riu de si mesmo — Ficarei como o Boun pelo Prem.

— A tensão sexual entre eles dois, com certeza não vai ultrapassar a de você e de Pete quando estiverem juntos. Mas lá no fundo sabemos que Boun gosta realmente de outra pessoa — suspira — Já você não, está completamente de quatro por Pete.

O de olhos vermelhos encarou furiosamente o mais velho, que apenas riu sem se conter. Ambos foram distraídos por sons de gritos vindo do lado de fora, precisamente do jardins, aquilo deixou Kinn alarmado já que Porsche estava lá.

— Porsche — levantou-se rapidamente — Será que alguém invadiu o local?

— Isso é impossível, ninguém conseguiria invadir a mansão — seguiu em direção a janela, ouvindo uma nova sequência de gritos.

Kinn apenas correu em direção aos jardins sendo seguido por Vegas, nunca se perdoaria se algo acontecesse a Porsche, assim que se aproximaram do jardim onde encontraram Boun e Zon, depararam-se com uma cena realmente cômica. Porsche estava caído sobre a grama junto de Pete, que tentava se soltar do agarre do outro.

— Porsche! — Kinn o chamou.

Aquilo pareceu atrair a atenção dos dois homens que olharam em direção a todos que permaneciam ali.

— Então ele é seu marido? — Pete perguntou — Bem que disse que ele era esquentadinho.

— Seu idiota, eu vou atirar na sua cabeça — Porsche o derrubou sobre a grama, ficando por cima de si.

— Tira ele de cima de mim — Pete gritou como resposta.

— Ele invadiu a mansão — Porsche segurou os braços de Pete — E o peguei assim que ele pulou o muro.

— Mas o muro tem quase dois metros de altura — Vegas murmurou para si mesmo.

Pelo visto não era tão impossível assim de invadir a mansão, não para Pete.