uma fita de cetim amarrava as frestas da janela,
o vento rodopiava e então assoprava o longo laço
até que um chaveiro, uma chave e um cadeado somaram,
me separando de ter uma urna exposta na sala de estar.
hoje, destrancada pela primeira vez, eu a permiti ser.
por um momento desconfiei do meu próprio sono.
quis tranca-la para que seus vidros não rangessem de novo,
em misericórdia ainda evitaria aquela paisagem plúmbea
do porão que emana desalento e só atira poeira aqui para dentro,
mas em um ato de bravura, a larguei do jeito que ficou — e fui dormir.
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Parassonia
Poetryuma fita de cetim amarrava as frestas da janela, o vento rodopiava e então assoprava o longo laço até que um chaveiro, uma chave e um cadeado somaram, me separando de ter uma urna exposta na sala de estar.