Capítulo 7

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POV: Catarina

  — Catarina? — Me virei a ponto de ver Dinorá e Dona Josefa caminhando em minha direção. Me surpreendi com a presença da mulher que as acompanhava, a reconhecendo de uma fatídica situação.

  — Dinorá, Dona Josefa — sorri desconfortável com a aproximação das três — Que surpresa! O que fazem aqui?

  — Estamos mostrando a cidade para Marcela. Ela é filha do Dr. Joaquim, dono do hotel.

  — Ah sim — não sei qual expressão meu rosto foi capaz de exprimir.

  — Marcela, está é Catarina, filha mais velha do Dr. Batista, o maior banqueiro de toda cidade. Catarina, você acredita que a Marcela acabou de chegar ao Brasil? — não permitindo que eu respondesse, continuou a falar e elogiá-la como se fosse um belíssimo ser.

  Nossos olhares se encontraram e a superioridade do ato, não me deixou confortável, muito pelo contrário. Não há medo, apenas engasgo, um encontro desnecessário.

  O mundo deve ser realmente muito pequeno para encontrá-la na revista de meu futuro noivo, ou eu devo ser realmente muito azarada, tanto quanto não posso descrever.

  — É verdade então, o que dizem? Você e o Jornalista estão juntos novamente? — Dona Josefa perguntou, mudando de assunto, mesmo que não diminuindo o desconforto, possível confronto, já que esse é um péssimo ponto.

  — Sim, estamos noivos — me assustei, pois não ouvi, muito menos senti sua aproximação.

  — Ah, isso é fantástico — comemorou. — Seu pai deve estar completamente empolgado.

  — Sim — me obriguei a sorrir e a aceitar o braço de Serafim em volta de mim.

  — Aproveito a ocasião para convidá-las para o nosso jantar, Dr. Batista tem organizado tudo com muito carinho, garanto que será um fim de semana inesquecível.

  — Claro, estaremos lá — concordou Dinorá — Mas deixa eu lhe apresentar, está é Marcela, estávamos passando e acabamos entrando, poderíamos apresentá-la a sua revista? Marcela acaba de chegar da França, acredito que se interesse  bastante por esse caminho tão feminino.

  — Claro, por favor, fiquem a vontade, sintam-se em casa — acompanhou as duas, me deixando para trás, ao lado de quem eu mais queria evitar.

  — O mundo é mesmo cheio de surpresas, não acha? — se aproximou — Estava agora mesmo me perguntando quem seria a tão famosa Catarina Batista — sorriu — Pensei que fosse uma adversária, mas não...

  — Adversária? — ri — Quanto ao quê?

  — Petruchio, é claro — sorriu ainda mais ao ver o impacto que seu nome tem sobre mim, o efeito, o desejo, ele por inteiro — Você não foi a única a se entregar por amor.

  — Mas sou a única por quem ele sente... amor.

  — Catarina, você não vem? — Serafim voltou e a conversa, ou futura briga, acabou sendo interrompida.

...

POV: Petruchio

  "Eu não queria que fosse assim"

  Durante o caminho, essa frase ocupou completamente minha cabeça, minhas lembranças, minha alma. O que? O que você não queria que fosse assim, Catarina?

Além da Verdade e da PaixãoOnde histórias criam vida. Descubra agora