18 - Coisas ruins

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Atualmente

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Atualmente.

O silêncio durante o percurso é esmagador, não do tipo aterrorizante, mas sem dúvida perturbador. É angustiante não saber o que fazer ou falar, e isso se torna cinco vezes pior pelo ar-condicionado ligado, o frio faz com que eu junte minhas pernas e sinta mais nitidamente a ausência de uma certa peça de roupa.

Kourtney, uma amiga que fiz na faculdade e agora trabalha em Nova York, me daria uns três tapas bem dados se soubesse do que acaba de acontecer. Me imagino ligando para ela e dizendo "Oi amiga, lembra da faculdade quando eu saia com um carinha mais velho e estava doida por ele e um dia ele simplesmente terminou tudo e meses depois saiu da cidade? Então... Acredita que acabei de dar pra ele no meio da avenida?"

Talvez eu devesse adicionar o adendo de: eu estava amarrada por uma gravata. Pior do que recaída com ex-namorado é cair na ladainha de alguém que NEM SEQUER namorou.

Eu me sinto uma vergonha, uma desonra, mais uma das diversas mulheres que se deixaram influenciar pelo rostinho bonito e vocabulário sujo.

Não preciso dele, ou de sexo, então aonde estava a droga da minha cabeça quando eu simplesmente deixei que ele me beijasse?

— Arrependida? — interrompe nosso silêncio sem desviar o olhar da estrada.

Sim. Mil vezes sim. Só que ao mesmo tempo, definitivamente não. Foi o melhor sexo que tive em anos.

— Sim — suspiro apoiando a cabeça no vidro da janela. — muito — fecho os olhos em desgosto. — Concordei em me aproximar de você, não ser seu aperitivo.

Surpreendentemente, ele nao ri do comentário.

— Não é meu aperitivo — nega.

— Não era isso que queria? Já conseguiu, transei com você, não precisa fingir mais — meu tom é calmo, minha voz denota apenas indiferença, embora eu esteja enlouquecendo por dentro.

Minha vaidade está abalada, não sou tão confiante ao ponto de não me importar com ser seu casinho barato

— Não estou fingindo — me olha de soslaio. — Aquilo foi só sexo — afirma. — Mas você não é só sexo, Rose — declara, os nós dos dedos pálidos ao apertar o volante. — Nunca foi.

— Você mesmo disse que foi só sexo — e eu também, só pra testa-lo, para vê-lo admitir o óbvio.

Ele desvia os olhos da estrada por alguns segundos, me olhando de maneira ilegível, tornando impossível decifrar seu rosto e pensamentos.

— Porque foi — afirma. — quando vi você nesse vestido só consegui pensar em como seria te comer, não me culpe por não resistir a tudo isso — ralha na medida que me lança um olhar obsceno sobre minhas pernas. — Mas, em outras circunstâncias, com uma cama e uma boa música, eu teria beijado cada parte do seu corpo, teria venerado cada centímetro da sua pele, teria entrado em você com seus olhos em mim do início ao fim. Seria a única coisa na sua cabeça — o suspiro que ele solta enquanto descreve o cenário de sua mente me faz juntar as pernas ainda mais. — não se arrependeria, porque teria certeza a cada segundo e suspiro meu, que é a única mulher a pegar o controle que tenho sobre mim mesmo e simplesmente pisar nele.

3 •Me Esqueça, Por Favor - Blue Sky CityOnde histórias criam vida. Descubra agora